A Associação Beneficente São Martinho, administrada pelos frades da Província Carmelitana de Santo Elias, está promovendo a campanha ‘Quarentena Solidária’. Graças a corações generosos, a instituição distribuiu mais de 7,5 toneladas de alimentos, atendendo cerca de 300 famílias na primeira etapa do projeto. Nesta segunda fase, a entidade está ampliando suas ações em favor dos que vivem em vulnerabilidade social, com o objetivo de atender o maior número de famílias possíveis diante da crise agravada com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A iniciativa, voltada também para o cuidado com a população de rua adulta, será realizada enquanto vigorar os decretos publicados pelas autoridades civis do Rio de Janeiro, além das orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), com medidas de isolamento social. O coordenador da Abordagem na São Martinho, Diácono Valdinei Martins, conta mais detalhes sobre as ações que vem sendo desenvolvidas.
“A São Martinho precisou reinventar sua ação e trabalho para o enfrentamento da pandemia Covid-19. Começamos a desenvolver ações no campo da segurança alimentar, na busca por material de higienização, e no atendimento social, com o objetivo de identificar as demandas trazidas, além de auxiliar a inserção de nossos beneficiários no Auxílio Emergencial do Governo Federal. Com Equipamentos de Proteção Individual (EPI), estamos realizando as abordagens nas ocupações urbanas levando máscaras, material de higiene, mas, acima de tudo, informação aos nossos beneficiários. Nós não paramos nenhuma das ações que já realizávamos, sejam elas de encaminhamento de situações socioeducativas ou, até mesmo, de acolhida a crianças e adolescentes que batem à nossa porta buscando abrigo neste período de pandemia. Para não deixarmos os nossos beneficiários ociosos durante essa quarentena, realizamos nossas atividades através de vídeoaulas, outra forma que encontramos para essa reinvenção de nossa atuação”, disse.
Ao ser questionado sobre uma possível transição de atuação da São Martinho no auxílio a crianças e adolescentes – e consequentemente suas famílias –, para o acolhimento e atenção aos adultos que vivem em vulnerabilidade social na cidade do Rio de Janeiro, Diácono Valdinei Martins ponderou:
“Não acredito que seja uma transição, mas uma forma da São Martinho colocar em prática aquilo pela qual ela sempre se propôs: estar ao lado daqueles menos favorecidos. Hoje, esses menos favorecidos comportam grupos que está claramente dito: crianças e adolescentes oriundos das ocupações urbanas e suas famílias; e pessoas adultas em situação de rua. Era natural criarmos essa campanha também de atendimento a esses nossos irmãos, haja vista que também eles estão necessitados de auxílio. Logo, não falaria em uma transição, mas pensaria no termo aquisição para aquilo que a São Martinho já faz e sempre se propôs a fazer ao longo da sua vida. São 36 anos com atenção a quem está em situação de rua e hoje a gente observa que quem está na rua e precisa muito de atenção, também, são os adultos”, ressaltou.
O coordenador da Abordagem na São Martinho refletiu, ainda, sobre o medo, o impulso missionário e a comunhão de toda a equipe de trabalho, que passou por uma formação com profissionais da área da Saúde na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vicente de Carvalho.
“Quando a pandemia começou busquei muitas informações sobre o assunto. Tive uma profunda conversa com o Prior Provincial, Frei Adailson dos Santos, O. Carm., sobre o papel e atuação da Igreja diante de uma situação tão desafiadora como essa. Ao longo da história, a Igreja sempre esteve ao lado daquelas pessoas que mais necessitavam e penso que isso foi o combustível para que a gente pudesse tomar coragem, se investir do papel pelo qual nós fomos chamados, não só pelo fato da responsabilidade que temos para com o serviço que a gente realiza aqui na instituição, mas respondendo a nossa vocação, a minha vocação enquanto diácono, e a vocação da própria instituição. Outro detalhe importante foi poder, a partir da coleta de informações, realizar um trabalho de conscientização com a equipe para que todos comprassem esse sonho conosco. Vimos que, embora a situação seja muito caótica, poderíamos sim fazer o nosso trabalho, vencer medos e receios, e ajudar aqueles que mais precisam. Nós trabalhamos na linha de frente, nosso trabalho é essencial, é cara a cara, olho no olho, sinestésico, afetivo. Desistir jamais, pois, mais do que um trabalho de subsistência, o que eu faço na São Martinho é uma vocação. Deus me chamou desde o ventre da minha mãe e me consagrou para esse serviço… Eu só responde a isso”, finalizou Diácono Valdinei Martins.
Acesse: www.saomartinho.org.br
DOE ONLINE:
http://bit.ly/solidariedade-em-casa
DEPÓSITO BANCÁRIO:
Banco: Bradesco
Agência: 3176-3
Conta Corrente: 8554-3
CNPJ: 33.621.319/0001-93
Razão Social: Província Carmelitana de Santo Elias
Fotos: Comunicação São Martinho
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