ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
O processo catequético empreendido no Brasil e em todo o continente latino americano desde o início do século passado, possui características bastante peculiares no tocante à metodologia e caminhos percorridos ao longo do processo.
A catequese é o lugar da experiência de fé e amor, vividos por todos os envolvidos nessa “trama” de fios de seda, tão bem desenhados e delicados, entrelaçados pela troca de desejos, conhecimentos, histórias de vida, caminhos que conduzem ao amadurecimento e educação da fé. Fé que é dom e adesão a Jesus Cristo!
Catequizar é justamente aprofundar essa adesão, iluminando a pessoa de Jesus Cristo, seus gestos, suas palavras, seu modo como acolhia as pessoas e como evangelizava seus discípulos. A pedagogia de Jesus é a inspiração para o processo de educação da fé; e voltar o olhar para a caminhada catequética do nosso continente é importante para se perceber os desejos de retorno à fonte inspiradora- Cristo Jesus! Quantos desafios enfrentados e também quantas oportunidades de novas escolhas que possibilitaram a retomada do Método de Jesus.
O que muito nos impressiona em Jesus é sua fidelidade à missão que recebera do Pai. Veio ao mundo para fazer a vontade do Pai e, mesmo diante da crise de fé de alguns discípulos, mesmo vendo que muitos deixavam de segui-lo, Jesus permanece firme e desafia seus Apóstolos: “vocês também querem ir embora?” ( Jo 6, 67) Não se impressiona com a falta de fé, não se impressiona com o escândalo que seu ensinamento promove no meio do grupo. Nem mesmo suaviza seu ensinamento aos Apóstolos e aos discípulos que ficaram; ao contrário, confirma que ele é o Pão vivo descido do céu e que sua carne e seu sangue são realmente comida e bebida. Se isso escandalizava, dizia Jesus, o que dizer do grande escândalo da Cruz, o caminho necessário para ele subir até o Pai? (Jo 6, 62). Diferentemente de nós, que a todo o momento medimos nossas audiências para avaliar se estamos ou não agradando, Jesus mede a presença dos discípulos pela fidelidade ao que ensina. Aqueles que ficaram, muito possivelmente, não entenderam muita coisa, mas creram e por isso continuaram com Jesus.
Jesus é o paradigma de catequista que escolhe, chama, seduz, caminha, ensina e envia à missão. O Mestre diferenciado que educa para um novo modo de amar: “Não há maior amor que dar a vida pelo irmão”. É o mestre que “aponta saída e cura as feridas”. Catequizar ao modo do Mestre Jesus é despertar no catequizando o olhar para as pegadas de Deus nos fatos, na Sagrada Escritura, na pessoa humana e na liberdade. Seguindo os passos d´Ele, o catequista é aquele que ajuda seus catequizandos a lidar com as dificuldades da vida, que caminha junto e faz junto com os seus interlocutores, numa sincera e verdadeira troca de experiência.
O Evangelho de João conta-nos as características próprias da vocação dos primeiros discípulos e como eles iniciam seu itinerário de fé descobrindo o mistério de Jesus e gradualmente vão conhecendo e aderindo a Ele. A iniciativa parte do mestre que interpela e chama a viver a fé: “Vinde e Vede!”( Jo 1,39) Jesus deseja que o sigamos e que sejamos seus discípulos.
Nesse sentido, o texto de João é modelo de como a vida de Jesus marcou os primeiros discípulos e as comunidades formadas a partir dessa experiência. A identidade dessas comunidades foi se firmando pelo desejo de propagar a Mensagem de Jesus de Nazaré e pela educação da fé ensinada por Ele.
A catequese tem essa tarefa: o agir e prática de educar a fé e a Igreja zela com especial cuidado por ela. A Igreja orienta a volta à fonte que é a Palavra de Deus em Jesus Cristo, à sensibilidade à dimensão humana, à experiência pessoal, comunitária e existencial ao serviço, com um novo jeito de ser Igreja: a catequese tem a missão de aprofundar a vivência da comunidade, suscitando e educando discípulos missionários para o seguimento autêntico de Jesus Cristo.
No contexto histórico que o ser humano vive, educa-se, cria culturas e, expressa o amor a Deus na experiência da Mensagem de Jesus. A V Conferência Episcopal Latino americana e caribenha de Aparecida refletiu-se sobre o espírito renovador da Igreja e que ela encontra-se em momento de recepção pelas Igrejas particulares. Seu “agir” depende da abertura à ação do Espírito aos “novos sinais dos tempos”, e uma resposta corajosa e ativa à tarefa de educação da fé.
Que todos nós catequistas percebamos que a catequese deve unir serviço/ministério e prazer nas pegadas de Jesus de Nazaré. Assim, alimentaremos sempre a mística de nossa vocação através da alegria dessa missão e ser sinal visível da presença de Deus na vida da comunidade e para todas as pessoas.
Texto escrito por Rita de Cássia Rezende, Coordenadora da Comissão para Animação Bíblico-Catequética da Arquidiocese de Pouso Alegre-MG e co-autora do Livro “O processo de formação da identidade cristã” (Ed. Paulus).
Comments0