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Nasceu em Ávila (Espanha) no ano 1515. Tendo entrado na Ordem das Carmelitas, fez grandes progressos no caminho da perfeição e teve revelações místicas. A doutrina profunda que escreveu nos seus livros é fruto das suas experiências místicas. Morreu em Alba de Tormes (Salamanca) no ano 1582.
O “Só Deus basta” de Teresa não é poesia apenas, mas fruto da sua vida e não se alcança num dia, mas sim com muito sacrifício e entrega de si mesmo. A santa nos ensinou que nada se improvisa, nem na vida humana nem na vida espiritual. Para Teresa, “encontraremos cruzes no início, no meio e no fim do caminho”. Só sendo perseverantes seremos felizes.
Oração:
Dimensões do pensamento e da vida teresiana
1. Dimensão antropológica
Teresa sente-se completamente tomada pela beleza do mistério humano, da sacramentalidade do corpo. É em nós que experimentamos a presença vida de Deus. A sacratíssima “humanidade de Jesus” a encanta e Teresa faz dela o caminho mais fácil pára se aproximar de Jesus. Não há em Santa Teresa um desprezo pelo corpo humano que encontramos em muitos autores do seu tempo. Ela sabe que devemos nos amar para poder ter a certeza de que amamos a Deus. O amor a Deus é medido pelo nosso amor fraterno
Santa Teresa valoriza a amizade: uma amizade sincera, espiritual, que não é fechar-se em si mesmo, mas abrir-se ao outro e às suas necessidades.
A sua dimensão antropológica é prefletida na ideia que a santa tem de comunidade. Ela quer que as comunidades sejam pequenas para que todos possam se amar, respeitar, valorizar e conhecer.
2. Dimensão da oração
A oração teresiana é um trato de amizade com Aquele que sabemos nos amar. É necessário se tornar, dirá Teresa aos que iniciam a sua vida de oração, “servos do amor”. Ela afirma:
“Para mim, a oração mental não é senão tratar de amizade – estando muitas vezes tratando a sós – com quem sabemos que nos ama” (Livro da Vida 8,6).
Para ela não existe perigo ou obstáculo que não possa ser puperado, desde que se tenha a oração como valor e que nunca seja abandonada, mesmo nos momentos mais duros da vida. Quem tomar esse caminho não pode voltar atrás, aconteça o que acontecer. É preciso percorrer o caminho até à nascente desta água viva.
3. Dimensão eclesial
Todos os seus escritos são precedidos por uma delcaração de fidelidade à Igreja, que não é uma formalidade, mas sim uma prova de dedicação amorosa. Sente-se Igreja. É feliz porque no entardecer de sua vida pode dizer: “até que enfim morro filha da Igreja!”. Para ela, tudo deve ser feito pela Igreja e com a Igreja. Teresa est´´a disposta a sacrificar as próprias opiniões, sonhos e ideias se forem contrárias ao caminho da Igreja. Não é uma fidelidade cega e subserviente, mas sim consciente e responsável. Ela sabe que é para a Igreja e sem a Igreja não é nada.
Fonte: A vida e os pensamentos de Santa Teresa de Jesus. Frei Patrício Sciadini, ocd. Edições Shalom.
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