Desse santo da Armênia, a única informação historicamente certa que chegou até nós é que foi martirizado quando era bispo de Sebaste. No demais, devemos nos contentar com o relato de sua belíssima paixão historicamente pouco verídica, mas, mesmo assim interessante.
Brás, pela santidade de sua vida, foi escolhido para ser bispo da comunidade cristã de sua cidade. Aceitar essa missão na época não era uma honra, significava ser um candidato ao martírio.
Não era prudente viver na cidade abertamente por causa das perseguições. Brás, então, passou a viver numa gruta escondida no mato, fora de Sebaste; entretanto, o vaivém das pessoas que o procuravam para receber seus conselhos e suas orientações tornou conhecido seu esconderijo.
Quando o governador Agrícola (governador da Capadócia) percebeu que Brás convertia as pessoas com a fama de sua santidade e de seus milagres mais do que se pregasse na praça o Evangelho de Cristo, decidiu expulsá-lo.
O bispo não opôs nenhuma resistência aos guardas que foram buscá-lo na gruta. Apresentou-se tranquilo ao governador e confirmou que era cristão e dirigente da comunidade e que não tinha nenhuma intenção de renegar sua fé.
Depois da condenação foi conduzido à prisão à espera da morte, mas também aí se iniciou uma procissão de pessoas que desejavam ver e ouvir o santo. Uma mãe levou seu filho que estava morrendo, sufocado por ter engolido uma espinha de peixe. O prisioneiro abençoou a criança e ela ficou curada. A mãe não sabia como agradecer e lhe ofereceu uma vela para iluminar à noite a prisão e um pedaço de pão e carne para ele se alimentar. Daí brotou a tradição de abençoar com duas velas cruzadas a garganta dos fiéis no dia de sua festa.
Agrícola quis acabar com aquela procissão do povo e ordenou que o santo fosse afogado num lago perto de onde morava. A notícia espalhou-se por toda a cidade e as margens do lago foram tomadas pelos curiosos.
Brás, caminhando sobre as águas, chegou ao centro do lago e convidou os funcionários do império a fazer a mesma coisa que tinha feito com a procissão de seus deuses, mas, eles não conseguiram. Ele retornou à margem e se entregou a seus algozes. Conduzido de volta ao cárcere e acusado de magia foi condenado à decapitação em fevereiro de 316.
O Edito de Milão, com que o imperador Constantino tinha dado plena liberdade àqueles que professavam a fé cristã, ainda não tinha chegado à Armênia, onde governava Licínio. Embora tivesse assinado o edito, preferiu ignorá-lo e, por rivalidade contra o imperador, desencadeou nos territórios sob seu comando uma forte perseguição contra os cristãos.
O culto de São Brás foi difundido amplamente no Oriente e no Ocidente, tendo atingido o maior esplendor durante a Idade Média. Brás permaneceu vivo na tradição do cristianismo não somente pelo testemunho de seu martírio, mas também porque relembra o aspecto materno da Igreja, que se preocupa particularmente com o cuidado dos pobres e dos doentes.
Oração a São Brás
Ó glorioso São Brás, que restituístes, com uma breve oração, a perfeita saúde de um menino que, por uma espinha de peixe atravessada na garganta, estava prestes a expirar! Obtende para nós todos a graça de experimentarmos a eficácia do vosso patrocínio em todos os males da garganta. Conservai a nossa garganta sã e perfeita, para que possamos falar corretamente e, assim, proclamar e cantar os louvores de Deus. Amém.
A bênção de São Brás
Por intercessão de São Brás, bispo e mártir, livre-te Deus do mal da garganta e de qualquer outra doença. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
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