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Naquele dia, o primeiro da semana, os corações daquelas mulheres e homens estavam despedaçados, os sonhos desfeitos e a esperança quase morta. O Senhor, que outrora tinha dado sentido às suas vidas, aquele que ressuscitara o filho da viúva de Naim e a Lázaro, estava morto. O mestre que tocou os leprosos, devolveu a visão aos cegos, fez os paralíticos andarem, restituiu a dignidade a tantos e falou de amor, de justiça, igualdade e dignidade estava silenciado para sempre. Ao menos era isso que aquelas mulheres e homens pensavam.
Não havia muito a fazer; talvez ir ao túmulo e tentar colocar perfumes no corpo do Senhor fosse o último alento para dar o mínimo de dignidade àquele que dignificou a tantos ou, ainda, esse era o gesto necessário para selar, naqueles corações, a ideia de que o Senhor realmente estava morto.
Imagino o caminho até aquele jardim onde havia sido depositado o corpo do Senhor. Aquelas mulheres, amedrontadas, com a alma ferida, recordando os feitos do Mestre, a voz dele ecoando em seus corações, o olhar sereno, os risos e os ensinamentos – “Depois dele, podemos chamar Deus de Pai”, devem ter dito elas.
A chegada ao jardim, a pedra do túmulo fora do lugar e o tecido que antes envolvera o corpo do Mestre estava jogado, sinal de que Ele não estava mais ali. “Diga-nos para onde levaram o corpo do Mestre e vamos buscá-lo”; “Por que buscai entre os mortos aquele que está vivo?” (Lc 24,5).
A súplica de Madalena não era um caso de fé, era um desespero cheio de esperança.
O desespero de perder o corpo do Senhor e a esperança de que Ele realmente tivesse ressuscitado. Por fim, o reencontro com o Rabbuni, o Mestre. Os pés, as mãos e o lado feridos, mas não supurando, pois o amor do Pai os curou. A morte foi vencida, o Pai ressuscitou ao Filho, o amor venceu e a esperança ressurgiu.
O reencontro é a esperança que volta aos olhos, a alegria ao coração e a certeza: Ele está no meio de nós! Não há o que temer. O Cristo apareceu algumas outras vezes aos seus, como narram as Escrituras, mas já não era preciso haver a presença física do Mestre. Ele estava presente nas vidas transformadas, nos sonhos devolvidos e na dignidade restabelecida.
Se na manhã daquele dia a única coisa a ser feita era ungir o corpo do Senhor, depois do encontro com o Ressuscitado aquele grupo que fora tocado profundamente pelo Mestre fez um juramento, mesmo custando as suas vidas, um propósito para que o mundo inteiro fosse contagiado por aquela alegria e esperança. Saíram liderados por Pedro, a pedra base, anunciando a Boa-Nova chamada de Evangelho. Espalharam-se pelo mundo como o perfume de um jasmineiro florido, como uma música alegre em dia de domingo, levando a todos a esperança e a novidade: Ele está vivo no meio de nós.
Feliz Páscoa!
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