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Catequese ensina a felicidade, dá razões para viver, ajuda a encontrar sentido para a vida. Isso se dá porque o centro do processo catequético é Jesus Cristo e sua mensagem, que transforma a vida e nos faz construtores do Reino de Deus. A catequese é, sobretudo, uma vivência: experiência de amor, de comunhão, de amizade. A experiência de criar laços, de organizar um grupo é a chave do processo todo.
A caminhada que é feita na crisma precisa ajudar o jovem a superar seus conflitos, crises e a descobrir-se, a crescer como pessoa. É uma caminhada de fé na vida! Assim, o crismando passa a ter um aperitivo do que é viver a vida como uma experiência de Deus, onde fatos e eventos revelam os apelos de Deus e se tornam comunicação de Deus e com Deus.
Algumas dicas para melhorar a organização e o processo catequético:
Projeto da Catequese de Crisma
-Cuidar da formação dos catequistas especialmente para o trabalho com adolescentes e jovens. Para convidar alguém para ser catequista é importante observar:
– vivência de fé;
-maturidade psicológica, equilíbrio afetivo;
-capacidade de dialogar;
-atuação concreta na comunidade;
-disposição para trabalhar em grupo e em comunidade;
-verificar a disponibilidade de tempo para a catequese de crisma: participar de reuniões, cursos, preparar e orientar os encontros, visitar os crismandos…
-Definir os objetivos, o cronograma, a metodologia, as grandes celebrações, os retiros, os passeios, o conhecimento da comunidade paroquial, e outros…
-Numa mesma paróquia há diferentes “juventudes”. A organização da catequese de crisma precisa prever diversos grupos de adolescentes e jovens(área central, bairro mais de periferia, zona rural, etc).
-Fazer parcerias com outros setores da sociedade que ajudem a traçar um perfil dos jovens. Um levantamento é importante para saber quem são, o que pensam, sentem, como vivem, o que sonham…
-Prever e organizar a parceria do grupo de catequistas com a pastoral familiar, grupos de casais, pastoral da juventude e/ou outras pastorais da paróquia que são importantes para o processo catequético e podem ajudar.
-Prever o envolvimento do Conselho Pastoral Paroquial.
-Observar as indicações das Diretrizes para a Catequese da Crisma que a diocese possui.
Sobre as inscrições e o trabalho com a família
-As inscrições precisam ser feitas pelos catequistas e não pela secretaria da paróquia. Verificar como dividir o grupo de catequistas em diversos horários para a acolhida, conversa inicial e inscrição.
-Após a inscrição é possível organizar visitas à casa do crismando inscrito, para uma conversa inicial e entrega do convite para o primeiro encontro e para a celebração de abertura na paróquia ou comunidade.
– A pastoral familiar ou outra pastoral pode ajudar os catequistas nas visitas às famílias. Será preciso um treinamento e orientação do grupo de catequistas para esse importante trabalho. A visita permite um diagnóstico da realidade dos crismandos. Nas cidades maiores, onde a visita fica mais difícil (em prédios, por exemplo), será preciso agendar os encontros.
– Prever encontros com os pais durante o processo catequético.
Sobre o primeiro encontro
– Surpreender os adolescentes e jovens com uma boa acolhida. O primeiro encontro não pode ser agendado para depois da missa de sábado à noite na igreja da comunidade… É importante escolher bem o horário. Será preciso preparar o local (salão da comunidade, salão paroquial), organizar um bom café e lanche, enfeitar o espaço, colocar música de que os jovens gostam. Surpreender com uma boa acolhida dos catequistas.
– O(a) coordenador(a) e o grupo de catequistas se apresentam, dizem seus objetivos, que é iniciar uma caminhada de fé, de crescimento, de confiança na vida… em vista do amadurecimento da fé. Deixar claro para os crismandos que ninguém deve se sentir obrigado a fazer essa peregrinação.
– Dividir criativamente os grupos, buscando equilibrar a quantidade de homens e mulheres nas turmas. Não organizar grupos muito grandes, para que o diálogo seja mais fácil.
Celebração de acolhida dos crismandos e pais
– Agendar previamente com o padre, o Conselho Pastoral Paroquial, a Celebração de acolhida de todos os crismandos da paróquia (ou da comunidade). Pode ser agendada após o primeiro encontro com os crismandos. Os pais (convidados na visita) devem ser bem acolhidos.
– A celebração deve ser marcada pelo clima de alegria da paróquia ou comunidade pelos jovens que se dispõem a trilhar os caminhos da catequese de crisma. Rezar pelas famílias e pelos jovens.
– Prever nas celebrações das comunidades, durante as preces, uma especial pelos crismandos e suas famílias.
Apresentação dos grupos de crismandos à comunidade
-Agendar com a equipe de liturgia e o padre a participação de grupos de crismandos em Celebrações Eucarísticas da comunidade, se possível nos horários de maior participação. Isso acentua a importância que o jovem tem na comunidade. É razão de alegria e é importante que os fiéis tomem conhecimento daquilo que se está vivendo na comunidade. É uma oportunidade para se chamar a atenção para a importância da Crisma e para a responsabilidade da comunidade para a vida de fé dos crismandos.
-O grupo de crismandos pode entrar na procissão de entrada, se sentar em lugar de destaque, ser acolhido pelo padre e apresentado a toda a comunidade.
– Nas orações da comunidade pedir pelos crismandos e suas famílias.
– O Conselho da comunidade/paroquial pode estar presente e acolher os crismandos, dar uma palavra de alegria e esperança.
– Em algum momento da celebração, após a homilia, por exemplo, os crismandos podem se comprometer a participar da preparação com entusiasmo e perseverança.
– Se a paróquia possui vários grupos de crismandos, prever a participação em vários horários das Celebrações Eucarísticas de finais de semana para que esta apresentação seja feita.
– Na preparação desta celebração a equipe de liturgia e os catequistas podem envolver os jovens e suas famílias, distribuindo funções, tais como: procissão de entrada, ofertório, procissão da Bíblia, leituras, preces… e outros.
Escolher um nome para o grupo de crismandos
– É importante destacar o testemunho de pessoas importantes que inspiram os jovens hoje. O catequista pode apresentar alguns nomes e ressaltar o testemunho de paixão pela vida e por Jesus Cristo. Por exemplo: Dom Hélder Câmara, Dom Oscar Romero, Dorothy Stang, Francisco de Assis, Martin Luther King, Santa Rita, Madre Teresa de Calcutá e outros. Algumas pessoas da comunidade também podem ser lembradas.
– Após um tempo para conhecer melhor algumas pessoas, o grupo de crismandos escolhe uma para dar nome ao grupo de crisma e ser a inspiração da caminhada.
– O catequista pode fazer memória dessa pessoa e ligar assuntos importantes a esse cristão escolhido, como inspiração para o nosso ser cristão hoje.
– Encenações podem ser organizadas, com os grupos de crismandos apresentando os seus “patronos” escolhidos e a mensagem que nos deixaram.
Algumas conclusões importantes
– O catequista de crisma precisa gostar do que faz, compreender e amar os crismandos. O catequista é aquele amigo, companheiro, aquele que caminha junto, aquele que é sinal de amor, de solidariedade, de amizade.
– Os conteúdos da catequese da crisma precisam estar em sintonia com a vida dos adolescentes e jovens (veja reflexão em edição anterior). É fundamental criar empatia com os jovens, a crisma precisa ter sua cara e significar algo importante na sua vida. Nossos crismandos vivem uma vida concreta, cheia de problemas, interrogações e angústias, mas também de esperança, de alegria, de amor. Se não levarmos a vida dos jovens em conta, a mensagem cristã não chega ao coração, nem é assimilada.
– A catequese precisa ser e promover espaço de partilha de vida, de experiências. Lugar de diálogo, onde o jovem se sinta bem para falar sobre seus problemas, onde possa se expressar.
– O processo de catequese pode ajudar o crismando a “ler” sua vida à luz do Evangelho a fim de definir o caminho a seguir. Pode também fazer descobrir na vida o convite à conversão, ao compromisso com a comunidade.
– Algumas conversas são importantíssimas na caminhada com os jovens: a vida, a morte, família, drogas, desemprego, violência, etc… É preciso partir da vida, das angústias, das dores de cada um, foi assim que Jesus fez.
– Não há como “padronizar” a estrutura de organização e temas, como se o crismando entrasse numa “forma”, que é a crisma, e tivesse que fazer tudo como manda o figurino.
– O sacramento da crisma é o sacramento da maturidade cristã. Nossa missão é ajudar o jovem a compreender, a ler sua vida, a encontrar sentido de vida, a partir da fé e do seguimento de Jesus.
– A catequese de crisma precisa ser um processo dinâmico e não uma “água morna”. O jovem precisa se sentir desafiado, algumas ações transformadoras podem ser propostas, bem como entrevistas, debates, visitas etc.
– A catequese pode ser um espaço onde o jovem se sinta bem, goste de participar, um lugar gostoso pra se ir… A Crisma deve ser espaço de socialização, de encontro, de amizade. É lugar de seriedade porque viver é muito sério, é muito perigoso…
– Não é possível trabalhar com turmas grandes…
– Jesus Cristo é o amigo, o companheiro, aquele que também foi adolescente e jovem e superou crises, dúvidas, que teve também dificuldades, mas que conseguiu amar sempre, apesar de tudo.
– A Igreja é a grande mãe da gente, nela o jovem tem espaço, pode se expressar. Ela também é uma boa mestra, aprendeu muito ao longo do tempo e, por isso, tem muita experiência de vida. E nela a gente pode crescer sempre, nela a gente sempre pode encontrar o Cristo.
– Educar para o amor, esse é o desafio…
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