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O Catecismo da Igreja diz que “a Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, isto é, da obra da salvação realizada pela Vida, Morte e Ressurreição de Cristo, obra tornada presente pela ação litúrgica” (CIC 1409).
Assim, na Eucaristia, somos convidados a participar da graça que esse sacramento nos confere: a salvação em Jesus Cristo pelo Mistério Pascal, que também nos conduz para outros benefícios em nosso interior.
Vejamos alguns benefícios da Eucaristia para uma vida interior:
O Papa Francisco, em homília na Casa de Santa Marta, afirmou que é preciso “guardar um pouco de silêncio para escutar a Deus, que nos fala com a ternura de um Pai e de uma Mãe”. Pois, para ouvir essa voz terna, é imprescindível um caminho de vida interior.
Diante de um mundo informatizado, com avanços tecnológicos e de rápidas transformações, constata-se que o homem tem se perdido, muitas vezes, no ativismo, na busca frenética por status, posição, poder e tantas outras realidades, que o faz olhar mais para o exterior do que para o seu interior. Dessa forma, percebe-se o descuido com o silêncio que nos leva à interioridade, que não é simplesmente parar de falar ou evitar ruídos, mas uma postura profunda de quem quer ouvir Aquele que muito nos tem a falar.
Na Eucaristia, somos provocados a ouvir o Senhor no silêncio do nosso coração, porque Ele quis fazer morada em nós. Com isso, na vida interior, vale recordar o que dizia Santo Agostinho, que “Deus está acima do que em mim há de mais elevado, e é mais interior do que aquilo que eu tenho de mais íntimo”. Imaginemos, portanto, a intimidade que temos ao entrarmos em comunhão com o Corpo e Sangue de Jesus, pois, o íntimo do nosso interior acolhe Aquele que nos é mais íntimo do que nós somos de nós mesmos.
A Palavra diz: “a seguir, tomou o pão, deu graças, partiu-o e lhes deu, dizendo: ‘Isto é o meu corpo, que é dado por vós’” (Lucas 22,19). Jesus, na Última Ceia com seus discípulos, dá-nos Seu próprio Corpo e Sangue.
Jesus sempre mostrou o caminho da oração. Por várias vezes, Ele retirou-se para estar com o Pai, como é narrado no Evangelho, que, logo após a primeira multiplicação dos pães, Ele “subiu à montanha, a sós, para orar. Anoiteceu, e Jesus continuava lá sozinho” (Mateus 14, 23). Assim, na vida interior em Deus, é importante compreendermos que a oração é “a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes” (CIC 2559). Ou seja, orar é colocar-se na presença do Senhor, é estar, ouvir, falar e deixar-se envolver por Ele.
Dessa forma, a participação na Eucaristia nos beneficia na vivência interior da oração, pois a alma se eleva diante de um Deus que é próximo. Essa experiência acontece num espaço concreto e real, que é na Igreja, pois “a Eucaristia é o coração e o cume da vida da Igreja, porque nela Cristo associa a sua Igreja e todos os seus membros ao seu sacrifício de louvor e de ação de graças, oferecido ao Pai uma vez por todas na cruz; por este sacrifício, Ele derrama as graças da salvação sobre o seu corpo, que é a Igreja” (CIC 1407).
Assim, na Eucaristia, somos beneficiados com o melhor lugar para nos encontrarmos com Deus, o nosso coração. Que bom será quando todos tiverem a clareza de Santa Teresinha do Menino Jesus que diz: “A oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria” (CIC 2558). Pois oração na vida interior tem como reflexo: o amor e a alegria.
São João Paulo II, na sua Encíclica Ecclesia de Eucharistia diz: “A Igreja vive da Eucaristia”, sendo assim, os que vivem na Eucaristia caminham na Igreja num processo de santificação e de profunda vida interior, porque, a Eucaristia é fonte de santidade e vida.
A Bíblia nos ensina em I João 2,6 que “aquele que afirma permanecer n’Ele deve viver como Ele viveu”, porque viver como Jesus, pensar como Jesus, falar como Jesus é buscar ser semelhante a Ele. Assim, seguir os passos de Cristo só é possível por Sua graça, já que “tudo o que Cristo viveu foi para que pudéssemos viver n’Ele e para que Ele vivesse em nós. Nós somos chamados a ser uma só coisa com Ele; Ele nos faz partilhar (comungar), como membros de seu corpo, de tudo o que Ele, por nós e como nosso modelo, viveu em sua carne” (CIC 521). Portanto, façamos nossa parte e estejamos unidos a Cristo na Eucaristia, em comunhão com Seu Corpo e Sangue que nos santifica.
Os benefícios de santificação pela Eucaristia são diários, já que, “tendo Cristo passado deste mundo ao Pai, dá-nos na Eucaristia o penhor da glória junto dele: a participação no Santo Sacrifício nos identifica com o seu coração, sustenta as nossas forças ao longo da peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna e nos une já à Igreja do céu, à Santíssima Virgem e a todos os santos” (CIC 1419).
Portanto, Jesus, pela Sua Paixão, Morte e Ressurreição nos deu a salvação para que possamos, assim, alcançar todos os benefícios que a Eucaristia nos concede diariamente ao participarmos de tão grande mistério de doação total de Deus ao homem, para vivermos uma verdadeira vida interior que dê frutos de santidade.
Por Canção Nova
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