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Mais um ano se inicia e nossa responsabilidade com a catequese bate à porta. Temos muitas preocupações e muitos projetos, muitas atividades e muito por aprender; teremos, neste novo ano, infinitas oportunidades para avançar na direção do amadurecimento humano e cristão. Busquemos crescer no conhecimento e na prática catequética com inspiração, motivação, alegria e determinação.
Inseridos na vida de nossa comunidade, daremos testemunho de comunhão, de participação e de missão, no espírito do Tempo Sinodal (2021-2023) proposto pelo Papa Francisco. Trata-se de uma caminhada de escuta, discernimento, partilha e criatividade, em busca de autenticidade e de profunda conversão para que, na Igreja e com a Igreja, caminhemos juntos.
Uma comunidade sinodal, de fé e de esperança, conta com a preciosa colaboração de todos os ministros ordenados e fiéis leigos e leigas, sobretudo de catequistas preparados e comprometidos com a história e com a vida que acontece dentro e fora das salas e dos muros da igreja. Somos todos chamados a construir comunhão, pois somos povo da unidade, como quer Jesus Cristo (cf. Jo 15,5).
Temos grande responsabilidade na construção da comunidade, casa da Palavra e da iniciação à vida cristã, na qual cada pessoa que chega merece ser bem acolhida e acompanhada. Como bem sabemos, a catequese tem a missão de acolher, educar na fé e acompanhar no caminho do discipulado. Somos chamados e reconhecidos pela Igreja como sujeitos no “processo dinâmico e abrangente de educação da fé” (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Catequese renovada, 281). A Igreja confia e reconhece o empenho de incansáveis catequistas que anunciam a Boa-Nova de Jesus Cristo com competência, inteligência e muita dedicação em todas as iniciativas para evangelizar.
Certa vez, Jesus falou e impressionou a multidão com sua doutrina, ou seja, com seu conhecimento e sua capacidade de falar ao povo. Sua catequese é uma grande inspiração para os catequistas de hoje: “‘Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína’. Quando Jesus terminou o discurso, a multidão ficou impressionada com a sua doutrina. Com efeito, Ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os seus escribas” (Mt 7,24-29).
Ele deixa, com suas palavras, um grande ensinamento: escutar a Palavra de Deus é fundamental para a catequese. Ouvir suas palavras e colocá-las em prática é o caminho na hora de:
O ano de 2023 será de grandes realizações para a catequese: o Sínodo dos Bispos, por uma Igreja sinodal, como convite ao esforço coletivo e à busca de aprendermos a “caminhar juntos”; a celebração dos quarenta anos da publicação do Documento 26, Catequese renovada, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com a motivação de repensar a catequese a serviço da iniciação à vida cristã, numa comunidade catequizadora e promotora da interação fé e vida; o 3º Ano Vocacional do Brasil: abrace com coragem a sua vocação cristã na vida da Igreja para que todos os cristãos mantenham o coração ardente, os pés a caminho e o olhar atencioso para todas as vocações.
Vamos caminhar, de mãos dadas, com a Igreja, que nos faz estes três convites tão especiais:
Queridos catequistas, vamos refletir sobre todos esses eventos que nos colocam de frente com a vida de nossa comunidade e nos interpelam, chamando à conversão. À luz da Palavra de Deus, caminhemos com passos firmes e rápidos, sem perdermos a sensibilidade e o foco. Levemos como bagagem, para esse novo ano, um pouco mais de simplicidade, solidariedade, disponibilidade para o serviço e para a escuta silenciosa e ativa na catequese.
O escritor Rubem Alves, em seu livro O amor que acende a Lua, publicado em 1999 pela Editora Papirus, fala de um silêncio acolhedor: “A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta”. Esse silêncio nos coloca em comunhão com a pessoa que acolhemos.
Sejamos mensageiros de boas novas, irmãos e irmãs na fé de todos que estão à procura do Senhor; que nossa presença solidária e nossa escuta ativa nos conectem com o mundo e com as pessoas, aprimorando nossa habilidade de decodificar o significado dos anseios, das palavras e das atitudes de nossos catequizandos e famílias.
Caminhemos juntos!
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