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Vivemos na era do superficial. Descartável e trocável devem ser as nossas relações humanas. Querendo ou não. Consumismo, poder e status estão em tudo ao nosso redor. Sentimento de amor e de gratidão está presente somente nas conversas via mensagens, WhatsApp e nos comentários das redes sociais. Fora das telas, olho no olho, sorriso com sorriso, abraço com abraço, cafuné com cafuné são raros. Antigos demais para hoje. Lembrados somente nas fotos do Instagram e do Snapchat para “provar o quanto sou gente feliz e não de preciso de ninguém”. Que ilusão a nossa.
Pensando na morte um dia desses, vi como ela virou a malvada do sucesso pessoal e a insignificância da nossa vida. Pois é na morte que a nossa carne, nosso ter cai sobre terra e prevalece nosso espírito, nosso ser. O mundo (pecado) quer que a vanglória, o cargo em que ocupamos e a profissão que escolhemos suba á nossa cabeça e que vetemos da nossa vida os sentimentos de humildade, servidão e simplicidade. Pedir dinheiro emprestado? Imagina! Dizer que está com saudade? Só que não. Fulano(a) que corra atrás! Enviar uma mensagem de desculpa? Não fui eu que errei. Reconhecer meus defeitos? Eu não tenho. Oferecer uma palavra amiga? Ninguém nunca fez isso por mim. Ser bom nos dias hoje? Não vale a pena. Ter pensamento positivo? Pra que, se eu já sei que deu errado.
Quanta mediocridade, quanta vaidade, quanto egoísmo, quanta falta de fé, quanta falta de Deus. Falta aprendermos a ser gente! Sem filtros, sem brilho ou nenhuma vergonha assumir a vocação de ser gente. Gente de Deus e do bem.
O fato é que nascemos seres humanos, porém só com o tempo aprendemos a ser gente. Gente que toma para si a consciência de que precisa de Deus. Que precisa do outro. Que fica triste. Que pula de alegria. Que ama o duradouro. Que abraça. Que pede perdão. Que é preguiçoso, mas depois levanta. Que estende a mão. Que reconhece seus erros. Que é empático. Que deseja o bem. Que é pessimista, mas no fundo tem esperança. Que é ansioso. Que é teimoso. Mas luta pra mudar. Que anda de cara feia, mas depois sorri para vida. Que não foge da luta. Que acredita. Que aceita as diferenças. Que agradece. Que “… faça o bem á todos …” (Gl 6-10). Que tem vida interior. Que tem fé. Que tem Deus no coração. E “quanto é infeliz o ser humano que não tem vida interior ” João Maria Vianney. Que é gente como eu e você.
Paz e bem.
Por Franciane Freitas
Setor Juventude da Paróquia Nossa Senhora da Conceição Matias Barbosa – Minas Gerais (MG)
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