Na tarde do último sábado, dia 17 de outubro, a Basílica de Nossa Senhora do Carmo, na Bela Vista (SP), acolheu a posse da Comissão Justiça e Paz (CJP), do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no Estado de São Paulo.
A Missa foi presidida pelo bispo de Mogi das Cruzes e presidente do Regional, Dom Pedro Luiz Stringhini, e concelebrada por: Dom Luiz Carlos Dias, bispo auxiliar de São Paulo e secretário do Regional; Dom Julio Endi Akamine, arcebispo de Sorocaba e referencial para a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora do Regional; Dom Eduardo Vieira, bispo auxiliar de São Paulo; Dom Arnaldo Carvalheiro Neto, bispo de Itapeva; Dom Reginaldo Andrietta, bispo de Jales; Frei Thiago Borges Isidoro, pároco da Basílica de Nossa Senhora do Carmo; entre outros sacerdotes presentes.
A Celebração Eucarística contou ainda com a participação de autoridades civis, e fiéis da Basílica. Nuno Coelho, membro titular da Comissão Justiça e Paz, também esteve na Igreja e dirigiu sua saudação à comissão.
Homilia
Durante a homilia, Dom Pedro Luiz Stringhini recordou o Dia Mundial das Missões, celebrado no domingo (18), e ressaltou a gênese da dimensão sociotransformadora da Igreja.
“A fome e a sede de justiça impulsiona a Igreja a evangelizar a partir dos pobres, com os olhos fixos em Jesus. Da compaixão e da misericórdia do coração de Cristo decorre a dimensão sociotransformadora da missão da Igreja”, afirmou.
Situando ao contexto litúrgico a atualidade da mensagem do Evangelho, o bispo de Mogi das Cruzes recordou:
“A mensagem de Jesus se aplica à realidade atual. Sua sabedoria ilumina, como diz São Paulo, “a atuação da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança” (cf 1Ts 1,3), pois, segundo o mesmo apóstolo Paulo: “o evangelho não chegou até vós somente por meio de palavras, mas também mediante a força do Espírito Santo” (1Ts 1,5)”.
Dom Pedro Luiz Stringhini destacou que “as Comissões de Justiça e Paz – em nível nacional, regional ou diocesano – estão na linha de frente do testemunho profético da missão da Igreja”. O bispo reforçou, ainda, que a “Comissão Justiça e Paz do Regional Sul 1, empossada nessa celebração, compromete-se com questões emblemáticas a serem enfrentadas com coragem, firmeza e altivez, quais sejam:
1) Questões ligadas aos direitos humanos: pobres, minorias, presos, população de rua, desempregados;
2) O Pacto pela vida e pelo Brasil (da CNBB), propondo “o exercício de uma cidadania guiada pelos princípios da solidariedade e da dignidade humana, assentada no diálogo maduro, corresponsável, na busca de soluções conjuntas para o bem comum, particularmente dos mais pobres e vulneráveis”.
3) O Pacto educativo global proposto pelo Papa Francisco, com vistas a colocar a pessoa no centro de cada processo educativo, dando voz às crianças, adolescentes, jovens e tendo a família como primeiro e indispensável sujeito educador. Para o Papa, é importante educar para o acolhimento, abrindo-nos aos mais vulneráveis e marginalizados.
4) A Economia de Francisco (realmar ou reanimar a economia), que busca encontrar formas de compreender a economia, a política, o crescimento e o progresso, na perspectiva duma ecologia integral, isto é, guardar e cultivar a nossa casa comum, protegendo-a da exploração dos seus recursos, adotando estilos de vida mais sóbrios.
5) A Encíclica “Fratelli Tutti”, sobre a “fraternidade universal”. Ela “nos mostra novos caminhos de humanização da vida, através da fraternidade e amizade social. Seguindo Jesus Cristo e o exemplo do Santo de Assis, o Papa Francisco nos anima a construir uma vida ‘com sabor de Evangelho’, com simplicidade e alegria, como irmãos dos pobres e da natureza. O Papa nos convoca também a comunicar o amor gratuito de Deus sem impor doutrinas, mas indo ao encontro do outro” (mensagem da presidência do CELAM).
Por fim, Dom Pedro Luiz Stringhini entregou o documento de nomeação e posse a Frei Marcelo Toyansk, OFMCap, Assessor eclesiástico da CJP; e Murilo Gaspardo, Coordenador da CJP.
“Nosso agradecimento aos bispos pela confiança em nosso trabalho enquanto missão desta comissão, que tem por compromisso fundamental a construção da Paz a partir da defesa e da garantia dos direitos humanos”, disse Gaspardo.
Componentes da Comissão Justiça e Paz (CJP) do Regional Sul 1 da CNBB
Dom Pedro Luiz Stringhini, Presidente do Regional Sul 1 da CNBB e Bispo Referencial da Comissão
Frei Marcelo Toyansk, OFMCap, Assessor eclesiástico da CJP
Murilo Gaspardo, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UNESP – Campus de Franca, Coordenador da CJP
Antônio Funari, Advogado, Militante de Direitos Humanos, Ex-ouvidor da PM e Presidente da CJP Arquidiocese de SP
Ana Sueli Ferreira, Militante de Direitos Humanos e Servidora Pública Federal
Antônio Carlos Malheiros, Desembargador
Padre Arlindo Dias, Congregação do Verbo Divino
Padre Gianfranco Archives, Assessor Nacional da Pastoral Carcerária
Luiza Andreza Camargo de Almeida, Diocese de Ourinhos, Pastoral da Juventude
Maria Victoria Benevides, Comissão Arns
Maria Auxiliadora Arantes, Diretora do Instituto Sedes Sapientiae
Maria Cândida de Paula Thomaz de Sousa, Advogada, Negra, Vice-Coordenadora da Pastoral Afro Regional
Irmã Maria da Penha de Oliveira, JPIC/CRB
Mario Francisco de Quinto Junior (CPT), Sociólogo
Matheus Rafael de Almeida, Professor de Matemática/Pastoral da Juventude de Santa Ernestina
Mônica Lopes, Coordenadora Estadual da Fé e Política
Vidal Serrano Nunes Júnior, Diretor da Faculdade de Direito da PUC-SP
Pastor Jair Alves, Igreja Metodista
Clique aqui e leia a homilia completa de Dom Pedro Luiz Stringhini
Fonte: Da redação, com Regional Sul 1
Fotos: Luciney Martins/O São Paulo
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