“Os filósofos, os reis e, numa palavra, todo o mundo, que se perdem em milhares de atividades, não podem nem mesmo imaginar quanto bem puderam realizar com a graça de Deus aqueles publicanos e pescadores.”
Mesmo que a história dos homens não nos ofereça particularidades importantes a respeito da vida da maior parte dos apóstolos, a veneração da Igreja a cada um deles foi sempre imensa. Eles, de fato, com o seu livre e amoroso consentimento, primeiro permitiram a Jesus reviver e transplantar para o colégio apostólico a vida da Trindade e, depois, difundi-la no mundo.
Bartolomeu quer dizer “filho de Tholmaj”, enquanto que o seu verdadeiro nome seria Natanael. Era originário de Caná da Galileia.
Seu encontro com Jesus é narrado no Evangelho de João 1,45-51.
Ao convite de Filipe para seguir Jesus de Nazaré, no qual ele reconhece o tão esperado Messias, Natanael responde que de Nazaré não se poderia esperar nada de bom. O amigo, porém, não o deixou em paz, lançando-lhe o desafio de ir e ver com os próprios olhos. Natanael decidiu-se a acompanha-lo mais para agradar a Filipe do que na esperança de encontrar alguma coisa de importante, mas, assim que se apresentou diante do Mestre, sentiu-se surpreso com as palavras que ouviu: “Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade” (Jo 1,47).
O relato evangélico continua: “Natanael pergunta-lhe: ‘De onde me conheces?’ Respondeu-lhe Jesus: ‘Antes que Filipe te chamasse eu te vi quando estavas debaixo da figueira’. Replicou-lhe Natanael: ‘Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel!’. Respondeu-lhe Jesus: ‘Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta!’. Depois disse: ‘Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem’” (Jo 1,48-51).
Daquele dia em diante Natanael foi fidelíssimo ao Mestre e foi escolhido para fazer parte do grupo dos doze.
Depois de Pentecostes, algumas tradições o fazem apóstolo do norte da Índia e até mesmo da Arábia Feliz, o atual Iêmen; outros colocam o seu apostolado na Mesopotâmia, na Licaônia, na Frígia e, por fim, na Armênia, onde teria convertido o rei Polímio e teria depois sido esfolado vivo, segundo a lei da Pérsia.
As relíquias viajaram muito: da Armênia para a ilha de Lipari, em Benevento, Itália, e por fim para Roma, enquanto que sua cabeça é venerada em Frankfurt sobre o Meno, na Alemanha.
A liturgia ambrosiana o celebra com estas palavras: “O apóstolo Bartolomeu, seguindo o exemplo glorioso de Cristo, não hesitou por seu amor a derramar o próprio sangue. Com o triunfo admirável de seu martírio nos comunica uma grande esperança na nossa vitória”.
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