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A dor e o sofrimento são alternativas cotidianas e comuns à natureza e à realidade de todas as pessoas. Constituem uma condição normal e básica da existência humana, de tal modo que negá-los ou crer que podem ser eliminados é, em última análise, uma ilusão, uma utopia que, caso se concretizasse, deixaria a existência mesma sem sustento. Não se trata de promover o sofrimento, mas de afirmar a sua inegável existência e a sua inevitável presença na vida humana.
Cada dia somos mais bombardeados com a ideia e a suposta solução de uma vida só de prazer e de satisfação, livre de qualquer sofrimento e de qualquer dor. Parece haver tantas maneiras de chegar a experimentar a “plenitude do prazer” terreno “isento” de sofrimento que é uma tolice sofrer. Curiosamente, esquecemo-nos da nossa própria realidade humana e a esvaziamos, ou acabaremos por esvaziá-la, daquilo que a redime ou que a eleva, pois todo sofrimento, entendido na sua possibilidade, tem a capacidade de manifestar um sentido mais elevado da vida. Entretanto, frequentemente afastamo-nos de sua identidade e sentido. Nós a esvaziamos de valores.
A vida humana é uma realidade dinâmica, isto é, em permanente mudança, em movimento, aberta a novas descobertas sobre o valor da própria existência, porém, essa dinâmica se desenvolve em um horizonte de valores que se manifestam como realidades permanentes e estáveis, eternas. O amor sempre será amor; a solidariedade, o respeito, a família etc. sempre representarão a mesma realidade a que se referem. Não é verdade que vão mudando com o passar do tempo? Por exemplo, nossos antepassados, mesmo os mais próximos, viveram o amor de forma diferente daquela que o viveram os nossos pais e ainda muito mais diferente de como o vivemos hoje. Isso comprova também que os valores são permanentes, estáveis, são bens em si; mudou a maneira de encarar esses valores, o modo de entendê-los e interpretá-los, mas eles estão sempre vivos e presentes.
A forma de encarar os valores muda não somente de época para época ou de geração em geração, ocorre também de pessoa para pessoa. Quando assumo um valor, eu o reconheço como um bem em si e o constituo um bem para mim; ele adquire, então, um sentido pessoal singular, individual, torna-se parte de minha existência pessoal. Desse modo, os valores constituem o fundamento mais estável, o terreno onde a vida vai se desenvolver.
A necessidade de ter valores e me deixar orientar por eles é um desejo básico da vida e é estimulada pela necessidade natural de descobrir sentido em tudo aquilo que devo viver. Em mim, em você, em cada pessoa palpita uma necessidade, uma verdadeira fome de sentido que é tão natural à nossa humanidade quanto a nossa necessidade e fome de alimento, de conhecimento, de afeto, de segurança, de convivência, de felicidade.
O ser humano pode ser definido como alguém em permanente busca de sentido para sua vida. É um “buscador de sentido”. Essa condição é tão espontânea quanto natural a qualquer ser humano; se não for satisfeita, pode deixar a vida vazia, com graves danos e consequências.
O ser humano é um ser “incompleto”, que vive e luta para se completar. Vai alcançando seu objetivo ao longo da vida, de muitas maneiras, muito especialmente por meio e a partir dos vínculos que vai constituindo. Se a vida de algum ser humano é baseada em valores verdadeiros que o inspiram e orientam sua vida, certamente isso lhe dará condições de descobrir um sentido que completa sua existência. Caso contrário, o vazio tomará conta e pode gerar uma insatisfação permanente, que nada poderá preencher.
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