ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
Agosto é o Mês Vocacional. Vocação é um chamado divino que direciona o propósito e o sentido da vida de cada pessoa. Nessa jornada de descoberta, cada pessoa cristã se percebe chamada a “Confiar no Senhor de todo coração” (Pr 3,5). Essa confiança é um ato de entrega que, sendo do coração, é uma entrega afetiva. A afetividade é a dimensão humana que envolve nossos sentimentos, emoções e relacionamentos, portanto, expressa também a forma como nos relacionamos com Deus. Nossos sentimentos de amor, gratidão, reverência e adoração são expressões da nossa afetividade em relação ao divino. A afetividade é a chave para vivermos de todo o coração um encontro pessoal e íntimo com Deus, permeado de amor e ternura.
Se é verdade que vocação tem a ver com chamado divino, então ela não é só um assunto para a juventude em busca de uma profissão ou estado de vida, é mais do que isso. Nossa percepção da vontade divina pode – e deve – evoluir. Crescemos em maturidade e afetividade em nosso relacionamento com Deus e isso nos permite ter uma “audição” mais aguçada: “Eis-me aqui, Senhor, envia-me!” (Is 6,8). Colocamo-nos em novos caminhos de resposta ao chamado de Deus, que quer vida plena para todas as pessoas (cf. Jo 10,10).
Para a fé católica, viver de todo o coração implica uma vivência sacramental como meio para o encontro e a escuta que nos aproxima de Deus. Os sacramentos têm a vantagem de nos envolver afetiva, espiritual e corporalmente em suas realidades. O Batismo é verdadeiro banho espiritual (cf. Tt 3,5), um mergulho no amor de Deus, que nos acolhe como seus filhos e filhas e nos convida a viver uma vida nova em Cristo. A Crisma, por sua vez, é um perfumar-se de Cristo (cf. 2Cor 2,15), potencializando nossos dons para a missão de sermos discípulos de Cristo no mundo. Já a Eucaristia é alimentar-se. Ele nos disse: “Tomai e comei, isto é o meu corpo” (Mt 26,26). Nosso corpo, banhado e perfumado, encontra o corpo eucarístico de Cristo que faz comunhão conosco ao redor da mesa que não exclui ninguém. Por fim, a Confissão, também conhecida como Reconciliação, e a Unção dos Enfermos são experiências sacramentais esporádicas, comparadas a tomar um remédio. Não são o alimento – que é a Eucaristia –, mas, ajudam quando estamos doentes e em sofrimento.
Essas experiências de uma vida sacramental, vividas de todo o coração, coloca-nos na trilha da descoberta ou das reformas de nossa vocação. As uniões em Cristo que os casais podem viver e os ministérios de serviço e liderança dentro das comunidades cristãs são algumas expressões da plenitude de vocações cristãs.
Em suma, viver de todo o coração implica abraçar a vocação como um chamado divino em constante evolução. À medida que crescemos em maturidade e afetividade em nosso relacionamento com Deus, colocamo-nos em novos caminhos de resposta ao seu chamado. A vivência sacramental é um meio privilegiado para esse encontro e escuta, aproximando-nos de Deus de forma afetiva, espiritual e corporal.
Que possamos, em nosso viver sacramental, responder ao chamado divino e buscar uma vida plena e significativa na entrega total de nossos corações a Deus.
Comments0