ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Ouve-se que o ritmo de vida anda difícil. A aceleração tomou conta dos seres humanos enquanto a natureza dança sob o ritmo do Criador. A Terra gira num ritmo invariável dentro de um universo que define bem o que é ritmo. A natureza do micro ao macro responde o que é ritmo e vida.
O ser humano tornou-se “surdo” ao próprio ritmo do corpo; o coração bate involuntariamente, mantém o ritmo da vida e a maioria não presta atenção a isso. Não há mais tempo nem mesmo para sentir a vida dentro de si. Medo, violência, ambição, inveja, mentira, corrupção e maldade são ruídos que tomam o lugar da vida nas pessoas onde deveria pulsar o ritmo do amor.
O cristão é alguém que escolhe escutar o ritmo do amor para desenvolvê-lo de modo consciente e ativo. Ritmo é direção. Cristão é aquele cuja direção é a caridade plena, amando ao próximo mais do que a si mesmo.
É o ritmo do Espírito Santo. Murray Schafer escreve no livro O ouvido pensante: “Originalmente, ‘ritmo’ e ‘rio’ estavam etimologicamente relacionados, sugerindo mais o movimento de um trecho do que sua divisão em articulações”. A única certeza que um cristão tem de estar fluindo, caminhando, movimentando-se na direção certa é uma verdadeira vida de oração. Dela depende todo o restante. Dela brota a verdadeira caridade. É por meio da oração que se conquista o “fazer o bem sem olhar a quem”. Gestos caritativos sem vida de oração correm o risco de ser narcísicos: “eu faço; eu sou; eu tenho; eu…”. A verdadeira oração direciona o espírito para o “nós” e o ego não mais se sustenta cedendo ao amor divino. Por isso, orar com o coração e a voz em comunidade é fundamental ao ritmo da Igreja.
Anselm Grün esclarece bem a oração em comunidade no livro Liturgia das horas e Contemplação: “A salmodia comunitária se limita a ‘recitar’ os textos sagrados, para que eles se façam presentes não só na escrita e na letra, mas também ao som da voz da comunidade que reza e para que possam ser absorvidos também pela audição e pelo coração. Mas são justamente o comedimento reverente com o qual isso acontece e a simples uniformidade da execução musical que permitem – e isso é confirmado pela experiência de muitos cantores e ouvintes da salmodia ao longo dos séculos – a criação de uma atmosfera na qual o coração é conduzido a um silêncio atento e receptivo”.
Recitar significa simplicidade. Quem entendeu a mensagem contida no sexto capítulo do Evangelho de Mateus entenderá com facilidade o texto de Anselm Grün acima transcrito. Do contrário, ainda não entendeu muitas coisas e corre grandes riscos de deturpar a mensagem de Jesus.
Santa Teresa de Calcutá disse que “É difícil rezar se você não sabe como rezar, mas devemos nos ajudar a rezar. A primeira coisa a fazer é recorrer ao silêncio. Não podemos nos colocar diretamente na presença de Deus se não praticarmos o silêncio interno e externo. (…) No silêncio encontraremos uma nova energia e a verdadeira unidade”.
O coração manso e humilde solfeja o ritmo do Céu!
Comments0