25 DE JULHO
APÓSTOLO
(†42)
“Jesus Redentor retirou São Tiago do humilde trabalho das redes, constituindo-o pescador de homens para a salvação deles. Respondeu ao divino chamado com ânimo pronto e fiel; mereceu assim enfrentar o tormento do martírio e obter a glória, antes dos outros apóstolos do Senhor.”
Tiago é chamado “o Maior” para distingui-lo do outro apóstolo, seu homônimo. Era filho de Zebedeu e Salomé e irmão mais velho de João. Fazia parte dos três apóstolos privilegiados – Pedro, Tiago e João, escolhidos por Jesus para participar do episódio do estabelecimento instantâneo da sogra de Pedro, da ressurreição da filha de Jairo, da transfiguração do Salvador no monte e de sua agonia no horto das Oliveiras.
Seu chamado aconteceu enquanto estava no lago absorto no trabalho de pescar, juntamente com seu pai e o irmão, João. A resposta dos dois foi imediata. Os dois apóstolos foram chamados Boanerges, filhos do trovão, por seu caráter decidido, revelado no seguinte episódio narrado por Lucas: “Durante a última viagem de Jesus a Jerusalém, um grupo de apóstolos, entre os quais Tiago e João, precederam o Mestre numa aldeia de samaritanos para preparar a chegada dos outros. Os samaritanos, assim que souberam que se dirigiam para Jerusalém, recusaram-se a recebê-los. Quando contaram o que havia acontecido a Jesus, os dois irmãos disseram: ‘Senhor, quer que peçamos que desça fogo do céu e os destrua?’. Queriam que se repetisse o episódio do profeta Elias, que reduziu a cinzas os cinquenta homens enviados contra ele pelo rei Ocozias. Mas, Jesus se voltou para eles e os repreendeu” (Lc 9,51-56).
Deles, o Evangelho relata outro acontecimento que suscitou a indignação dos demais apóstolos (cf. Mc 10,35-45). A mãe deles dois foi até Jesus e lhe pediu para que os seus dois filhos se sentassem um à direita e outro à esquerda no Reino que Ele estava para estabelecer no mundo. Jesus perguntou-lhes se estavam dispostos a beber do cálice de que ele beberia e, diante da resposta afirmativa, profetizou que aquilo aconteceria, mesmo que não pudesse lhes garantir um lugar de honra. E acrescentou: “O Filho do homem, de fato, não veio para ser servido, mas para servir e dar a própria vida em resgate de muitos”.
Depois de Pentecostes, a rápida difusão do cristianismo na Judeia e fora suscitou a preocupação do Sinédrio e de Herodes Agripa I que, para agradar ao chefe do povo, prendeu e decapitou o apóstolo Tiago (cf. At 12,2). A causa da condenação não terá sido de caráter religioso, porque a pena correspondente teria sido a lapidação; foi condenado por acusações de caráter político, como a de reunir o povo para sublevá-lo contra o poder constituído.
Segundo uma tradição que nos foi passada por Clemente de Alexandria e por Eusébio de Cesareia, enquanto o apóstolo ia para o martírio, aproximou-se dele aquele que tinha falsamente testemunhado contra ele e pediu-lhe perdão. Tiago parou, pensativo – talvez para reprimir a exigência da justiça imediata que o filho do trovão trazia sempre no peito – mas depois o abraçou, dizendo-lhe: “A paz esteja contigo”.
Segundo a tradição, ele foi o primeiro apóstolo a sofrer o martírio, em torno do ano 42. Seu culto se difundiu de maneira extraordinária na Espanha, onde foi construído o famosíssimo santuário de Compostela, que do século XI ao XV se tornou, para a cristandade ocidental, a meta desejada por numerosíssimas peregrinações.
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