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Elisabete também se inscreveu no conservatório e assim se tornou uma grande pianista. Ao passar um dia em frente ao teatro de Dijon, disse a uma amiga: “Eu queria ser uma grande pianista e fazer um grande concerto neste lugar!”. A amiga perguntou o porquê deste desejo, obtendo a seguinte resposta: “Quero estar lá para naquele meio ter pelo menos uma alma que ama a Deus.” Em 1894, sentiu um apelo interior de se entregar ao celibato, mesmo que privadamente e seguindo esta inspiração fez um voto privado de virgindade. Em 1895, ganhou o certificado no conservatório.
Dentro do coração da jovem Elisabete crescia cada vez mais o desejo de se entregar por inteiro a Deus dentro do Carmelo, mas sua mãe não aceitava, pedindo que a filha esquecesse o Carmelo e nunca mais falasse nisso. Depois de muita luta e oração, a mãe consentiu que a filha entrasse no Carmelo, mas só aos 21 anos. Elisabete esperou mais de 4 anos para entrar no seu tão esperado claustro, mas sua vida no mundo já era uma vida de carmelita.
No dia 02 de Agosto de 1901, aos 21 anos de idade, entrou no Carmelo, recebendo como nome religioso o de Irmã Elisabete da Trindade. De fato, a Trindade seria a fonte de toda vida de Elisabete. Ela vivia mergulhada nos “Três”. “Os meus Três”, assim chamava a Trindade. Elisabete descobriu na Trindade o seu Céu. Vivendo escondida no coração do Pai, ela pedia que o Espírito Santo formasse nela o Verbo, a ponto de quando o Pai olhasse para ela, reconhecesse nela a face de Seu Filho muito amado. Era essa sua prece.
Elisabete queria ser uma criatura nova, queria ser como que uma nova encarnação do Verbo e assim assumiu seu novo nome dentro do Carmelo, um nome ao mesmo tempo profético, que dizia de toda sua missão nesta Terra e mais tarde no Céu. Depois de ler as cartas de São Paulo e meditá-las, ela assumiu seu nome novo, o nome de “Laudem Gloriae” (Louvor de Sua Glória, se referindo a Deus). Ela queria ser no seio da Trindade o louvor de Sua glória. Elisabete viveu o grande mistério da inabitação de Deus ( mistério da morada de Deus que habita dentro de nós). Ela sentia Deus dentro dela, como se Ele e ela fossem uma única coisa. A grande mensagem desta vivência é o amor, um convite a deixarmos-nos amar por Deus. Na sua última carta, que escreveu à sua superiora, a Madre Germana ela dizia: “Reverenda Madre, deixe-se amar mais que os outros”! Elisabete em tudo se deixou amar por Deus e assim amada, buscou ser um louvor de glória a este Deus que ela sentia tão íntimo de si.
Hoje Elisabete vem dizer a mim e a você: “Deixe-se amar por Deus”! Deixe que este Deus te ame acima de tudo e seja você para ele também um louvor de Sua Glória! Que sua vida seja um louvor a Deus!
Elisabete deseja que muitos como ela sejam também “Laudem Gloriae” na vivência da vocação própria de cada um. Ser um “Laudem Gloriae” é ser sempre, nas atitudes, uma ação de graças a Deus. Cada um de seus atos, movimentos e pensamentos, cada uma de suas aspirações, ao mesmo tempo em que se enraízam mais profundamente no amor, são como um eco do “Sanctus” eterno. Um “Laudem Gloriae” vive a vida de Deus! É preciso, assim como ela, fazer da nossa vida e das nossas atitudes um louvor de glória a Deus.
Elisabete da Trindade deixou de cantar seu louvor de glória nesta terra no dia 09 de Novembro de 1906 com apenas 26 anos de idade e 4 anos de Carmelita. A partir daí ela se tornava, na eternidade, o perfeito louvor de glória da Trindade. Elisabete tinha como irmã espiritual a querida Santa Teresinha do Menino Jesus. Esta dizia que do Céu faria cair uma chuva de rosas sobre a terra. Elisabete dizia que no Céu sua missão seria a de “levar as pessoas a viver a vida interior, viverem mergulhadas em Deus no mais íntimo de si.” Os Santos são formidáveis!
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