ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
O Evangelho de São João apresenta Cristo como o Bom Pastor. Ao adjetivá-lo assim, o evangelista assinala que é possível que existam maus pastores; em virtude disso, o autor do livro sagrado dedica o capítulo 10 para exemplificar as atitudes de um Bom Pastor. É o próprio Cristo quem afirma: “Eu sou o bom pastor e o bom pastor dá a vida por suas ovelhas. Elas conhecem a minha voz” (Jo 10,11). Como tudo na vida de Cristo, sua Palavra e seus atos não possuem separação.
A imagem de Bom Pastor trazida por Jesus para si se dá no contexto em que o povo de Israel estava cansado de ser conduzido por falsos pastores que levavam por caminhos de morte e de desgraça, mas, como em Ezequiel 34, o próprio Deus vai, então, assumir a condução do seu povo; Ele porá à frente do seu povo o Bom Pastor, que o livrará da escravidão e o conduzirá à vida.
Embora para nós, em nosso contexto histórico e social, num Brasil cada vez mais urbano, a imagem do pastor pode perder a profundidade do seu significado pelo distanciamento com o contexto rural no qual ele vive, para os receptores primeiros dessa mensagem ela estava carregada de beleza, cuidado e, sobretudo, segurança.
O pastor é aquele encarregado do trabalho duro de sair em busca de comida para alimentar o seu rebanho e aqui falamos de um contexto do oeste da Ásia, extremamente marcado pela aridez climática, pela escassez de comida, de água e de acesso à terra. O pastor é ainda aquele que vigia o rebanho dos perigos e é capaz de curar as dores e feridas das ovelhas machucadas.
O Salmo 22, popularmente cantado por nosso povo em suas diversas versões, recorda-nos que “o Senhor é o meu pastor e nada me faltará”! Essa confiança das ovelhas em seu pastor, por si só, não é garantia de que elas estarão livres de todos os perigos, ela é a certeza de que o pastor cuida do rebanho e isso é o suficiente para prosseguir.
Ele, o Cristo, é o Bom Pastor para todos os povos, basta que ouçam a sua voz, a sua Palavra. A Palavra do Cristo não é uma mera repetição de salmos e orações.
É viva, vivida em atitudes, em sua totalidade, ao ponto de entregar a sua própria vida, como Ele mesmo o fez. O evangelista diz “Não há prova maior de amor que a de doar a vida por seus amigos” (Jo 15,13).
As únicas condições que o Bom Pastor apresenta para que alguém possa fazer parte do seu pastoreio são as de escutar e seguir a sua Palavra. Essa afirmação é de fundamental importância, visto que ela revela quais são as características fundamentais do pastoreio de Cristo e os critérios para pertencer ao seu rebanho: escutar e seguir.
Escutar a voz de alguém, na linguagem bíblica, não significa simplesmente a percepção e a decodificação de um som ou ruído, trata-se de aderir completa e irrestritamente àquele que fala. É deixar-se transformar e, consequentemente, conduzir-se pelas suas palavras, por isso, a escuta vem acompanhada de um segundo elemento, que é a sua consequência: o seguimento.
O Cristo que se apresenta como Bom Pastor quer arrebanhar para si todos aqueles que forem tocados e transformados por sua Palavra. A adoração, a prontidão e a entrega ao Cristo consiste nisso: atravessar as tribulações da vida, seguir e prosseguir decididamente, sem desanimar, convictos de que o Senhor, Bom Pastor, caminha conosco e nos ensina a viver.
Peçamos a Ele a graça de não desistirmos e nem desanimarmos. Caminhemos sempre orientados pela voz do bom e verdadeiro Pastor que nos leva ao caminho e ao abraço amoroso e misericordioso de Deus.
Comments0