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Todos nós Carmelitas encontramos na Virgem Maria a nossa Mãe e Irmã, que nos acompanha ao longo de toda a vida e continuamente nos mostra, com o seu exemplo, como conservar tudo o que nos acontece, de modo que possamos discernir a presença e a ação de Deus na nossa vida (cf. Lc 2, 19). Ela teve e tem a mais íntima relação com Jesus e anima-nos a estar junto d’Ele e a fazer tudo o que Ele manda (Jo 2, 5).
Ela é o modelo da bem aventurança “felizes os puros de coração”, e ensina-nos a reconhecer as nossas motivações e a pô-las de acordo com os valores do Evangelho.
“O Carmelo é todo de Maria”
A ligação de Nossa Senhora com os carmelitas remonta às origens da Ordem. Os primeiros eremitas latinos que se fixaram no Monte Carmelo, no final do séc. XII, instalaram-se em grutas e construíram no centro delas um oratório dedicado a Nossa Senhora. Escolheram a Virgem Maria como Patrona da Ordem, a Senhora do Lugar, demonstrando que estavam em honra e a serviço dela, de quem esperavam toda a proteção.
Assim, os primeiros carmelitas colocaram-se inteiramente à disposição, consagraram-se e viveram em obséquio (dedicação total) de Jesus Cristo e também de sua mãe Maria. Consideravam-na como Mãe e modelo de vida contemplativa: ela nos ensina a acolher, a meditar e a conservar a Palavra de Deus no coração. Maria também é irmã dos carmelitas que têm como título oficial da Ordem: Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria Mãe de Deus do Monte Carmelo, conhecida como Ordem do Carmo.
Os carmelitas sempre estiveram em sintonia com a virgindade de Maria, que é não apenas física, mas espiritual. Significa ter o coração inteiramente e exclusivamente dedicado a Deus, não dividido. Maria viveu só as coisas de Deus, esvaziando-se para Ele de tudo o que era terrestre e humano, para ocupar-se apenas dele. É cheia de graça, pois teve êxito em esvaziar-se para que Deus ocupasse totalmente o seu coração. O ideal de todo carmelita.
Não se pode compreender o Carmelo sem a presença viva de Maria. Ela é o modelo perfeito do ser consagrado ao Senhor. Com Maria sentimos a coragem de ser, no meio do povo e da Igreja, aqueles que oferecem o Cristo, gerado na oração.
Contemplar com Maria
“Sua mãe, porém, guardava todas essas coisas em seu coração” (Lc 2,51)
Aqui estamos nós, agora, procurando imitar Nossa Senhora na vida contemplativa. Maria Santíssima, como fala São Lucas, guardava todas as coisas e as meditava em seu coração. Nossa Senhora, portanto, nos ensina o método para podermos cada vez mais nos relacionar com Ela, porque somente na meditação, na oração, é que poderemos entender, em parte, o grande mistério dela.
É esse mistério que realmente nos arrasta para nos tornarmos filhos que vivem em sintonia com Ela, concretizando na vida seus desejos, seus projetos que certamente são os mesmos de Jesus. Ele já disse isso, queria que os apóstolos fossem ao mundo todo para levar o Reino de Deus.
São Maximiliano intuiu, pela revelação do Espírito Santo, como era importante esse relacionamento com Ela, pois esse conhecimento e relacionamento se torna fundamental para o nosso caminho de santidade. A experiência de vida com a Imaculada foi para o nosso santo um processo muito pessoal e ele nos revela, com a vida com os seus escritos, algo que podemos fazer para tornar esse relacionamento com a Imaculada uma realidade para todos nós.
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