Concluída pelo Papa Sisto III, um ano depois que o Concílio de Éfeso (431) proclamou o dogma da Maternidade Divina de Maria, a Basílica de Santa Maria Maior é a maior igreja de Roma e a primeira do ocidente dedicada a Nossa Senhora. O templo foi construído sobre o monte Esquilino, uma das sete colinas sobre as quais Roma foi fundada.
Uma versão do frade Bartolomeu de Trento, que viveu em meados do século XIII, conta que a origem da Basílica se deu pelo fato de um rico casal ter pedido discernimento a Nossa Senhora para saber como empregar sua riqueza. Por meio de sonhos, o casal recebeu uma mensagem da Virgem Maria pedindo que fosse construída uma igreja exatamente sobre o monte Esquilino, que, no dia 5 de agosto, no período do verão europeu, estaria coberto de neve. E assim aconteceu o milagre, o que levou a igreja a ser chamada também de Basílica de Nossa Senhora das Neves.
Esta história nos aponta importantes lições sobre a presença da Virgem Maria na caminhada do Povo de Deus. A primeira delas: Nossa Senhora está sempre atenta às necessidades de seus filhos. Como nas Bodas de Caná (cf. Jo 2, 1-11), ela permanece observando onde falta o vinho; permanece apontando que Jesus tem sempre a resposta para qualquer situação. Por ter uma sintonia perfeita com seu Filho, Maria jamais se abstém de solicitar a Cristo um auxílio para os que necessitam.
São João Paulo II diz que “Maria põe-se de permeio entre o seu Filho e os homens na realidade das suas privações, das suas indigências, dos seus sofrimentos. Põe-se de permeio, isto é, faz de mediadora, não como uma estranha, mas na sua posição de mãe, consciente de que como tal pode – ou antes, ‘tem o direito de’ – fazer presentes ao seu Filho as necessidades dos homens”.
Depois, como nos conta a história do frade Bartolomeu, a terra quente e seca sente o refrigério da neve, por intercessão de Maria. Inúmeras vezes, o coração humano é visitado por este acalento materno de Nossa Senhora. Em seu Magnificat (cf. Lc 1, 46-55), Maria relata a forma como Deus a visitou, fazendo nela maravilhas. Esta mesma visita ela estende aos homens e mulheres de todos os tempos, que recorrem à sua intercessão materna, confiantes de que o Poderoso também fará grandes coisas em favor dos seus.
A festa da Basílica de Santa Maria Maior recorda aos fiéis a necessidade de confiar na mediação de Nossa Senhora, entre Cristo e os homens. A Protetora do povo romano e cristão (Salus Populi Romani et Christiani) conhece as necessidades da humanidade; por isso, roga por cada pessoa com uma onipotência suplicante e sempre aponta Cristo como a solução para as intempéries e angústias desta vida.
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