ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Levados pela euforia desmedida, os Filipenses começam a atribuir valor ímpar ao martírio, pois esperam que Paulo, seu fundador e líder, dê provas definitivas de sua fé, enfrentando a morte.
Paulo está disposto a morrer. Sua dúvida está no fato de poder optar entre a vida e a morte. Enfrentando o martírio, satisfaria, de uma vez por todas, se u desejo de estar com Deus: “Para mim, morrer representa um lucro”.
Todavia, o anúncio de Evangelho exige sua presença: “Mas, se eu ainda continuo vivendo, poderei fazer algum trabalho útil. Por isso é que não sei bem o que escolher. Fico na indecisão: meu desejo é partir dessa vida e estar com Cristo… No entanto, por causa de vocês, é mais necessário que eu continue a viver.”
Por isso é que, provavelmente, decide recorrer a um trunfo que tem em mãos: ao se declarar cidadão romano, certamente seria posto em liberdade, pois o direito romano tinha como princípio não condenar à morte um cidadão sem antes fazê-lo passar por um minucioso processo. “No entanto, por causa de vocês, é mais necessário que eu continue a viver. Convencido disso, sei que vou ficar com todos vocês, para ajudá-los a progredir e a ter alegria na fé. Assim, quando eu voltar para junto de vocês, o orgulho de vocês em Jesus Cristo irá aumentar por causa de mim.”
São Paulo correu o risco de contrariar as expectativas dos Filipenses. Preferiu fazer uso de seu título de cidadão romano e assim obter a liberdade, a fim de continuar evangelizando. E, com isso, nos ajudou a redimensionar a questão do martírio. Apesar de o martírio ser a prova mais elevada do amor pelo Reino, os cristãos devem lutar para que seja evitado, pois onde há mártires, é sinal de que a justiça ainda não aconteceu. E as comunidades devem aprender que é melhor ter seus líderes vivos e atuantes na transformação da sociedade injusta do que cultuá-los como mártires. Enfim, uma só coisa importa: viver de acordo com o Evangelho. A vida só tem sentido quando confrontada com o Evangelho, que é a própria pessoa do Senhor Jesus morto e ressuscitado.
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora – MG
Comments0