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A quaresma está longe de ser um tempo pesado e longo, onde nos privamos de coisas que gostamos e fazemos penitências apenas para cumprir um ritual externo. Trata-se de um caminho interior profundo que exige de cada fiel muita humildade para reconhecer que sem Deus nada pode fazer. Não é por acaso que o tempo quaresmal se inicia com a imposição das cinzas como recordação que somos pó e todo o nosso orgulho e tentativa de guiar a nossa própria existência sem Ele é me vão. “Convertei-vos e crede no Evangelho” é um convite para retornar a Deus, deixar que Ele guie os nossos passos e nos transforme por meio de seu infinito amor.
As penitencias e exercícios quaresmais, precisam estar em total sintonia com a nossa transformação interior para que não sejam vazios e sem efeitos concretos. Nesse tempo favorável somos chamados a reconhecer nossos limites e fragilidades e apresentarmo-nos sem medo diante do Pai misericordioso: “O perdão é o sinal mais visível do amor do Pai, que Jesus quis revelar em toda a sua vida. Não há página do Evangelho que possa ser subtraída a este imperativo do amor que chega até ao perdão. Até nos últimos momentos da sua existência terrena, ao ser pregado na cruz, Jesus tem palavras de perdão: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34)”.
Para Santa Teresa de Jesus peca em falta de humildade quem não deixa escapar as faltas alheias e não reconhece os próprios defeitos. Por isso, no caminho espiritual o autoconhecimento é importante para que diante de Deus caia a nossa prepotência e presunção de nos julgarmos perfeitos e sem necessidade de conversão. O sacramento da Reconciliação é a oportunidade de recomeçar, deixando para trás o homem velho e assumindo um novo propósito de vida. Na carta apostólica Misericordia et Misera para a conclusão do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco nos recorda: “Nada que um pecador arrependido coloque diante da misericórdia de Deus pode ficar sem o abraço do seu perdão. É por este motivo que nenhum de nós pode pôr condições à misericórdia; esta permanece sempre um ato de gratuidade do Pai celeste, um amor incondicional e não merecido. Por isso, não podemos correr o risco de nos opor à plena liberdade do amor com que Deus entra na vida de cada pessoa”.
Portanto, a Quaresma é um grande retiro, onde temos a oportunidade de refletir, olhar para dentro de nós mesmos e reconhecer com sinceridade aquilo que nos impede de viver plenamente o Evangelho. A liturgia desse tempo é riquíssima e, sem duvidas, pode oferecer grande contribuição espiritual se nos abrimos para escutar com atenção os sinais de Deus nos gestos e nas orações próprias desse período.
Busquemos o Sacramento da Reconciliação depois de um bom exame de consciência, recordando sempre que a falta de humildade pode nos levar a justificar os erros sem que haja arrependimento de coração. Façamos penitências e propósitos que nos levem a enxergar melhor os irmãos a nossa frente, que sejamos tocados pela dor do outro, que o Amor de Deus em nós possa nos ensinar o perdão aos que nos fizeram mal.
Nessa quaresma, descubra a maravilha de se abandonar nos braços de Deus e experimentar a sua infinita Misericórdia.
Bom caminho!
Frei Juliano Luiz da Silva, O.Carm.
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