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O verdadeiro Amor não é derrotado, ele resiste e quando “morre”, ressuscita. Derrota seria o amor que deixando a chama se apagar permanecesse sombrio, sem vida, triste. De todas as tragédias a maior é a falta do amor. Esta acarreta as grandes tragédias materiais e espirituais. Quem não ama escraviza, pensa somente no lucro acima de tudo, sente-se dono do mundo, da razão, das pessoas, da verdade. Quem não ama também não conhece a Deus (1 Jo 4,8). O verdadeiro amor acolhe, corrige, serve e acima de tudo nunca vira as costas. Quem nunca leu a passagem do santo evangelista Mateus 18,21? Ou ainda quem nunca ouviu a leitura do santo evangelista Lucas 6,29? Esta face do amor parece estranha, mas é outra coisa, é exigente, é comprometida, e acima de tudo é Dom de Deus (Rm 5,5). A sociedade fala de valores que diferem do Valor de Deus, pois estes são negociáveis, já o Valor de Deus não se negocia, não barganha, nem tão pouco se pode encontrar atalhos. Amar para os cristãos é exatamente buscar assemelhar-se as atitudes de Nosso Senhor Jesus Cristo. O cristão ama, não existe outra opção. Dizer: “Sou cristão e não amo” é mentira. É o mesmo que dizer: “Sou Católico, não praticante”, não existe. Desde o mais santo na terra até o mais pecador, todos, estamos em processo de conversão para o Amor. No entanto é preciso que colaboremos com a Graça de Deus que age em nós.
A dignidade da pessoa humana radica na sua criação à imagem e semelhança de Deus (Artigo 1) e realiza-se na sua vocação à bem-aventurança divina (Artigo 2). Compete ao ser humano chegar livremente a esta realização (Artigo 3). Pelos seus atos deliberados (Artigo 4), a pessoa humana conforma-se, ou não, com o bem prometido por Deus e atestado pela consciência moral (Artigo 5). Os seres humanos edificam-se a si mesmos e crescem a partir do interior: fazem de toda a sua vida sensível e espiritual objeto do próprio crescimento (Artigo 6). Com a ajuda da graça, crescem na virtude (Artigo 7), evitam o pecado e, se o cometeram, entregam-se como o filho pródigo (1) à misericórdia do Pai dos céus (Artigo 8). Atingem, assim, a perfeição da caridade.[1]
Este “colaborar” com a Graça é se colocar em obediência a ação de Deus, colaborar é ouvir com ouvidos de discípulo. Este amor cresce, não em quantidade, mas em intimidade, em amizade, em atos de bondade, em santidade. O Amor de Deus não é somente de Deus, mas a partir do momento em que Nosso Senhor Jesus Cristo, habitou entre nós, “renovou todas as coisas” no amor, de forma única, renovou o Homem e a Mulher, tornou-nos em Jesus Cristo, criaturas divinizadas, elevou nossa condição à dignidade de Filhos. Quando amamos é Deus quem ama em nós. O verdadeiro amor é fruto do relacionamento que temos com Deus.
Reflitamos, pois, a que pé está nosso relacionamento com o Pai, com o Filho e com o Espirito Santo. Como nos lembra o Apostolo São Paulo, visando sempre alcançar “a maturidade e estatura de Cristo” (Ef 4,13), edificados no Corpo Místico do Senhor, devemos levar uma vida santa e irrepreensível.
Concluo com um pensamento do Papa Emérito Bento XVI tirado de sua Encíclica Deus Caritas Est, somado a este, que possamos viver bem na Graça e alcançar, por misericórdia a salvação.
“Ele nos amou primeiro, e continua a ser o primeiro a amar-nos; por isso também nós podemos responder com o amor. Deus não nos ordena um sentimento que não possamos suscitar em nós próprios. Ele nos ama, faz-nos ver e experimentar o seu amor, e dessa ‘antecipação’ de Deus pode, como resposta, desapontar, também em nós, o amor”[2]
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[1] Catecismo da Igreja Católica – 1700
[2] Encíclica – Deus Caritas Est – Papa Bento XVI, p. 17
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