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No mês de novembro se celebra o Dia de Finados, data especial para rezar pelos fiéis defuntos. Esse dia, assim como a participação em celebração de exéquias, velório ou enterro, deve fazer com que cada católico reflita não somente sobre a morte, mas sobre a vida, pois a vida que levamos dirá sobre a morte que teremos.
A doutora da Igreja Santa Teresa de Lisieux, mais conhecida como Santa Teresinha do Menino Jesus, explica que a morte é o fim de todo ser humano e que, dessa forma, é preciso tomar cuidado com a vida que se leva. Disse ela: “Os amigos que tínhamos eram muito dados ao mundo e usavam suas tretas para conciliar, demasiadamente, as alegrias da Terra com o serviço de Deus. Não pensavam bastante na morte e, no entanto, veio a morte visitar grande número de pessoas minhas conhecidas, jovens, ricas e ditosas” (HISTÓRIA DE UMA ALMA, pp. 8-88).. É uma tentação imaginar que a vida se resume a conquistas na Terra, ao acúmulo de bens, à aquisição de poder e status ou que se pode conciliar uma vida de serviço a Deus e a busca das riquezas terrenas. Por isso, Santa Teresinha continuou: “E vejo que debaixo do Sol tudo é vaidade e aflição de espírito (…) que o único bem consiste em amar a Deus de todo coração e ser pobre de espírito aqui na Terra” (HISTÓRIA DE UMA ALMA, pp. 8-88).
É preciso compreender que pobres em espírito – uma referência ao Sermão da Montanha, no qual Jesus declara felizes os pobres de espírito – quer dizer pobres tão miseráveis que, além de não possuírem nenhum bem material, não possuem também ninguém que os ajude. Seu auxílio vem somente, e exclusivamente, do Senhor, tamanha a pobreza e abandono a que estão submetidos.
O convite da santa doutora da Igreja é para que cada fiel cristão, quando confrontado com a morte, faça uma reflexão da vida que tem levado. Dessa maneira, que compreenda que não vale a pena viver apenas com os olhos no que é terreno, mas que também é preciso manter o olhar naquilo que é mais importante: a vida eterna.
Para isso é mister manter a confiança somente e, exclusivamente, em Deus. Como modelo dessa total dependência divina se apresenta a Virgem Maria, que entre tantos títulos também recebe o de Nossa Senhora da Boa Morte.
Interessante é que muitos possuem essa devoção na esperança de ter uma morte tranquila, longe de algum tipo de sofrimento como acidente ou doença, o que é legítimo, mas de que, realmente, se trata de uma boa morte?
Há um ditado popular que traduz bem essa questão. Quando alguém morre, costuma-se ouvir “Fulano passou desta para melhor”; é exatamente isso, ele passou desta vida para uma vida melhor ainda – a vida eterna.
A devoção a Nossa Senhora da Boa Morte deve ser, sobretudo, a de, confiando em sua intercessão, pedir a Deus que cada fiel alcance a confiança plena em Nosso Senhor, Jesus Cristo, da mesma maneira que fez sua própria mãe. Afinal, assim nos orienta São Luís Grignion de Montfort, no seu Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, que uma devoção mariana que não conduz a pessoa a Cristo trata-se de uma devoção equivocada.
Que o Dia de Finados e a devoção a Nossa Senhora da Boa Morte ajudem cada fiel católico a refletir não somente na morte, mas, principalmente, na vida. Vida centrada em Cristo e não nas ilusões deste mundo e que um dia, naturalmente, passará para uma vida muito melhor: a vida eterna!
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