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O tratamento normal dado aos papas é “sua santidade”. As palavras expressam o desejo latente no coração das pessoas de que o Papa seja santo. Mesmo assim, sabemos que, enquanto continua na terra, o papa também é pecador. Como qualquer outra pessoa, ele é santo e pecador. Mais do que o comum das pessoas, no entanto, ele busca a santidade como projeto para a sua vida pessoal. É o que testemunha o postulador da causa da canonização de João XXIII, Padre Califano: “a santidade era um objetivo que Roncalli cultivava em qualquer época da vida, como padre, bispo e papa”, assumido como seminarista aos 15 anos de idade e renovado anualmente, inclusive quando já era papa (Rádio Vaticano). Algo parecido se diz de João Paulo II, que como estudante já tinha fama de santidade e que em suas pregações repetia que “a tarefa da igreja é evangelizar e levar todos à santidade”.
No dia 27 de abril, domingo da Divina Misericórdia, Sua Santidade o Papa Francisco irá presidir a cerimônia de canonização destes dois papas que buscaram a santidade desde a sua juventude. A partir deste dia, eles poderão ser invocados como santos protetores da Igreja, de comunidades, famílias e pessoas devotas. Eles irão se somar a São José de Anchieta e a outras milhares de pessoas que já receberam o título de santos e santas ao longo da história da Igreja.
O dia escolhido para a cerimônia de canonização coincide com o domingo da Divina Misericórdia. Lembro que a festa foi instituída por João Paulo II no ano 2000, com o decreto de que a partir de então o segundo domingo da Páscoa fosse comemorado como o Domingo da Divina Misericórdia. Antes disso, em 1980, João Paulo II já havia escrita a carta encíclica sobre a misericórdia divina – Dives in Misericordia – na qual afirma que “a Igreja deve considerar como um dos seus principais deveres o de proclamar e introduzir na vida o mistério da misericórdia, revelado no seu grau mais elevado em Jesus Cristo” (n. 14).
A canonização de João XXIII e João Paulo II colocam em destaque duas virtudes importantes na vida do cristão e duas características do Deus revelado nas Sagradas Escrituras: a bondade e a misericórdia. Deus é bom e misericordioso. A constatação foi feita por Moisés (Êxodo 34,6): “Deus é compassivo e misericordioso, lento para a cólera e cheio de bondade e fidelidade”.
João XXIII passou para a história como o Papa Bom e que revelou a face materna de Deus em sua vida e em seus ensinamentos. João Paulo II se destacou pela ênfase dada ao Deus da Misericórdia. Nós, os cristãos, precisamos cultivar a bondade e a misericórdia, ao mesmo tempo em que adoramos o Deus bondoso e misericordioso.
Que os santos padres os papas João XXIII e João Paulo II inspirem as lideranças da Igreja a serem bondosas e misericordiosas e que as comunidades cristãs sejam sempre mais “mães e mestras” que refletem a misericórdia de Deus, são nossos votos por ocasião da festa da divina misericórdia e da canonização destes dois grandes servidores da Igreja!
Por Dom Canísio Klaus – Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)
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