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Pais e educadores precisam falar de religião, de fé. O silêncio deles pode ser interpretado pelas crianças e pelos jovens como um posicionamento, na maioria das vezes, negativo. A atitude de pais e educadores é o que mais conta na sua árdua missão de educar. Educa-se mais pelo exemplo, pelo testemunho, do que com as palavras, mas é também preciso falar.
Não é fácil falar de religião. O assunto está de volta e “em moda”: é discutido em programas de televisão, no rádio, nos jornais, nos livros mais vendidos que falam de fenômenos místicos e espirituais, de esoterismo, de magia e de comportamento, mas, a dificuldade é dos pais e educadores. Todo o mundo fala de religião, porém, os educadores, não. Parece que pais e educadores não estão preparados para falar aos filhos e alunos sobre tão importante assunto. Talvez porque quando receberam sua educação religiosa foi num sentido moralista e piedoso, pouco esclarecido. Pais e educadores podem sentir-se não preparados para falar do que interessa aos jovens de hoje, seus filhos e alunos.
Houve tempos em que a religião era considerada coisa de criança, de mulheres, de gente velha, coisa de segunda importância. Era vista como algo que alienava da preocupação com um mundo mais justo e mais humano, algo distante também da ciência. A religião até foi considerada como algo que fazia as pessoas se distanciarem dos problemas para aceitar sem reclamar as privações e as dificuldades da vida. As pessoas mais instruídas diziam que a ciência resolveria todos os problemas humanos, que aos poucos iria construir um mundo sem superstições e magias e libertaria a humanidade do sentimento de culpa, gerado por crenças obscuras e alimentado pela religião. Porém, o panorama mudou. A religião está se tornando, de novo, o centro de interesse de todas as pessoas que se preocupam com a vida, com o futuro da humanidade e com o seu próprio destino.
Os jovens fazem parte desta nova época, que leva a sério o misticismo e encara a religião com olhos muito diferentes dos mais velhos, cheios de curiosidade e de esperança. Não se discute mais se a religião é verdadeira, necessária ou útil. Todos a buscam a seu modo, de acordo com sua maneira de sentir e agir. A questão agora é de como entender o mistério da vida. Como falar dessa dimensão do ser humano, além do que se vê e do que se pode explicar racionalmente. Esse é um desafio que poucos talvez se sintam preparados para enfrentar. No entanto, a educação religiosa se torna cada vez mais uma necessidade imperiosa nos dias de hoje.
O cristianismo, desde as origens, teve consciência de quem era Jesus e da nova resposta que propunha à questão do sentido da vida, não só aos seus conterrâneos, mas a todas as pessoas do mundo. A fé revelada pelos cristãos é o anúncio da resposta dada por Jesus de Nazaré, por seus atos e palavras e testemunhada pelos que o acolheram e acolhem.
Jesus falava de religião falando da vida. Ele trouxe uma verdadeira e nova visão da vida, do ser humano, do próprio Deus. Mesmo nos momentos mais solenes, quando falava do amor, de Deus como pai, de seu Reino, Jesus sempre mostrava o sentido que a vida tem a todos os que o ouviam. Falar de religião à maneira de Jesus é algo totalmente novo e renovador. Não é, de maneira alguma, transmitir simples doutrinas e normas, mas, falar da vida e do sentido que ela tem ajudando as pessoas a descobrirem o modo de encarar o mundo, a si mesmas, os outros, Deus. O que Jesus procurava não era impor uma doutrina, uma moral ou mesmo uma prática religiosa, Ele procurava esclarecer as pessoas sobre o sentido da vida. Fez isso por meio de gestos, palavras, atitudes, respostas, comportamentos, milagres, dando sua vida por amor. Procurava, antes de tudo, esclarecer a mente e o coração das pessoas e deixava que fizessem a descoberta e dessem os passos necessários.
Todos os discursos de Jesus tratavam das questões básicas da existência humana, que estão na raiz de toda a inquietação das pessoas e na fonte de toda a religião: quem somos e de onde viemos?
Tudo o que Jesus disse e fez se refere à vida humana e suas relações com a natureza, com os semelhantes e com o mistério do transcendente. Ao falar da vida humana, Jesus fala sempre de Deus, assim como toda sua vida está voltada para o Pai, cuja vontade é seu alimento e a quem procura agradar em tudo. Jesus mostra que somente em Deus encontramos sentido para a vida. Por detrás da questão sobre o sentido da vida está sempre presente a questão de Deus e quando Jesus falou de um Reino de Salvação, do projeto de um mundo unido, justo e de amor respondeu a outras aspirações que palpitam no espírito de todo ser humano: enfim, para onde vamos? O que estamos fazendo aqui, afinal?
Seguindo o plano de Jesus, podemos também fazer um projeto de vida procurando o seu sentido, descobrindo o seu valor. Para isso, partimos das questões iniciais: quem somos e de onde viemos? Elas nos apontam para o mistério do transcendente, que indica outra grande questão de nossa existência humana: quem é Deus? Finalmente, podemos concluir com as questões para onde vamos e o que estamos fazendo aqui? Essas são questões a que ninguém pode ficar indiferente se quiser encontrar sentido e valor para sua vida, elas marcaram a história do ser humano na sua trajetória por este mundo e que todos nós, mesmo inconscientemente, buscamos suas respostas.
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