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Lázaro era um grande amigo de Jesus, o que era um privilégio. A melhor amiga de Jesus foi sua mãe. Maria o acompanhou de perto desde o início e o foi compreendendo sempre melhor ao longo da vida, até a hora da morte. O outro amigo de Jesus foi João, o apóstolo. Estava tão próximo do Mestre que recebeu dele, no Calvário, a incumbência de cuidar de sua mãe.
Diversas mulheres acompanharam Jesus no seguimento de Maria, mas entre os amigos de Jesus contavam, sobretudo, Lázaro e suas duas irmãs: Marta e Maria. A primeira, dedicada hospedeira, vivia atarefada com os trabalhos domésticos. Maria não se preocupava tanto com isso, mas tinha um grande amor por Jesus: era capaz de fazer tudo por ele. Lázaro era um grande companheiro, um camarada de longos papos, nos momentos.de lazer.
Certo dia em que Jesus estava longe da cidade, chegou a notícia de que Lázaro adoecera. O Mestre teve o pressentimento de que aquilo era para a glória de Deus, mas não se apressou. Passados dois dias, compreendeu que o amigo havia morrido. Decidiu então partir para Betânia, onde morava o amigo. Era muito arriscado, pois ficava perto de Jerusalém e todos sabiam que os chefes religiosos procuravam, uma ocasião para matar Jesus. Os discípulos se opuseram à viagem, mas acabaram cedendo. “Vamos morrer com ele” – disseram ao acompanhá-lo.
Ao se aproximar de Betânia, perceberam que a casa estava cheia. O velório já terminara havia quatro dias, mas os três irmãos eram muito conhecidos e queridos. As visitas de pêsames se sucediam ininterruptamente.
Marta, quando percebeu a pequena comitiva dos discípulos, foi logo ao encontro de Jesus e, chorando, lhe disse: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”. Acrescentou, porém, imediatamente: “Mas, mesmo assim, eu sei que tudo que pedires a Deus, ele te dará”. Jesus procurou consolá-la, mas ela demonstrou ainda maior confiança, tratando-o publicamente como “o Messias, o Filho de Deus!”
Maria, ao saber que Jesus a chamava, foi correndo ao seu encontro, acompanhada pêlos visitantes mais ilustres. Abraçou-o emocionada e deixou escapar uma queixa: “Se você estivesse presente, ele não teria morrido!” Nada mais disseram. A emoção tomara conta de Jesus. Mas Jesus se continha. Quando chegou ao túmulo, porém, não agüentou mais e começou a chorar. Os judeus comentaram: “Como eram amigos!”
Na realidade, era muito mais do que isso. Jesus sentia uma profunda tensão. Tinha de tomar uma decisão muito séria. Podia obter do Pai a ressurreição de Lázaro, mas isto significaria colocar definitivamente sua própria vida em perigo. Os judeus interpretariam o milagre como uma última provocação, e se decidiriam a matá-lo. Mas, por outro lado, como ficar indiferente ao apelo da amizade? Como frustrar a confiança e a esperança das queridas irmãs Marta e Maria?
“Seja o que Deus quiser” – disse Jesus, no fundo do seu coração. “É preferível agir segundo o amor e a amizade, quaisquer que sejam as cosequências.” Parou então de chorar. “Abram o túmulo” – disse com autoridade. Já não era mais somente o amigo, era o Mestre que falava. Todos obedeceram, apesar de acharem que o corpo já cheirasse mal, pois estaria em decomposição.
– Sai daí, Lázaro – ordenou Jesus, com voz firme. O morto começou a se mexer.
Estava vivo novamente. Muitos acreditaram. Os chefes, porém, não. Reuniram-se com o sumo sacerdote (autoridade religiosa). Era demais. Caifás, que presidia a reunião concluiu: “E melhor um só homem morrer, do que ameaçar a sobrevivência de toda a nação”. Tinha razão, politicamente. A sentença de morte de Jesus havia sido pronunciada.
Assim, a morte do amigo Lázaro fez com que Jesus aceitasse sua própria morte, dando o mais significativo testemunho de amizade. Muita gente pensa que com a morte tudo acaba. Não é bem assim. O gesto de Jesus mostra que há alguma coisa maior do que a morte: a amizade. Jesus amava os irmãos de Betânia, que lhe retribuíram amor com amor. Foi essa amizade que fez com que Lázaro tornasse à vida. Mas o episódio contém a manifestação de um amor ainda maior. A morte de Lázaro foi ocasião de Jesus mostrar a sua disposição de dar a vida por todos aqueles que ama. Por amor, Jesus aceitou a morte segundo a vontade do Pai, morte que se tornou, assim, caminho de ressurreição e de vida para toda a humanidade.
No evangelho de São João, a morte de Lázaro é o início da morte de Jesus, e, sob este aspecto, dá sentido à nossa própria morte, que se torna o resumo da de Jesus.
Morte, onde está a tua vitória? De hoje em diante, és a porta da ressurreição e da vida.
Fonte: Catequisar
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