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Certa noite, sentei-me no sofá para tentar rezar o Terço. Mas eu estava tão exausta por ter passado o dia cuidando de meus sete filhos, que beijei o minúsculo crucifixo e desfrutei de um momento de silêncio. Estava cansada demais para uma Ave-Maria sequer.
Meu marido entrou na sala e disse:
– Sei que você queria conversar, mas estou exausto.
Eu respondi:
– Não tem problema. Acabei de dizer a Jesus a mesma coisa.
Quando estava caindo no sono, refleti sobre um caminho familiar e arborizado que já percorri inúmeras vezes com meu marido nestes 20 anos. Noites escuras em que ficamos de mãos dadas por quilômetros sem dizer uma palavra. E depois de algumas décadas de casamento, acabei encontrando descanso em nosso estilo de comunicação discreto e muitas vezes silencioso – conversas baseadas em nada.
Quando duas pessoas se conhecem bem, elas não precisam conversar. Pelo menos nem sempre. Muitas vezes, podemos simplesmente permanecer lado a lado. Então, por que as coisas deveriam ser diferentes com meu Único e Verdadeiro Cônjuge?
O Papa Francisco fez recentemente um discurso sobre a oração contemplativa. Ele citou o Cura d’Ars, que disse a famosa frase de Cristo: “Eu olho para Ele, e Ele olha para mim … a oração não precisa de muitas palavras. Um olhar é o suficiente. ”
Todos esses sentimentos ecoam as observações de São João sobre a encarnação: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”. O versículo nos lembra que Cristo veio para estar conosco em um corpo, que nossa fé é física, não apenas intelectual ou o popular “espiritual, mas não religioso”. E esse aspecto físico pode ser extremamente útil. É por isso que nós, católicos, construímos descaradamente belas igrejas cheias de vitrais e estátuas.
É por isso que nuvens de incenso fazem cócegas em nossos sentidos quando nos ajoelhamos diante de altares de pedra enquanto somos borrifados com água benta.
De fato, ao fazermos o sinal da cruz, oferecemos uma oração física, invocando a Santíssima Trindade. E quando a vida nos deixa sem palavras ou simplesmente cansados, a oração pode ser algo tão simples como ajoelhar-nos à sombra de nosso Amado ou olhar para um crucifixo, oferecendo um pequeno beijo.
FONTE: ALETEIA
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