Vivemos num mundo repleto de informações que pipocam a todo momento em nossas redes sociais, nos meios de comunicação. Em meio a tudo isso há também muita música, fundos musicais, trilhas sonoras… Estamos sempre envolvidos por muitas imagens, informações e sons. E entre as angústias que permeiam nosso dia a dia, entre o suor e as lágrimas que escorrem, buscamos um ponto de refúgio, o apoio que precisamos para seguir.
Em cada santa Missa, em cada Eucaristia, em cada momento fraterno vivido na igreja esperamos encontrar esse refúgio. O mundo cansado está carente de paz. O ambiente do templo, o ambiente de nossas comunidades e paróquias precisa ser um oásis em meio ao deserto do mundo. Um oásis de beleza, de profundidade, um lugar de encontro com aquele que pode ressignificar a nossa luta diária.
A música de nossas comunidades pode e deve ser um canal para que todos possam tocar um pouco do Céu já aqui. Como é boa a sensação de participar de uma Missa com uma música bem executada, em bom volume, harmônica, afinada! Como é bom! Isso nos ajuda muito a vivenciar bem a celebração.
Como é difícil a concentração e a oração dentro da igreja quando a música vai mal! Por muitas vezes, acaba ficando perceptível ao povo a falta de ensaio e de preparação dos ministros de música: tudo corrido, falta de compromisso, gente chegando em cima da hora, o olhar inseguro, o Salmo mal interpretado, muitos cochichos entre os membros da equipe litúrgica ao longo da celebração… É claro que a Missa continuará tendo o seu valor, continuará tendo Jesus eucarístico, com ou sem música, com música bem ou mal executada, porém, se a música for bem escolhida, bem preparada e os ministros de música forem talentosos e estiverem seguros do que fazer será muito mais agradável participar dessa celebração. Uma música bonita é capaz de elevar nossas almas.
Se os ministros de música, assim como Santa Cecília, padroeira dos músicos, cultivarem uma amizade íntima com Deus no seu cotidiano, essa amizade muito naturalmente transbordará no seu servir. É como quando convivemos muito com alguém: de tanto conviver, chega uma hora em que estamos parecidos, ou falando ou agindo como a pessoa. Sempre digo e repito: quanto mais convivermos com Jesus, mais ficaremos parecidos com Ele. Como Santa Cecília fez, precisamos decidir por uma vida em Deus, mesmo que isso nos custe muito.
É preciso uma decisão radical por Ele! Se vivermos de tal forma, traremos ao povo muito, muito mais do que música: traremos Deus, transbordaremos em nossa arte naturalmente a experiência que fazemos com esse Deus vivo e apaixonado. Isso, meus irmãos, é importantíssimo: aliar nosso compromisso ministerial com o estudo de voz e/ou instrumento e mais o cultivo da amizade com o Senhor. Dessa forma, aqueles que vêm às nossas comunidades, paróquias e eventos da igreja terão mais possibilidade de encontrar um oásis em meio ao deserto do mundo mediante uma música cantada e tocada belamente, amorosamente e impregnada de muita verdade e busca de Deus.
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