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São João é sem dúvida um dos maiores santos da Igreja, merecendo o título de “o discípulo a quem Jesus amava”, que é como se denomina no Evangelho que escreveu.
Santo e glorioso Apóstolo e Evangelista e amado amigo de Cristo, São João, o Teólogo, era filho de Zebedeu e Salomé. Nosso Senhor Jesus Cristo o chamou para ser um de Seus Apóstolos, juntamente com seu irmão mais velho, Tiago. Os dois irmãos foram convocados no Lago Genezaré (Mar da Galiléia), e deixaram sua família para seguir ao Senhor.
Nosso Salvador tinha grande amor pelo Apóstolo João por seu amor oferente e sua pureza de corpo e alma. Após seu chamado, o Apóstolo esteve com o Senhor em todos os momentos, e era um dos três Apóstolos mais próximos a Cristo – ele esteve presente quando Nosso Senhor ressuscitou a filha de Jairo, e foi testemunha de Sua Transfiguração no Monte Tabor.
Durante a Última Ceia, ele deitou sua cabeça no colo do Senhor, e perguntou-Lhe o nome do traidor. Após a prisão de Cristo no Jardim do Getsêmani, São João seguiu o Senhor até a corte dos sumos sacerdotes Anás e Caifás, testemunhou o interrogatório de seu Mestre e o seguiu até o Gólgota, com o coração pesaroso.
Ele permaneceu aos pés da Cruz junto com a Mãe de Jesus e o Senhor Crucificado lhes disse: “Mulher, eis aí teu filho”, recebendo-o em nome de toda a humanidade, ali representando todo o homem criatura e filho de Deus. O Senhor então lhe disse “Eis aí tua mãe” (Jo 19:26-27). Daquele momento em diante, São João, como um filho amoroso, símbolo de toda a humanidade, cuidou da Santa Virgem Maria e a serviu até sua Dormição.
Nosso Senhor deu a seu amado discípulo João e a seu irmão, Tiago, o nome de “Filhos do Trovão”, pois o trovão é um terrível mensageiro em seu poder purificador do fogo celeste. E justamente por este motivo que o Salvador destacou o caráter exaltado, ígneo e sacrificial do amor cristão, cujo principal mensageiro foi o Apóstolo João.
A águia, símbolo da sublimidade de sua teologia, seu olhar para o o transcendente, é o símbolo iconográfico do Santo Evangelista João. São João é o único dentre os Apóstolos de Cristo que recebe o epíteto “Teólogo”, pois ele foi profeta dos misteriosos Julgamentos de Deus.
São João é sem dúvida um dos maiores santos da Igreja, merecendo o título de “o discípulo a quem Jesus amava”, que é como se denomina no Evangelho que escreveu. Junto à Cruz, recebeu do Redentor Nossa Senhora como Mãe, e com Ela – como Fonte da Sabedoria – a segurança doutrinária que lhe mereceu dos Padres da Igreja o título de “o Teólogo” por excelência.
Sabemos pelos Evangelhos que São João era filho de Zebedeu e de Maria Salomé. Com seu irmão Tiago, auxiliava o pai na pesca no lago de Genezaré. Pelos Evangelhos sabemos também que seu pai possuía alguns barcos e empregados que trabalhavam para ele. Maria Salomé é apontada como uma das santas mulheres que acompanhavam o Divino Mestre para O servir.
Como seus outros dois irmãos Simão e André, também pescadores, era discípulo de São João Batista, o Precursor. Deste haviam recebido o batismo, zelosos que eram, preparando-se para a vinda do Messias prometido.
Certa vez, estavam João e André com o Precursor, quando passou Jesus a alguma distância. O Batista exclama: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo”. No dia seguinte repetiu-se a mesma cena, e desta vez os dois discípulos seguiram Jesus e permaneceram com Ele aquele dia (Jo, 1, 35 a 39).
Algumas semanas depois estavam Simão e André lançando as redes às águas, quando passou Jesus e lhes disse: “Vinde após mim. Eu vos farei pescadores de homens”. Mais adiante estavam Tiago e João numa barca, consertando as redes. “E chamou-os logo. E eles deixaram na barca seu pai Zebedeu, com os empregados, e O seguiram” (Mc 1, 16 a 20).
A partir de então passaram a acompanhar o Messias em sua missão pública. Logo se lhes juntaram outros, que perfariam o número de doze, completando assim o Colégio Apostólico.
Após a Dormição/Assunção da Mãe de Deus, o Santo Apóstolo João segundo a tradição e os estudos históricos partiu para diversas cidades da Ásia Menor para pregar o Evangelho, levando com ele seu discípulo Prócoro.
Quando estavam se dirigindo para Éfeso por mar, uma terrível tempestade afundou seu navio. Todos os viajantes conseguiram chegar em terra firme, exceto o Apóstolo, que afundara. Muito triste após a perda de seu guia e pai espiritual, Prócoro decidiu partir sozinho para Éfeso.
No décimo quarto dia de sua jornada pelo litoral, ele viu que o mar havia trazido um homem à praia. Ao se aproximar, Prócoro viu que se tratava do Apóstolo João, que fora mantido vivo pelo Senhor por catorze dias no mar.
Então, mestre e discípulo partiram para Éfeso, onde o Apóstolo pregou incessantemente para os pagãos. Durante sua pregação ele fez inúmeros milagres, convertendo mais e mais pessoas a cada dia.
Naquele tempo, porém, o imperador Nero (56 – 68 d.C.) iniciara a perseguição aos cristãos. São João foi levado à Roma para ser julgado. Por professar sua fé em Jesus Cristo, ele foi condenado à morte por envenenamento, mas o Senhor o salvou – após beber um cálice de veneno mortal, nada lhe aconteceu.
Ele também saiu ileso de um caldeirão de óleo fervente no qual ele fora jogado pelo torturador.
Após tudo isso, o Apóstolo foi exilado para a ilha de Patmos, onde viveu por muitos anos. Enquanto estava a caminho do local de exílio, São João fez vários milagres. Conta-se que preso em Patmos na época de Domiciano escrevia sua cartas durante a grande perseguição escrevia carta para as Igrejas sofridas, perseguidas e torturadas escondido e anônimo no meio dos encarcerados.
Ao chegar na ilha, sua pregação e seus milagres atraíram os ilhéus, que foram convertidos pela luz da Boa Nova. Ele também expulsou os demônios dos templos pagãos e curou muitos enfermos.
Feiticeiros com poderes demoníacos se opuseram à pregação do Santo Apóstolo. Seu líder, um feiticeiro chamado Kinops, declarou que destruiria o Apóstolo. Mas o grande São João, pela graça de Deus, destruiu todos os ardis demoníacos de Kinops, e o arrogante feiticeiro se suicidou lançando-se ao mar.
Então, São João retirou-se com seu discípulo para uma colina desolada, jejuando por três dias. Durante uma de suas orações a terra tremeu e os céus trovejaram. Prócoro se atirou ao chão, assustado.
O Apóstolo o ajudou a levantar-se, dizendo-lhe para escrever o que ele iria dizer. “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor Deus, aquele que é, aquele era, e aquele que vem, o Todo-Poderoso” (Apocalipse 1:8), proclamou o Espírito de Deus através do Apóstolo João.
E assim, no ano de 67 d.C., foi escrito o Livro das Revelações, também conhecido como “Apocalipse” do Santo Apóstolo João, o Teólogo. Esse livro fala sobre uma período de tribulação da Igreja e do fim do mundo. Ele pode assim ser visto com uma realidade muito histórica, pois se referia em forma figurada o mistério transcendente que cercava o massacre por qual passavam, dando força e ânimo às Igrejas. Mas também um mistério muito maior que cerca toda a realidade do fim do mundo e do mistério da Igreja rumo à Pátria Celeste.
Após seu longo exílio, São João ganhou a liberdade após a morte de Domiciano e retornou a Éfeso, onde continuou seu trabalho, instruindo os cristãos a terem cuidado com falsos profetas e seus ensinamentos errôneos, trabalhos muito dirigidos às Igrejas que tanto formara. No ano de 95, o Apóstolo escreveu seu Evangelho em Éfeso, ao contrário dos outros três feitos décadas antes que serviam como forma querigmática, tinha um forte conteúdo catequético e mistagógico, pois é apresentado a cristãos já caminhados, como um aprofundamento na sã doutrina. Uma parte final dele acrescentada depois enfatiza o primado de Pedro na Igreja a partir da experiência testemunhada claramente pelo Apóstolo. Primado que já sempre deixava claro no decorrer do Evangelho. Tal fato esclareceria aspecto de muita importância para uma época em que já todos os apóstolos deveriam ter morrido deixando apenas os bispos instituídos, e que o próprio papa da Igreja já deveria ser o segundo ou terceiro sucessor.
Ele ensinava aos cristãos para amarem ao Senhor e uns aos outros, cumprindo desse modo os mandamentos de Cristo. A Igreja chama São João de “Apóstolo do Amor”, porque ele dizia constantemente que o homem não pode se aproximar de Deus sem amor.
Em suas três Epístolas, São João fala da importância do amor a Deus e ao próximo. Agora mais do que qualquer outra epístola torna muito direta a importância do amai-vos uns aos outros, assim como no Evangelho enfatizou bem este tema, aqui também viria a a dissertá-los segundo a doutrina. Conta-se que as cartas foram feitas para comunidades que estavam sendo fortemente atacadas por heresias, e que cada carta encontrava a Igreja ali mais e mais desfacelada.
Já em idade avançada, ele soube de um jovem que se perdera ao juntar-se a um grupo de bandoleiros, e decidiu então sair em busca do rapaz.
Ao ver o Santo ancião, o jovem tentou fugir, mas o Apóstolo o alcançou. Ele prometeu ao jovem que seus pecados seriam perdoados se ele se arrependesse e não levasse sua alma à perdição. Movido pelo intenso amor do Ancião, o jovem bandido se arrependeu e deixou a vida de crimes.
São João viveu até por volta do século 100 anos, mais do que qualquer outro Apóstolo, e por muito tempo ele foi a única testemunha terrestre da vida terrena do Salvador. Quando chegou a hora de seu descanso, São João retirou-se para fora de Éfeso, acompanhado por seus discípulos e suas famílias. Ele pediu que lhes preparassem um túmulo em forma de cruz, onde ele se deitou, pedindo em seguida para que seus discípulos o enterrassem. Com muita tristeza e lágrimas nos olhos, os discípulos se despediram de seu querido mestre, e embora tristes, obedeceram suas ordens, envolvendo-o em um sudário e cobrindo-o com terra. Pode ter sido o único apóstolo que tenha morrido confessor (não mártir de sangue).
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