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Com mais de 800 anos, o carisma carmelitano mantém sua tradição ao longo dos séculos, pela vivência religiosa e profética de seus membros, ao mesmo tempo que se renova a cada ingresso no postulantado, a cada profissão simples feita por um frade, nas mais diversas partes do mundo. Tradição, maturidade e juventude perpetuam a beleza deste carisma, que continua a inspirar homens e mulheres à uma consagração total de suas vidas a Deus.
A beleza desse momento de renovação se repetiu no sábado, dia 15 de fevereiro, na Capela do Convento de São Nuno de Santa Maria, no bairro Jaqueline, em Belo Horizonte (MG), em missa presidida pelo Prior Provincial Frei Adailson dos Santos, O.Carmo. Concelebraram: Frei Miguel Guzzo, O.Carmo, então pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (BH); Frei Vicente Maciel, O.Carmo, Prior e formador do Convento São Nuno (Postulantado); Frei Jerry de Souza, O.Carmo; formador dos frades jovens da Casa de Formação do Planalto; e Frei Rivaldave Paz Torquato, O.Carmo, frade do Comissariado Geral do Paraná. Na ocasião, fez sua Profissão Simples de Votos, o Frei Ecson Gabriel Ramirez Alvarez, Venezuelano, da Província Bética da Espanha, que estuda no Brasil; e ingressaram no postulantado os seis novos postulantes da Ordem do Carmo, da Província Carmelitana de Santo Elias.
“Queremos tudo!”
Ser carmelita é querer tudo: sim,“queremos tudo!”, já nos dizia Santa Teresa. “E não descansaremos até consegui-lo. A tradição carmelitana reconhece esta fome do coração humano e diz que fomos feitos desta maneira. Fomos feitos para procurar e explorar, desejar e sofrer até que o coração finalmente encontre algo ou alguém que possa harmonizar ou estar em consonância com a profundidade do seu desejo, até que o coração possa encontrar alimento suficiente para satisfazer sua fome. Chamamos a este alimento, a esta realização, a esta meta do desejo humano, Deus. Durante oitocentos anos os carmelitas têm intencionalmente perseguindo esta realização misteriosa e difícil de encontrar. ‘Desejava viver’ escreveu Santa Teresa de Ávila, ‘e não tinha quem me desse vida…’
A tradição carmelitana tenta dar nome a esta fome, dar palavras ao desejo e expressar que o final da viagem está em Deus. O coração humano precisa ter clareza sobre estes seus desejos. O Carmelo sempre tem desejado o mesmo e está disposto a caminhar e acompanhar aqueles com os quais se encontrar neste caminho. Não podemos satisfazer sua fome, mas podemos ajudá-los a encontrar palavras para ela e saber para onde aponta. Temos feito isso na arte, na poesia e na canção, no aconselhamento e no ensinamento, na simples escuta e compreensão. E podemos advertir as pessoas que, no final, as palavras falham e somente fica o desejo em si mesmo.”
(fonte: John Welch, O. Carmo. As épocas do coração – A dinâmica espiritual da vida carmelitana. Curitiba: Editora do Carmo, 2003)
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