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A Páscoa é o coração da vida da Igreja e o acontecimento mais decisivo de toda a história, pois ela leva à plenitude as esperanças humanas, plantadas por Deus na criação. Passar das trevas para a luz, da tristeza para a alegria, do pecado à graça, da morte à vida. A partir da manhã da Ressurreição de Jesus, a Boa Nova se espalhou, destinada a chegar aos confins da terra, por meio da pregação do Evangelho, do testemunho da vida cristã e da comunhão, serviço humilde e diálogo a todas as gerações de homens e mulheres que vierem a habitar esta terra de Deus!
Os fatos: a fé cristã se reporta ao testemunho de homens e mulheres que efetivamente viram o Senhor, envolvidos nos acontecimentos, tornando-se discípulos e discípulas, para comunicar a todos o anúncio central. “Simão Pedro chegou e entrou no túmulo. Ele observou as faixas de linho no chão, e o pano que tinha coberto a cabeça de Jesus: este pano não estava com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. O outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e acreditou” (Jo 20,6-8). Duas provas! Um sepulcro vazio e o testemunho de Simão Pedro. A Igreja se sustenta assim! E para nós é suficiente para acreditar!
Nas primeiras horas, as experiências da presença do Senhor Ressuscitado: Maria Madalena foi anunciar aos discípulos “Eu vi o Senhor” e contou o que Ele lhe tinha dito (Jo 20,15-18). Somos convidados a entrar numa fila para dizer “Eu vi o Senhor!”. Em Madalena estão todas as pessoas que venceram o medo e a timidez, testemunhas qualificadas, de hoje e de sempre, e tantas delas derramaram até o próprio sangue, suor e lágrimas. De lá para cá, Ele continua falando de inúmeras maneiras! Ele se faz vivo em sua Palavra, no irmão que se achega a nós, entre os que se reúnem em seu nome, na intimidade do silêncio orante, na palavra da Igreja e na maior exuberância de sua presença, a Eucaristia.
E as consequências? Seus discípulos, depois de receberem o Espírito Santo no Pentecostes, lançaram-se à missão evangelizadora. A vida de cada pessoa que a Ele se converte é totalmente mudada, no acolhimento do amor de Deus, que leva a reconhecer sua condição de pecado e fraqueza, recebendo Jesus Cristo como Salvador pessoal, convertendo-se a Ele e professando a fé. Como os primeiros discípulos, acolhe o dom do Espírito Santo derramado sobre a Igreja, vive em comunidade com os irmãos de fé e se lança no anúncio e testemunho de Jesus! Trata-se de viver a novidade de vida, recebida na Páscoa pessoal, que é o Batismo!
E a cada domingo, dia do Senhor, nossa Páscoa semanal, estaremos de novo presentes em nossas comunidades e paróquias para reconhecê-lo vivo, com toda a força de sua vitória sobre a morte e sobre o pecado.
Texto escrito pelo Dom Alberto Taveira Corrêa, extraído da seção “Páscoa” da Revista Ave Maria, na edição de abril de 2018.
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