ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Nas duas narrativas da infância de Jesus que aparecem nos evangelhos de Mateus e Lucas, um anjo se apresenta anunciando que a gravidez de Maria é obra do Espírito. Maria: “Respondeu-lhe o anjo: ‘O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra’” (Lc 1,35). A José o anjo diz: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo” (Mt 1,20). Este também comunica que o filho será chamado Jesus, porque, segundo Mateus, vai salvar o seu povo de seus pecados: “Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados” (Mt 1,21).
Jesus era um nome comum naquele contexto. Em hebraico – Yeshua – significa “o Senhor salva”.
Na Bíblia, os nomes ganham fundamental importância, pois comunicam a essência, a missão da pessoa. O nome de Jesus, dado a Maria e a José pela revelação, revela sua central missão: “o Senhor salva”.
Mateus se apropria da profecia de Isaías a Acaz: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7,14) e a aplica a Jesus, porque, para ele, Jesus é o cumprimento da profecia, é o Emanuel, Deus Conosco: “Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel” (Is 7, 14), que significa Deus conosco (cf. Mt 1,23). Em seu contexto original, essa profecia é uma palavra de encorajamento a Acaz, rei de Judá, do século VII a.C., para permanecer confiante diante da ameaça do rei de Damasco de invadir seu reino. Com receio do ataque e da perda do trono, Acaz age contrariamente às exortações de Isaías e pede auxílio ao rei da Assíria, Teglat-Falasar, que protegeu Judá dos invasores, porém, isso custou a independência de Judá, que passou a pagar tributos à Assíria.
Mais tarde, depois da morte de Teglat-Falasar, Oseias, que ocupava o trono, em aproximadamente 730 a.C., rebela-se contra o domínio assírio. Em 722 a.C., Samaria foi sitiada e tomada. Grande parte da população foi deportada para a Assíria, que repovoou a região, trazendo pessoas de outras nacionalidades que estavam sob seu domínio: da Babilônia, de Cuta, de Ava, de Emat e de Sefarvaim (cf. 2Rs 17,24), misturando-as, assim, à população local. Esses foram os alicerces do que mais adiante viria a ser chamado de nação dos samaritanos.
Mateus e Lucas enfatizam que Jesus foi concebido pela obra do Espírito, portanto, sem a intervenção de José, o que realça ser filho do Senhor Altíssimo (cf. Lc 1,31). Contudo, a linhagem de José é fundamental para compreender Jesus como o filho de Davi. Lucas destaca que José é da casa e da família de Davi (cf. Lc 2,4). Mateus exibe a genealogia de Jesus desde Abraão, passando por Davi e indo até José, o esposo de Maria. Por meio de José, Jesus congrega toda a história do povo de Israel. Para confirmar essa realidade, Jesus nasce em Belém, cidade de Davi: “Também José subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi” (Lc 2,4).
Em Miqueias aparece a profecia que de Belém sairia aquele que governaria Israel. Todos aguardavam: “Mas tu, Belém-Éfrata, tão pequena entre os clãs de Judá, é de ti que sairá para mim aquele que é chamado a governar Israel” (Mq 5,1).
Essas são as narrativas do Menino Jesus. Assim, cada leitor é chamado a reconhecer a história como sagrada, pois ela é guiada por um Deus sempre presente. Ele é o Deus Conosco. Você crê nisso?
Comments0