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Com alegria, vamos dar continuidade ao modo de agir na catequese inspirados na prática pedagógica e mistagógica, identificada nos encontros catequéticos de Jesus.
O olhar sobre a realidade das pessoas e sua sensibilidade fazia de Jesus o iniciador de um povo nos caminhos da fé. Neste artigo, vamos destacar alguns passos dados por Jesus no encontro com seus discípulos em meio à tempestade.
Não são poucos os desafios vividos pelas famílias que acolhemos em nossas comunidades. Muitas buscam a Igreja como quem espera a luz de um farol e, nela, esperam encontrar esperança, acolhida e paz; outras buscam na Igreja o que não encontram no dia a dia da vida. E nós fomos chamados para a missão de acolher e de acompanhar pessoas na vida de uma comunidade de fé.
Como sujeitos ativos no processo de transmissão da fé, espera-se de todos os catequistas um profundo encantamento pelas palavras e ensinamentos de Jesus, encantamento que leva ao serviço de evangelizar com mais ternura e competência.
No Evangelho de Marcos, encontramos o relato da experiência dos discípulos que, atendendo à determinação de Jesus, entraram no barco e, avançando nas águas, enfrentaram a tempestade (cf. Mc 6,45-52). O que podemos tirar de ensinamentos dessa passagem do Evangelho para o nosso agir catequético? Vamos lá!
É importante reconhecer a misteriosa manifestação de Jesus em meio à tempestade. Vamos considerar os passos dados por Ele e sua atitude como grande motivação para assumirmos o ministério da catequese como vocação, um chamado ao diálogo com Deus, com a realidade e com a comunidade.
“A catequese eclesial é um autêntico ‘laboratório’ de diálogo porque, na profundidade de cada pessoa, encontra a vivacidade e a complexidade, os desejos e as procuras, os limites e, por vezes, também os erros da sociedade e das culturas do mundo contemporâneo.” (Diretório para a Catequese, 54)
É tarefa da catequese despertar as pessoas para um diálogo profundo com Deus. A catequese é espaço de escuta orante da Palavra.
Para começar, Jesus despede a multidão e sobe a montanha para orar (cf. Mc 6,46).
Tempo para orar: a oração de Jesus é um diálogo aberto com o Pai, é seu momento de resgatar a força necessária para a sua missão. Fala com o coração e alcança o coração do Pai. Sua escuta filial e obediente mantém sua fidelidade no projeto de libertar o seu povo para Deus.
Todo catequista deve ser uma pessoa de oração. Ser ouvinte e mensageiro da Palavra. Como Jesus, anunciar o que escutar. Depois de orar, Jesus foi anunciar o desejo de Deus aos discípulos, foi compartilhar paz para aqueles que sofriam com a ameaça da tempestade.
Tempo para agir: o agir de Jesus é resposta e, ao mesmo tempo, proposta para uma nova experiência. Ele enxerga a necessidade dos discípulos porque está atento e consegue ler a realidade vivida por eles. O que Ele viu não o agradou e, por isso, foi até eles. O texto nos fala que Jesus andou sobre as águas porque o barco estava no meio do mar.
Quando acolhemos crianças, adolescentes, jovens ou adultos na catequese, precisamos identificar suas motivações. Precisamos saber como estão em seus barcos. É muito generosa a acolhida feita com alegria e empatia. Quando as famílias enxergam nossas comunidades, muitas vezes estão no “meio do mar”, mergulhadas nos desafios e angústias do mundo contemporâneo. Assim, também, podemos “caminhar sobre as águas”, ou seja, sairmos da nossa condição de cristãos residentes nas comunidades para discípulos missionários de Jesus.
Tempo para silenciar: a força da palavra de Jesus fez o vento se calar. Ao ver que sua comunidade corria um risco de deixar-se vencer pelo medo, Ele falou: “Coragem!”. Sua voz calou fundo nos ouvidos dos discípulos ao dizer “Sou eu!”. Jesus queria confirmar sua presença, dizendo, em outras palavras, estou aqui, estou com vocês, contem comigo…
Na catequese, essa voz precisa ser amplificada. Precisamos fazer ecoar no coração das pessoas a voz de Jesus: o que fala e o que pede. Podemos levar coragem aos corações fragilizados, força aos corações angustiados e leveza aos corações endurecidos.
Queridos catequistas, com os olhos fixos em Cristo, o vento passa e o coração acalma.
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