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No texto, diversas pessoas se aproximam de Jesus para pedir uma palavra, a resolução de alguma situação: o jovem rico, os discípulos, Pedro.
O texto descreve a conversão progressiva que, segundo o convite de Jesus, deve ocorrer na nossa relação com os bens materiais e com as pessoas. Marcos situa esse texto quando Jesus caminha em direção a Jerusalém, onde será crucificado (cf. Mc 8,27; 9,30.33; 10,1.17.32). Ele está pronto para entregar sua vida e sabe que em breve será morto, mas, não volta atrás. Diz: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10,45). Essa atitude de fidelidade e dedicação à missão recebida do Pai autoriza-o a poder dizer o que é realmente importante na vida. As recomendações de Jesus são válidas para todos os tempos. Ele nos diz que o verdadeiramente importante na vida, ontem e hoje, é construir o Reino, cuidar das relações com as outras pessoas e com Deus, estar disposto a sempre recomeçar (conversão) e que os bens materiais sejam para fazer justiça e compartilhar.
Um encontro e uma pergunta: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” (Mc 10,17). Vendo que o homem cumpre os mandamentos desde pequeno, Jesus “olha para ele com amor”. O que vai dizer a ele é muito importante. Ele é um bom homem, Jesus o convida a segui-lo até o fim: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no Céu. Depois vem e segue-me!” (Mc 10,21). A mensagem de Jesus é clara: não basta pensar na própria salvação, tem-se que pensar nas necessidades dos pobres. Não basta preocupar-se com a vida futura, tem-se que se preocupar com aqueles que sofrem na vida. Não basta não prejudicar as pessoas, devemos colaborar no projeto de um mundo mais justo, tal como Deus quer. Não é isso que falta a quem se diz satisfeito na prática dos deveres religiosos com a consciência limpa e é indiferente ao número cada vez mais crescente de pessoas excluídas, marginalizada, empobrecidas?
“Ele ficou triste e foi embora” (Mc 10,22): o homem rico não esperava a resposta assim. Ele procurava algo para a sua inquietação religiosa e Jesus falou-lhe dos pobres. Ele preferia seu estilo de vida, viveria sem seguir Jesus. Talvez essa seja a postura mais generalizada entre os cristãos acomodados, eles preferem seu bem-estar, tentar ser cristão sem “seguir” totalmente a Cristo.
Depois da atitude que teve o jovem rico, Jesus radicalizou ainda mais as suas palavras: “Quão difícil é entrar no Reino de Deus” (Mc 10,24).
Os discípulos ficaram surpresos ao ouvir essas palavras. Jesus insistiu: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha (…)” (Mt 19,24). Quando Jesus fala da quase impossibilidade de “um rico entrar no Reino de Deus”, não se refere à entrada no Céu após a morte, mas à entrada na comunidade com Jesus. Até hoje é muito difícil para quem se considera muito importante, acima dos demais, possuidor de muito, entrar numa pequena comunidade eclesial e sentar-se ao lado dos pobres e, assim, seguir Jesus: “Para os homens é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível” (Mc 10,27).
Jesus convida o homem rico a orientar a sua vida a partir de uma nova lógica. A primeira coisa é não viver preso aos seus bens (“vende o que tens”). A segunda coisa é ajudar, “dá aos pobres”. Por último, “vem e segue-me”. Os dois poderão percorrer juntos o caminho para o Reino de Deus. O homem se levanta e se afasta de Jesus. Ele esquece seu olhar amoroso e sai triste. Sabe que nunca poderá conhecer a alegria e a liberdade de quem segue Jesus. Marcos explica que “era muito rico”. Não é essa a experiência de que acha satisfeito? Vive preso ao modo de vida própria. A religião não se expressa exatamente no amor prático ao próximo, amor pelos pobres?
A conversa entre Jesus e Pedro, que acreditava que seguindo Jesus teria algum privilégio, por isso perguntou: “Eis que deixamos tudo e te seguimos” (Mc 10,28). Será que teria algum tipo de recompensa? Ele ainda não tinha entendido o significado do serviço gratuito. A resposta de Jesus é objetiva, sugere que não se deve esperar qualquer vantagem ou segurança. Será recebida, mas com perseguições. No futuro, ter-se-á a vida eterna. O fundamental é seguir Jesus na disponibilidade e totalidade da vida.
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