“Pois qual é o maior: o que está sentado à mesa ou o que serve? Não é aquele que está sentado à mesa? Todavia, eu estou no meio de vós, como aquele que serve.” (Lc 22,27)
No dia 29 desde mês de julho, a Igreja celebra os apóstolos Pedro e Paulo. Por celebrar São Pedro, a Igreja também recorda o Dia do Papa.
Tempos atrás, tive a oportunidade de escrever o prefácio de um livro do Papa Francisco publicado no Brasil, intitulado O verdadeiro poder é o serviço. Compartilho com vocês o grande ensinamento, a meu ver, do pontificado de Bergoglio: “Em tempos de competição, de busca desenfreada por status, de estar em destaque, o Papa Francisco volta às origens do cristianismo, suscitando em nós o verdadeiro ensinamento do Mestre – o servir, não o ser servido. Essa mensagem pode parecer anacrônica numa sociedade, que em geral, supervaloriza a autoimagem inflada”.
Beber da espiritualidade do Cristo do lava-pés, para o Papa, não é sinal de submissão, ou de uma prática devocional que busca resignar-se diante dos “grandes” constituídos, mas é perceber que nossa natureza vai além das aparências: “A concepção cristã de ‘pessoa humana’ não tem muito a ver com a pós-moderna entronização do indivíduo como único sujeito da vida social” (Papa Francisco).
Ontologicamente, o ser humano sendo imagem e semelhança de Deus, adquire sentido para a vida por meios da entrega de si, da doação irrestrita.
O verdadeiro poder é o serviço!
O poder aqui não é entendido como dominação, nem tampouco ostentação, o poder de Jesus se concentra na cruz. Os pregadores da corrente teológica da prosperidade (tão presente em nossos dias) podem se sentir incomodados com a imagem de Cristo que encontra sua realeza cingindo sua cintura com uma tolha e se ajoelhando para servir os seus, cena essa que antecede a perseguição, a condenação, a via dolorosa e a morte na cruz.
Não existe cristianismo sem um entendimento da mensagem de amor oblação de Cristo. O cristão, sendo coerente com sua fé, nunca se sentirá confortável com a realidade que o cerca.
Seja Deus a nossa força!
Pe. Luís Erlin, cmf.
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