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Em uma homilia, em que se destacava a urgência de agentes de pastoral que, como Igreja, “provocassem a fé”, sendo este provocar com sentido de animar, incentivar, senti que Deus havia dado resposta a inquietudes profundas que eu tinha. Passei muitas horas ruminando a frase inquietante, tentando decifrar seu conteúdo.
Concluí considerando que tudo não passa de um projeto de vida, não qualquer um, mas um dos mais exigentes. O que significa? O que implica provocar a fé? Segundo um dicionário da língua portuguesa, provocar está atrelado ao sentido de “produzir ou causar algo”, no entanto, a partir da humanidade é impossível produzir a fé ou mesmo causá-la. A fé é um dom de Deus. Por isso exige que qualquer pessoa com sensibilidade teológica tenha de buscar fora de si o que a natureza não lhe corresponde.
O Evangelho de João nos orienta: “Permanecei no meu amor” (Jo 15,9). Esse “permanecer” implica uma decisão, um convencimento, que ultrapassa os sentimentos e emoções. Remete à imagem que transmite “firmeza” e “estabilidade” em meio às encruzilhadas da vida, algumas vezes marcadas por sofrimentos, amarguras, calúnias, traição, mentiras, ironias, perseguições… Mas não somente essas referências daninhas desafiam a tal permanência; também almejar conquistas, êxitos, felicidades, prazeres… que confundem o olhar, sem consistência espiritual.
Permanecer no amor anula outras possibilidades: não se trata de persistir no ódio, nem na vergonha, tampouco na tristeza, mas sim nesse amor gratuito e precioso ao mesmo tempo, que se desidrata diante das exigências, e ainda assim deixa transparecer que não se ama o suficiente, porque, quem sabe, em vez de permanecer seria mais fácil abandonar-se nesse amor.
A partir desse fogo brota o esplendor do testemunho, que queima e transforma como brasa. O Apóstolo Paulo fundamenta a raiz da provocação da fé quando afirma que “já não sou eu quem vivo, mas Cristo quem vive em mim” (Gl 2,20). Nesse sentido, quando um servo ou serva do Senhor opta por esse projeto de vida deixa de viver para si e passa a assumir o projeto de Jesus, que é sua própria pessoa, no Pai e no Espírito Santo.
Provocar a fé é um lindo projeto de vida, que pressupõe a “chama da purificação”, que nos faz perguntar: desejo ser uma pessoa que provoca a fé? Estou disposto a pagar o preço? Que a Mãe Maria interceda por nós em favor dessa graça.
Por Ir. Ángela Cabrera, mdr
Texto adaptado da edição de agosto. Para ler os conteúdos na íntegra, clique aqui e assine a Revista Ave Maria.
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