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CF e Discípulos da Palavra é o tema do primeiro episódio da série especial de podcasts sobre a Campanha da Fraternidade (CF), que neste ano tem como tema Fraternidade e Educação, e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26). O coordenador-geral da Pascom Brasil, Marcus Tullius, conversou com assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Educação da CNBB, padre Júlio Evangelista, e o doutor em Ciências da Religião e professor da Universidade Federal do Espírito Santo, Edebrande Cavalieri. Eles fizeram uma contextualização histórica da CF, bem como das campanhas anteriores sobre Educação. É um episódio introdutório, que também destaca elementos para a vivência do tempo quaresmal.
O episódio pode ser acessado pelo Spotify e outros agregadores de podcast, como Anchor, Apple Podcasts, Google Podcasts, dentre outros.
Confira a íntegra do bate-papo:
Para o Padre Júlio Evangelista, a Campanha da Fraternidade celebrada pela Igreja no Brasil durante o tempo da Quaresma é uma oportunidade para conversão.
“A conversão, a mudança de vida, é uma atitude, um caminho pessoal e deve ser também um caminho comunitário. Se nós pensarmos que nossas falhas são pessoais, mas também comunitárias, enquanto sociedade, a sociedade brasileira também precisa passar por esse processo de revisão das escolhas que faz.”
O professor Edebrande Cavalieri ressalta que o surgimento da Campanha da Fraternidade, na década de 1960, no contexto do Concílio Vaticano II, uma espiritualidade radicalmente solidária.
“A Campanha não é uma invenção da CNBB. É algo que nasce dentro da Igreja, é a presença de Deus no meio da sociedade, no meio do povo, no meio da história. A espiritualidade quaresmal é verdadeira e profunda na medida em que ela se coloca na dimensão da solidariedade”, afirmou.
Esta é a terceira vez que a Igreja no Brasil abordará o tema da Educação na Campanha da Fraternidade. A primeira, em 1982, teve como tema Educação e Fraternidade e o lema “A verdade vos libertará”. A segunda campanha, em 1998, também teve como tema Fraternidade e Educação e o lema “A serviço da vida e da esperança”.
O assessor da Comissão para Educação afirma que o diferencial da campanha deste ano é apresentar a educação de maneira mais ampla, compreendendo-a como um grande elemento que constitui a vida humana. Por isso, toda a sociedade precisa estar comprometida com as novas gerações e avaliar qual o modelo de educação está sendo difundindo através das práticas educativas.
O objetivo geral da Campanha da Fraternidade, apresentado no texto-base, é: “promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário.”
Para o doutor em Ciências da Religião, não há nenhuma possibilidade de diálogo quando o sujeito se fecha em si mesmo. “O desafio maior nos dias atuais é a implantação de um diálogo que começa dentro de casa, entre pais e filhos, pois aí você tem um espaço pedagógico fundamental”, afirmou.
“O diálogo pressupõe sempre a proximidade, estar junto com o outro, ter cuidado com outro, compadecer-se om o outro. Na escola, deve ser a mesma coisa. A formação da sociedade baseada no diálogo é a sociedade democrática, em que todos convivam de maneira diferente, mas que possam conversar. E não apenas que a minha verdade sobreponha a verdade de todos, que é a única e que não pode ser submetida a nenhum tipo de questionamento.”
Conforme apresenta o texto-base, no parágrafo 25, “à luz da Palavra de Deus, a Campanha da Fraternidade quer nos ajudar a compreender duas lições sobre o ato de educar: a primeira diz respeito ao valor da pessoa como princípio da educação. A segunda se refere ao ato de correção, que é conduzir ao caminho reto.”
Sobre o primeiro aspecto, padre Júlio afirma que o Pacto Educativo Global propõe três coragens e que uma delas é colocar a pessoa humana no centro dos processos educativos. “Todo o processo educativa é para que a vida humana, digna, seja promovida.”
Edebrande destaca a imagem da mulher adúltera relatada no Evangelho e que, perante a lei mosaica, deveria ser apedrejada. Para ele, a forma utilizada por Jesus naquele momento, de escutar a realidade, começa a desenvolver um processo de orientação e de correção. “A pedagogia de Jesus é profundamente dialógica, pois ele não vai aceitar de antemão a lei imposta. O processo de correção envolve a escuta do outro, a escuta de quem está acusando, a escuta da realidade, aproximação e não fazer um momento de cima para baixo, de imposição. É necessário dizer qual caminho deve ser corrigido.”
Com informações da Pascom Brasil
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