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No dia 24 de abril, às 19h, na Paróquia Nossa Senhora Monte do Carmo, em Tocantins, ocorreu a Profissão Solene do Frei Jefferson Ferreira, O.Carm. A Celebração Eucarística foi presidida pelo Prior Provincial, Frei Adailson Quintino dos Santos, O.Carm, e concelebrada pelo Frei Fernando Bezerra, Frei Alberto Fernandes, Frei Felisberto Caldeira de Oliveira e Frei Márcio Silvan.
Na homilia, o provincial relembrou a história dos primeiros carmelitas, o desejo da radicalidade cavalheiresca, que aos poucos foi se transformando num desejo de radicalidade evangélica.
“Nós, frades, fomos apresentados a esta radicalidade carmelitana. Com coragem e sabendo que para tal empenho contariam com a graça de Deus, esses primeiros irmãos, assumiram as consequências desta escolha radical: romperam com o sonho de se tornarem grandes cavaleiros, nobres, romperam com o poderio dos bens e das riquezas e abraçaram uma vida que não lhes trariam nenhuma garantia de sucesso, mas que lhes tomara o coração por inteiro”.
Frei Adailson fala ainda que através dos conselhos evangélicos o religioso tornam-se um sinal de contradição para o mundo.
“Para um mundo que valoriza as riquezas e onde a ganância move os corações, o religioso é chamado a fazer um voto de pobreza, tendo como única riqueza o próprio Deus. A pobreza não está ligada a miséria como muitos pensam, mas em ter uma vida simples e desprendida dos bens terrenos. As misérias sociais são provocadas pela desonestidade, corrupção, desigualdades e maldades daqueles que deveriam zelar pelo povo. Tudo que um religioso tem é da comunidade e pelo bem comum de todos, nada lhe pertence. Todavia o consagrado possui a alegria de ser desapegado dos bens possuindo somente a Deus, como dizia Santa Teresa de Jesus Só Deus Basta.
A Obediência marca o segundo voto seguindo os conselhos evangélicos. Jesus se encarnou e mesmo sendo Deus foi obediente até a morte e morte de cruz. O Messias mesmo disse que veio para fazer não a sua vontade, mas a vontade do Pai. Como nos relata o evangelho, Jesus obedecia a Deus Pai. Como consagrados queremos mostrar para o mundo que é possível e preciso a obediência a Deus. Através da obediência somos verdadeiramente livres e felizes. Este é sem dúvidas mais um sinal de contradição para o mundo que prega a libertinagem e a desobediência, onde todos podem fazer tudo sem limites, buscando apenas saciar seus prazeres pessoais.
Por fim, a Castidade é o terceiro voto observado pelos conselhos evangélicos. O Deus do Reino e o Reino de Deus são a referência fundamental e o horizonte global do nosso celibato e de toda a existência cristã. “Só o amor de Deus chama de forma decisiva à castidade religiosa. Este amor exige de modo tão imperioso a caridade fraterna, que o religioso viverá mais profundamente unido aos seus contemporâneos no coração de Cristo. Desta forma, o dom de si mesmo feito a Deus e aos outros será fonte de uma paz profunda”3 . 60. Cristo Jesus, o homem casto, dedicou-se totalmente à causa do Reino. Amou a todos, especialmente os pequenos e os pobres. O seu amor não foi possessivo4 , mas libertador5 , todo dedicado ao serviço dos irmãos. A sua vida foi transparência e epifania do rosto do Pai.”
Ao final da celebração, Frei Jefferson falou aos fiéis sobre a graça da consagração e sobre o Carmelo:
“Consagra-os na verdade; a tua Palavra é verdade”, este é o versículo que escolhi para ser o lema da minha profissão, retirado do Evangelho de São João, cap.: 17, versículo 17, e que ressoa em meu coração de maneira muito profunda, pois todos nós estamos em continua caminhada em busca da verdade que é Cristo o Senhor. Em busca para descobrir a minha verdade enquanto ser criado e amado por Deus, foi assim que muitos homens e mulheres, religiosos e religiosas e de modo geral o povo no decorrer dos tempos encontrou-se com Ele, caminho do qual todos nos aqui presentes somos convidados a fazer.
A busca da verdade deve ser a nossa meta, uma vez que somos criados nela e é impossível uma vida sem a busca da mesma. Este percurso termina somente quando estivermos de tal forma unidos a Nosso Senhor que nossa verdade estará entrelaçada com a Verdade divina a ponto de dizermos como São Paulo: “Não sou eu mais que vivo é Cristo que vive em mim”.
O Carmelo enquanto escola de santidade nos ensina que é preciso caminhar, escalar a montanha da vida para chegarmos ao cume do Monte e nos depararmos com a misericórdia do senhor que brilha in eterno (para toda eternidade), no entanto, no longo caminho da vida somos convidados a nos cristificar, nos tornarmos um outro Cristo, aqui nesta terra, tornando-nos canais da graça e da misericórdia de Deus em meio aos homens.
Ele recorda ainda sua caminhada vocacional e a condução de Deus, e agradeceu a sua família de sangue e a sua família carmelitana:
“Tudo isso me faz recordar o inicio do meu chamado vocacional ainda quando criança. Todo este momento que estou vivenciando agora, na minha mente corre como em um filme, dentre tantas experiências, destaco uma que me vem forte agora; me recordo das vezes que construí igrejinhas no quintal de casa tentando ao máximo imitar as igrejas que via na minha cidade, procissões feitas com bonequinhos e uma pequena imagem de Nossa Senhora de Nazaré que sempre estava ali, porque as igrejinhas eram dedicadas a ela e as procissões também. Recordo-me dos meus pais arrumando a mim e a minha irmã para irmos juntos à Santas Missas e também das orações feitas em família; das vezes que saíamos de madrugada para vermos a “santinha passar” durante o Círio. Enfim, todo esse contexto do qual vivi frutificou a amadureceu o chamado de Deus na minha história.
Fui embalado pelas cantigas marianas desde criança, o carinho e a intimidade com a Mãe do céu me fizeram encontrar na Ordem do Carmo, a felicidade que procurava, uma vez que a Ordem é toda de Maria, porque Ela é Irmã, Mãe, e Mestra de todos nós carmelitas.
No entanto, todo esse percurso que fiz até aqui, só se tornou possível através da minha família que me educou na fé da Igreja e soube me indicar o bom caminho.
Nesta solene Celebração Eucarística rendo graças a Deus pelo chamado que Ele me fez para fazer parte desta família Carmelitana, consagrando-me ao seu Filho Jesus Cristo por meio da Virgem Maria. Nestes seis anos na Ordem do Carmo, onde Nosso Senhor me proporcionou tantas experiências, dentre elas o período do postulantando, noviciado, juniorato e neste frutuoso período em que estou aqui em Palmas, nada me faltou, Aquele que me chamou e que chama a cada um de nós é fiel, e é Ele quem conduz e continua a conduzir meus passos e assim como chamou Samuel, hoje também chama a mim Frei Jefferson pelo nome e eis que ouvindo o Senhor respondo: Fala Senhor que teu servo escuta.”
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