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O portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) passa publicar a partir desta quarta-feira, 10 de fevereiro, uma série de matérias sobre os projetos apoiados com recursos do Fundo Nacional de Solidariedade em 2019. Neste ano, foram recebidos 856 projetos dos quais 238 foram apoiados.
Traduzindo estes números significa dizer que a Coleta da Solidariedade beneficiou muitas famílias e comunidades, sendo 164.354 pessoas foram auxiliadas diretamente e 43.628 pessoas foram beneficiadas de forma indireta. Em 2020, em razão da pandemia, não foi realizada a coleta. O objetivo da série de matérias e apresentar os projetos apoiados e os resultados obtidos a partir da solidariedade e caridade cristã no Brasil.
O Projeto “Semeando Paz nos Corações das Pessoas”, desenvolvido na Creche São José do Itamarati, de 1 de julho até 20 de dezembro de 2019, com recursos do Fundo Nacional de Solidariedade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), despertou 281 participantes, entre professores, pais e crianças, para os conteúdos da cultura da paz e da comunicação não violenta.
A creche fica no município de Petrópolis (RJ), o quinto no ranking de registro de violência contra crianças e adolescentes segundo o Dossiê Criança e Adolescente publicado no ano de 2018 pelo Instituto de Segurança do estado do Rio de Janeiro.
Segundo Paulo Henrique Fidelis Cavalcante, responsável pelo projeto, o objetivo principal foi fomentar a cultura de paz por meio do conceito de comunicação-não violenta para crianças e suas famílias atendidas na creche. “Utilizamos metodologias ativas com foco na participação coletiva”, disse.
Foram realizadas quatro Oficinas de Comunicação não violenta com professores, auxiliares de desenvolvimento infantil e crianças. Os participantes aprofundaram os quatro passos da Comunicação Não Violenta: observação, sentimentos, necessidades e pedido. “A iniciativa permitiu o grupo perceber como se comunicar de maneira eficaz”, avaliou o coordenador.
Também foi realizada, com os pais, uma oficina baseada em história em quadrinhos para abordar a comunicação entre pares e com a criança e quais os passos para que a comunicação seja eficaz e não violenta, focada na comunicação verbal e por gestos.
Doação de sangue e materiais reciclados
Ainda nas oficinas de comunicação não violenta, foi desenvolvida uma atividade com participação de profissionais da rede municipal de educação e de uma instituição de ensino que atende crianças na primeira infância. Também foram realizadas 4 oficinas de construção de brinquedos com materiais reciclados.
Em uma delas, as crianças reutilizaram tecidos para construir uma bolsa e um porta moedas. O responsável pelo projeto, Paulo Henrique, disse que as oficinas trabalharam a importância de reciclar e desenvolveu, nas crianças, noções de economia.
Foi realizado também um evento, nas dependências da creche, para despertar a Paz junto à comunidade e uma campanha de doação de sangue em parceria com outras instituições da cidade o colégio e a creche Santa Catarina. As crianças abordaram as pessoas que passavam na rua desejando a paz e entregando mensagens que elas mesmas elaboram. Já a campanha de doação de sangue proporcionou ao Banco de Sangue da cidade a doação de sangue de 60 pessoas.
O projeto procurou elaborar um mapa falante que evidenciasse áreas seguras e de risco para as crianças. O Paulo Henrique explica que como forma de dar ludicidade ao levantamento, as crianças desenvolveram a atividade com auxílio de um profissional com formação em musicalização e recreação musical. Foram desenvolvidos encontros 2 vezes por semana. As crianças, por meio da música, puderam apontar o que as deixa seguras e inseguras. “As crianças relataram se sentirem inseguras por não terem espaços públicos nos seus bairros para brincar”, disse.
Segundo Paulo Henrique, o principal resultado com o projeto é a disseminação da cultura de paz juntos às crianças, pais, responsáveis e os colaboradores da creche São José do Itamarati. “Outro resultado alcançado é a inserção de conteúdos e práticas relacionadas à comunicação-não violenta no trabalho em sala de aula com as 168 crianças e o aumento da participação dos pais nas atividades extracurriculares da creche”, avalia.
Fonte: CNBB
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