ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Nossa família religiosa surgiu no final do século XII, durante o tempo das cruzadas. Eremitas, vindos principalmente da Europa, se reuniram no Monte Carmelo, na Palestina, junto à fonte do profeta Elias, e, lá estabeleceram morada. Depois de alguns anos, pediram ao patriarca de Jerusalém que lhes dessem uma regra de vida sob a qual todos deveriam continuar vivendo. Lá, construíram estabeleceram uma capela dedicada à Nossa Senhora, no centro de onde ficavam as celas, onde morava cada eremita. Principalmente por conta das invasões bárbaras à Terra Santa, eles retornaram, por volta 1238, à Europa.
Quando os carmelitas chegaram à Europa, tiveram muitas dificuldades para serem reconhecidos como uma Ordem religiosa. Corriam o risco de se extinguirem. Segundo alguns relatos, surgidos principalmente a partir do século XV, São Simão Stock, que seria o geral da Ordem, no ano de 1251 teria feito uma oração a Nossa Senhora pedindo sua proteção sobre os Carmelitas. Ele, segundo essas tradições, teve uma visão dela lhe entregando o escapulário e prometendo sua proteção à todos que estivessem usando o escapulário. Historicamente, a figura de São Simão Stock, bem como o relato de sua visão e sobre o conteúdo da promessa são questões bastante imprecisas e controversas. É um relato sobre o qual pouco se sabe, mas muito se falou e escreveu.
Baixe a FÓRMULA DE IMPOSIÇÃO DO ESCAPULÁRIO
Mas, o que vem a ser o escapulário? Por que as os Carmelitas o usavam?
O escapulário é um longo pedaço de tecido marrom, com um buraco no qual passa a cabeça, da largura dos ombros, que cobre a parte da frente e das costas da pessoa, até os pés. Os religiosos o colocam sobre a túnica. Antigamente, ele era utilizado como um avental. Por questões de praticidade, difundiu-se entre os leigos, devotos de Nossa Senhora do Carmo, a prática de usar uma versão menor do escapulário, na qual geralmente carrega, além de um pedaço de tecido, as estampas de Nossa Senhora do Carmo, de um lado, e do Sagrado Coração de Jesus do outro. Essa devoção, mesmo que tenha uma origem questionável, ainda pode, a partir de reflexões mais condizentes com nosso tempo, estar em íntima relação com o espirito cristão. Buscaremos, agora, uma proposta para uma reflexão contemporânea para o uso do escapulário a partir de três dimensões.
O escapulário, entendido como hábito, é sinal de consagração por meio da agregação à Família Carmelitana.
Naquele tempo, no século XII, esse símbolo, mostrava tanto a pertença quanto a proteção por parte do dono daquele feudo ou fazenda. Assim, quem usava o escapulário de Nossa Senhora do Carmo pertencia ao grupo dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, como é o nosso nome “completo”. Hoje, a Ordem reconhece que todos os que usam o escapulário são carmelitas. Por isso, há uma tradição que geralmente quem faz a imposição do escapulário é um ou uma carmelita ou alguém devidamente autorizado. A pessoa é acolhida nesta família, e dela deve participar de acordo com seu carisma próprio. Somos chamados a ser uma presença orante, fraterna e profética no meio do povo. Desse modo, como cristãos que vivem um carisma específico, devemos viver como Maria, toda para Deus.
O escapulário é sinal de entrega total a Deus. A espiritualidade carmelitana chama isso de “viver em obséquio de Jesus Cristo” (Regra do Carmo, n. 2). Para isso, nós devemos “estar dia e noite meditando na Lei do Senhor” (Regra do Carmo, n. 10). O escapulário toma nossa frente e nossas costas. Isso significa que cada um que usa o escapulário deve também, como Maria, estar todo para Deus. Maria foi obediente e se ofereceu “todinha” a Deus (cf. Lc 1, 26). Nós também, como carmelitas, devemos fazer o mesmo. Essa entrega ao Pai, por sua vez, nos leva ao próximo.
Como já vimos, o escapulário é, antes de qualquer coisa, um avental. Usamos avental para o trabalho! Antigamente, o usavam aqueles que estavam a serviço no campo, na horta, nos afazeres da casa. Nossa Senhora nos ensina que devemos estar sempre a serviço. Nas bodas de Canã, ela, mesmo sendo apenas convidada para a festa, estava na cozinha, atenta às realidades das pessoas que podem levá-las a ter sua dignidade humana violada. O carmelita é convidado a estar na cozinha do mundo! Sabemos que o melhor caminho é estar atentos a fazer o que “Ele” nos disser, servindo ao Senhor, principalmente nos mais necessitados (cf. Jo 2, 1-12). Por isso, quem veste esse avental deve estar sempre em atitude de serviço (cf. Jo 13, 1-20).
Por isso, vemos que o escapulário de Nossa Senhora do Carmo nos compromete a seguir os passos de Maria de Nazaré em atitude de obediência a Deus e no serviço a Cristo na busca de uma vivência fraterna entre os irmãos. Vestir o escapulário, portanto, não é um privilégio, mas um convite a missão. Vivendo em obséquio de Jesus Cristo e meditando dia e noite na Lei do Senhor, o carmelita segue, junto com Maria, os passos de Jesus de Nazaré. Ele nos convida a trabalhar, guiados pelo Espírito Santo, na construção do Reino de Deus. Confiantes na proteção de Nossa Senhora e com o coração todo voltado para Deus, nos colocamos com nossa irmã como discípulos-missionários na construção de um reino de Amor e Justiça. Esse caminho não é fácil! É por ele, porém, que nosso bentinho se aproxima da nossa missão assumida no Batismo e torna um sinal visível de uma devoção verdadeira e profética.
Fonte: olharjornalistico.com.br
Comments0