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A Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Unaí, celebra neste dia 11 de agosto, 148 anos de história.
Tendo mais de 8 mil quilômetros quadrados, Unaí situa-se no Planalto Central Brasileiro, no noroeste de Minas Gerais. À margem direita do Rio Preto, nas terras da fazenda Capim Branco, adquirida pelos irmãos Brochado no século XIX, surgiu Unaí, que teve várias denominações: Rio Preto, Nossa Senhora da Conceição do Rio Preto e Capim Branco.
E a história da paróquia está intimamente ligada ao município de Paracatu, por ser ele a origem de Unaí, emancipada em 1943, pela Lei Estadual nº 1.058.
Muitos bandeirantes passaram por aqui, até que no século XVIII, vindo da Bahia, o bandeirante José Rodrigues Fróes descobriu as minas de Paracatu.
Com a diminuição da mineração do ouro nas minas do Paracatu, em 1780 iniciou-se a doação de terras aos lavradores em condições de explorar o solo e povoá-lo. Isso gerou prósperas fazendas à margem do Rio Preto, nas terras da Fazenda Capim Branco, nasceu um povoado que seria, no futuro, a cidade de Unaí.
Unaí foi uma mistura feliz de gente de todo lugar, que com a força do suor a fez se destacar no cenário regional, estadual e até nacional. Com seus recordes de produção e a excelência do seu povo.
Domingos Pinto Brochado aqui chegou, adquiriu terras, sendo responsável pelo início do povoamento, junto com as primeiras famílias: Souto, Rodrigues Barbosa, Couto, Martins Ferreira, Adjuto, Torres, Alves de Sousa, Versiani, Gonzaga e o Padre Antão José da Silva. Com o passar dos anos imigrantes foram chegando, contribuindo muito para o crescimento desta terra que vieram a adotar, hoje são importantes fazendeiros, colaboradores do progresso: paranaenses, gaúchos, holandeses, japoneses, dentre outros.
Os moradores mais antigos contavam que ao aumentar o amontoamento de casas no distrito do Rio Preto, foram erguidas três capelas. A primeira brotou nas terras do Jardim, à margem esquerda do Rio Preto, próxima a Fazenda do Curral do Velho.
A segunda foi a centenária Igreja do Boqueirão, onde se realizam ainda suas romarias.
E a terceira foi a nossa Igreja Matriz, em 1879, com a criação da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em 1871.
Pela Lei Provincial de 1871, “Igreja unida ao estado”, foi criada a freguesia. Já a criação da paróquia deu-se em 11 de agosto de 1873, por D. João Antônio dos Santos, bispo de Diamantina, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição do Rio Preto.
Em 1875 foi nomeado seu primeiro vigário e em 1879, numa singela solenidade, as instalações da matriz foram bentas. Estavam presentes o seu primeiro vigário, padre Antonino de Araújo Pereira, o Cônego Miguel Arcanjo Torres (vigário de Paracatu) e Frei Henrique Raimundo de Genetts (do clero de Goiás).
Muitos foram os sacerdotes que trabalharam pela paróquia, nada fácil era adentrar-se pelo interior dos sertões, lançando as sementes da fé, realizando as desobrigas, que eram feitas nos meses de agosto a setembro. Em 1906, foi concedida jurisdição da freguesia ao reverendíssimo Frei Manoel Maria, superior dos Dominicanos da cidade de Formosa, do Estado de Goiás. Em 1908 foi juntamente com outras cidades por decreto da nunciatura Apostólica desmembrada do Bispo de Diamantina e anexada a Diocese de Uberaba. Em 1914 foi anexa à de Montes Claros, havendo neste ano a doação da imagem de N. Senhora da Conceição de tamanho natural por D. Georgina Pimentel. Em 1918 foi anexa à freguesia de Paracatu e em 1º de maio de 1929, sua Santidade o Papa Pio XI criou a Prelazia de Paracatu. A paróquia de Unaí, neste mesmo ano, passou a ser atendida exclusivamente pelos Padres Carmelitas holandeses. O primeiro Carmelita a atender Unaí foi o vigário de Paracatu, Fr. Miguel Jonkers.
Em 1935, foi nomeado Vigário de Paracatu e Unaí, Frei Brocardo Stokhof, que em 1945 mudou-se para cá, sendo o primeiro vigário a residir aqui. O primeiro vigário carmelita brasileiro, em Unaí, foi Frei Valter Rubens dos Santos.
A partir de 1929 a Paróquia de Unaí passou a ser zelada pelos Freis Carmelitas, a princípio holandeses e pertencentes à Província Carmelitana de Santo Elias. Além de cuidarem da Paróquia, enriqueceram o cenário sociocultural do município.
Em 1959, os Frades Carmelitas lideraram a sociedade Unaiense e fundaram a Escola da Comunidade Nossa Senhora do Carmo, o primeiro momento no prédio em construção do cinema de nome Cine Frei Patrício. Parte dos professores eram Freis.
A cidade de Unaí também teve Carmelitas preocupados com a mãe gestante e a criança, fruto disso foi um Posto de Saúde especializado nessas áreas fundado pelo Frei Paulo Kolgeman.
Os donativos trazidos pelos freis da Holanda e da Alemanha muito ajudaram na realização das obras realizadas no município.
Em 1968, iniciou-se a construção da Escola Paroquial, tendo Frei Anselmo como dirigente construtor. Animado com a construção da Escola Paroquial, Frei Cecílio idealizou a Escola Doméstica, havendo uma modificação da planta e do orçamento, sendo inaugurada em 1969. Também, neste ano, os Carmelitas doaram o prédio do Posto de Saúde para o Hospital Associação e Proteção à Maternidade. Frei Eustáquio trouxe para Unaí o primeiro aparelho de hemodiálise. E graças ao apoio de Frei Brocardo e Frei Patrício, foi fundada a Sociedade São Vicente de Paulo.
O Centro Educacional do Menor – o CEM também foi criado pelos Freis e hoje é administrado pelas Irmãs Mercy e Maria Santa, do Instituto Nossa Senhora do Carmo, que também fazem na cidade serviço missionário e animação vocacional.
Os Carmelitas, conscientes de sua pertença a Igreja e a história, vivem em uma fraternidade aberta a Deus e ao homem, capazes de escutar e dar respostas autênticas de vida evangélica com base no seu carisma próprio e empenhando-se na construção do reino de Deus onde quer que estejam.
Ao longo dos anos a terra de Unaí foi, e ainda é marcada com pés de Carmelitas que se ofereceram para o bem comum da comunidade e da construção do Reino de Deus.
Todos os que aqui passaram, deixaram suas marcas, deram a contribuição para que houvesse progresso da caminhada cristã e humana. Resultado dessa dedicação a Unaí é, por exemplo, o despertar de tantas vocações, pessoas que respondem “Ser Carmelita é tudo o que eu quero”, se tornando freis, freiras e terceiros da ordem do Carmo.
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