OS AVÓS

“PARA OS AVÓS, OS NETOS SÃO A SUA COROA DE GLÓRIA, TAL COMO A COROA DOS FILHOS SÃO OS PAIS.” (PR 17,6)

“EM TI VEMOS, FELIZES, SANT’ANA, A TERNURA QUE TÊM AS VOVÓS…
COM JEITINHO DE MÃE NOS IRMANA…
ROGA A DEUS COM JEITINHO POR NÓS!”
(PE. LÚCIO FLORO)

No mês de julho, a Igreja nos convida a celebrarmos a memória de São Joaquim e Sant’Ana, os avós de Jesus. O que sabemos deles chegou até nós pelo Evangelho apócrifo de São Tiago que, ao seu modo, permitiu conhecermos sobre essa particularidade da vida do Mestre de Nazaré.

Por sabermos tão pouco sobre eles, custa-nos estabelecermos uma reflexão precisa de como foi essa vivência entre o Menino Deus e os seus avós. O máximo que podemos fazer é nos espelharmos na doçura das avós e no jeito quase sempre terno dos avôs para intuirmos sobre essa relação.

A minha devoção a Sant’Ana também está ligada à minha história, pois a paróquia na qual cresci a tem como padroeira. Ainda criança eu me via ali contemplando aquela imagem tão bonita. Uma senhora com olhar terno e um livro nas mãos ensinando à sua filha. Eu, curioso como sempre fui, perguntava: “Quem é essa mulher?”. De pronto, minha avó Arlete respondia: “É a mãe de Nossa Senhora e avó de Jesus”.

Como fui criado por minha avó, aprendi na prática sobre os sabores do amor dessas mulheres. A experiência de vida, a doçura das palavras, o modo afável de corrigir e educar, o toque sereno e o olhar acolhedor dela me ajudam a imaginar sobre a relação entre o Menino Deus e seus avós.

Acredito que as melhores memórias das nossas infâncias estão ligadas à presença dos avós. Não raro, também encontramos avós que nos adotam, tornam-se avós de coração. O amor dos avós é tão grande que nos mais surpreendentes encontros da vida acabam nos adotando como seus netos. A minha vozinha Maria foi assim. Chegou quando eu já era grande e me adotou como seu neto. Assim ganhamos ainda mais amor, carinho e cuidado.

Intuo que a relação entre Jesus e seus avós não tenha sido diferente. Sob a proteção de Joaquim e Sant’Ana, o Menino Deus deve ter dado os seus primeiros passos e recebido o amor que depois veio a compartilhar por onde passou. Quanto a nós, se ainda temos os nossos avós conosco, dediquemos a eles o nosso amor, presença e cuidado. Se eles já contemplam a face de Deus, peçamos a eles que, juntamente com Sant’Ana e São Joaquim, roguem por nós e nos ajudem a seguirmos os passos de Jesus.