A Igreja possui uma série de verdades de fé, conhecidas como dogmas, em que os católicos devem crer. No total, são 44 dogmas subdivididos em 8 categorias diferentes – sobre Deus; sobre Jesus Cristo; sobre a criação do mundo; sobre o ser humano; sobre o Papa e a Igreja; sobre os sacramentos; sobre as últimas coisas; sobre Maria.
Hoje vamos falar sobre os Dogmas Marianos e as quatro verdades básicas que todo católico deve saber sobre a Virgem Maria.
Os dogmas sobre Maria são verdades de fé declaradas por um Concílio ou por um Papa e nas quais o fiel católico é obrigado a acreditar e professar.
Eles foram enunciados em momentos importantes para a história da Igreja e tocam em pontos sensíveis relativos à doutrina.
Maria, Mãe de Deus
Cristo é pessoa divina e Maria é a Sua mãe. Foi declarado no Concílio de Éfeso, em 431. Na época a Igreja vivia uma profunda polêmica interna causada pelos nestorianos, corrente muito popular entre as comunidades cristãs do Oriente. Segundo eles, Jesus tinha duas naturezas, uma humana e outra divina, mas pouco ligadas. Maria seria mãe apenas de Cristo como homem. Para combater esse pensamento, a Igreja outorgou-lhe o título de Theotokos (Teótokos), expressão grega que significa “Mãe de Deus”.
Jesus é plenamente homem e plenamente Deus. Maria foi Mãe deste Deus feito homem, que é Jesus; assim, Maria é Mãe de Deus. É uma realidade que dá fundamento a todas as outras. É uma verdade, em primeiro lugar, sobre Cristo, pois é preciso afirmar que Jesus é verdadeiramente Deus para que possamos falar que Maria é Mãe de Deus.
Perpétua Virgindade de Maria
Maria foi virgem antes, durante e depois do parto. A virgindade de Maria é uma ideia tradicional, que remonta às origens do cristianismo, mas gerou bastante polêmica ao longo da história da Igreja. Foi questionada pelos pagãos, que não compreendiam como uma virgem poderia dar à luz. Já as tendências gnósticas dentro do cristianismo achavam que Jesus era filho de José.
É o dogma mariano mais antigo das Igrejas Católica e Oriental Ortodoxa, afirmando a “real e perpétua virgindade mesmo no ato de dar à luz o Filho de Deus feito homem”. Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Concílio de Trento, em 1555, embora já fosse um dogma no cristianismo primitivo, como indicam escritos de São Justino Mártir e Orígenes.
É uma crença que já está na Sagrada Escritura e defende que Maria concebeu Jesus virginalmente, deu à luz virginalmente e assim permaneceu até o final da vida.
Imaculada Conceição de Maria
Maria foi totalmente isenta de pecado, inclusive quando concebida por seus pais, Santa Ana e São Joaquim. Todo o resto da humanidade, desde os nossos primeiros pais, nasceu com pecado original – daí, aliás, a necessidade da Salvação. Proclamado pelo Papa Pio IX em 1854, o dogma da Imaculada Conceição teve como pano de fundo a luta que na época a Igreja travava contra o racionalismo enviesado e exacerbado. Essa corrente, com ares de “científica”, negava a possibilidade de forças sobrenaturais agirem no mundo. O dogma da Imaculada realça justamente a intervenção direta de Deus no mundo ao preservar Maria do pecado original.
A festa da Imaculada Conceição de Maria é celebrada em 8 de Dezembro, definida inicialmente em 1476 pelo Papa Sixto IV. Também neste caso, muitos escritos dos Padres da Igreja já defendiam a Imaculada Conceição de Maria, pois era adequado que a Mãe do Cristo estivesse completamente livre do pecado para gerar o Filho de Deus.
Assunção de Maria
Após a morte, Maria subiu ao Céu em corpo e alma. Depois de Cristo, ela foi a única criatura que teve esta distinção. Foi declarado por Pio XII no pós-guerra, em 1950. Após a maciça mortandade da Segunda Guerra, o dogma fala da santidade da vida e da dignidade dos corpos humanos, ao lembrar que eles também estão destinados à Ressurreição.
É uma verdade em que a Igreja acredita desde os séculos 5 e 6, quando já havia uma celebração da então chamada Dormição de Maria.
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