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É provável que a maioria de nós já ouviu falar de benzedeiros(as) ou até mesmo os(as) frequentou, por si ou levado por alguém. Mas, o que faz o(a) benzedeiro(a)?
Segundo o Dicionário Houaiss, “benzedeiro” ou “benzedeira” é quem pretensamente afasta o mal, defende de feitiços e cura doenças com benzeduras, eventualmente predizendo também o futuro. São sinônimos de benzedeiro, entre outros, abençoadeiro, benzedor, curandeiro, rezador etc. Em outras palavras, benzedor é aquele que benze.
Na Igreja Católica, benzer é o ato de invocar a graça divina, fazendo o sinal da cruz, sobre alguém ou algo. Assim, abençoar é uma ação divina que dá vida e da qual o Pai é a fonte. A bênção exprime o movimento de fundo da oração; é o encontro de Deus e do homem; nela, o dom de Deus e a acolhida do homem se chamam e se unem. A oração de bênção é a resposta do homem aos dons de Deus: uma vez que Deus abençoa, o coração do homem pode bendizer aquele que é a fonte de toda bênção (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1078 e 2626).
Na liturgia católica, a bênção está reservada ao clero (diáconos, presbíteros e bispos); esses, pelo ministério ordenado, podem abençoar as pessoas e as coisas (sacramentais). Mas, podemos afirmar que cada cristão, por ser abençoado por Deus, pode perfeitamente abençoar e santificar o mundo e as pessoas pelo testemunho de sua vida, pela vivência de sua fé. Os pais, os padrinhos, os tios também abençoam, todavia, é importante ressaltar que todos, clero e leigos, abençoam sempre em nome de Deus.
No âmbito do cristianismo é muito comum uns rezarem pelos outros. Não podemos esquecer que o Espírito Santo concede variados dons e com frequência o dom de cura é dado a pessoas muito simples, que exercem seu dom com muita humildade transmitindo a cura do corpo e também da alma. Contudo, deve-se observar se a pessoa age em nome de Jesus Cristo, se é uma pessoa de oração e se está em comunhão com a Igreja Católica, participando dos sacramentos. É importante também observar se esse dom é exercido com generosidade e gratuidade.
Todavia, a Igreja Católica desaconselha a procura por benzedeiros ou benzedeiras. Em casos de mal-estar (seja espiritual ou físico), tendências depressivas, angústias ou sintomas de ansiedade, preocupação, apreensão, desespero, entre outros, procure sempre um padre, para que ele possa orientar, rezar e abençoar de acordo com os preceitos da fé católica. Além disso, os profissionais da saúde também devem ser procurados.
O cristão católico deve respeitar a religião de capa pessoa, mas também deve evitar todo sincretismo, ou seja, a mistura de expressões religiosas e a superstição.
Na compreensão da Igreja, “Superstição é o desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Pode afetar também o culto que prestamos ao verdadeiro Deus, por exemplo, quando atribuímos uma importância de alguma maneira mágica a certas práticas, em si mesmas legítimas ou necessárias. Atribuir eficácia exclusivamente à materialidade das orações ou dos sinais sacramentais, sem levar em conta as disposições interiores que elas exigem, é cair na superstição” (Catecismo da Igreja Católica, 2111).
Me pediram para ir a um benzedor para benzer uma escola que estava aparecendo muitas cobras e muitos pais estavam querendo tirar seus filhos da escola por isso . Então é pecado?
Publicamos recentemente um artigo no Consultório católico sobre ir ou não em benzedor. Isso se aplica para os católicos e não podemos impor isso à outros confissões religiosas. Nesse caso, a liberdade de pedir a presença de um benzedor partiu dos responsáveis pela escola, se são católicos, não agiram bem, mas se não são, não temos o que falar. O fato de ser pecado ou não está associado à ação do fiel católico, que não deve recorrer aos benzedeiros. Nesse caso, a ação parece ter sido da escola, não é mesmo? Nesse caso não há responsabilidade dos pais. Agora, quanto á questão de ter muitas cobras é uma questão de responsabilidade da Prefeitura, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros ou outras entidades que podem cuidar da proteção dos cidadãos.