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A visão que Jesus tem do Matrimônio é extremamente positiva. Deus criou homem e mulher e os fez partícipes da criação e da redenção em Cristo. Sendo assim, a espiritualidade conjugal tem na sua essência uma missão salvífica a ser cumprida. Na sociedade atual, há muitos relatos de pessoas que frequentavam a Igreja e depois de iniciar uma vida conjugal abandonaram ou encontraram dificuldades para perseverar na vida de oração pessoal, conjugal e na participação na Igreja.
A verdade é que esse esfriamento na fé e no amor a Deus é o resultado da perda do sentido da própria existência e, consequentemente, da perda do sentido e significado da união conjugal. Para bem viver a espiritualidade conjugal é preciso entender a vocação batismal e matrimonial. O Catecismo da Igreja Católica ensina que “O Sacramento do Matrimônio significa a união de Cristo com a Igreja. Concede aos esposos a graça de amarem-se com o mesmo amor com que Cristo amou sua Igreja” (1661).
Por sua essência espiritual, a vida matrimonial depende de uma autêntica espiritualidade conjugal, alicerçada numa vida de oração profunda para chegar à santificação do casal. Como podemos fazer isso? O Papa João Paulo II nos deixou na Teologia do corpo a chave para uma autêntica espiritualidade conjugal e familiar. Ele orientou aqueles que se assumiram essa vocação a fazerem dessa “teologia do corpo (…) a essência de sua vida e de seu comportamento” (audiência-geral, 4 de abril de 1980).
Nesse intuito, há de se considerar também que a espiritualidade conjugal tem sua fonte na vida de um casal que se ama de verdade e que busca se santificar no dia a dia por meio do Sacramento do Matrimônio. Os cônjuges, unidos no amor e com convicção de fé, colocam como fonte primária o espiritual, a fim de abastecerem sua vida matrimonial. São conduzidos pelo Espírito no caminho de busca da santidade e vivem o Matrimônio com uma espiritualidade encarnada, enfrentando as realidades ordinárias da vida. Enfim, é da comunhão de amor entre duas pessoas que amam a Deus e se amam que nasce e se desenvolve a espiritualidade conjugal.
Como concretamente podemos nutrir a espiritualidade do casal? Dentre os diversos meios de nutri-la, que incluem a vivência e as renúncias próprias desse estado de vida, na vida de oração conjugal tem primazia a vivência das promessas batismais e dos sacramentos da Confissão e da Eucaristia. A Palavra de Deus deve ser o alimento cotidiano a ser partilhado pelo casal, o Evangelho deve ser vivido como norma da vida cristã. Na oração do santo Terço, consagrar-se ao imaculado coração da Virgem Maria, refúgio das famílias.
Concluo com um pensamento do Papa Francisco: “Querer formar uma família é ter a coragem de fazer parte do sonho de Deus, a coragem de sonhar com Ele, a coragem de construir com Ele, a coragem de unir-se a Ele nesta história de construir um mundo onde ninguém se sinta só” (Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, 321).
Não tenha medo de sonhar os sonhos de Deus para você!
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