A nossa Igreja é “Mãe e mestra” (Carta Encíclica Mater et Magistra, 1). Assim São João XXIII iniciou a sua carta encíclica em 1961, terceiro ano de seu pontificado.
Ninguém pode ter a Deus por Pai se não tem a Igreja como mãe (São Cipriano, De cathol. Ecc. Unitate, 6). A Igreja, com amor de mãe, entrega a Palavra de Deus aos batizados, palavra que foi vivida e escrita por muitos que desejaram registrar e transmitir a fé em Deus. Deus é revelado como Pai que ama, que acolhe e que educa o seu povo com generosidade e com paciência. Em Cristo os discípulos foram educados na fé e nós, catequistas, recebemos os ensinamentos da comunidade de Jesus, que permaneceu firme no caminho.
A Igreja é mãe quando entrega os sacramentos que dão vida aos cristãos, quando partilha a vida e o testemunho de fé de tantos homens e mulheres que buscaram a santidade em vida. É mãe quando ensina com a verdade revelada pelo magistério, de modo seguro e infalível, todos os preceitos para uma vida de fé, digna e feliz, e para o crescimento da consciência moral, social e espiritual.
A Igreja é mãe de nossa fé! Ela nos coloca em comunhão com Jesus Cristo e nos acolhe para uma vida comunitária da fé, pois ninguém crê sozinho. O Papa Francisco, em sua Carta Encíclica Lumen Fidei, diz que “Quem recebe a fé, descobre que os espaços do próprio ‘eu’ se alargam, gerando-se nele novas relações que enriquecem a vida. Assim o exprimiu vigorosamente Tertuliano ao dizer do catecúmeno que, tendo sido recebido numa nova família ‘depois do banho do novo nascimento’, é acolhido na casa da mãe para erguer as mãos e rezar, juntamente com os irmãos, o Pai-Nosso” (39).
Na casa da mãe encontramos a Maria, dada por Cristo como mãe dos apóstolos (cf. Jo 19,26-27). Ela, mãe da Igreja, acolhe e acompanha a vida dos cristãos com amor. Primeira cristã, educadora da fé e mãe da esperança, a mulher forte de Nazaré fala às mães de hoje. Catequista por excelência, transmite a fé que ocupa o seu coração e toda a sua vida.
Maria pisou o mesmo chão que seu filho, Jesus, viveu e conviveu com o povo que acompanhava o jovem Galileu. De perto ou de longe, mas não distante emocionalmente, a mãe fiel acompanhou os passos de seu filho enquanto Ele pregava as novidades do Reino, curava os doentes, perdoava os pecadores, abraçava as crianças, colocava-se em silêncio e oração, acolhia os pobres e enfrentava os maiores poderes políticos e religiosos.
Com um coração de mãe, presente e solidária, Maria estava com Jesus: na manjedoura, no deserto, no rio Jordão, nas montanhas, no mar, na praia, nas casas, no caminho da cruz, no Calvário e no sepulcro. Com um coração consagrado pela fé, estava com Ele e seus apóstolos no Cenáculo e aguardou, perseverante, a vinda do Espírito Santo, em Pentecostes.
Hoje ela está presente em nossas paróquias e em nossas comunidades, acompanhando a vida de fé e o nosso ministério como catequistas. Está junto de nós quando acolhemos as famílias, anunciamos Jesus Cristo e transmitimos nossa fé, com palavras e testemunho de vida.
Maria é uma grande inspiração para as mães no enfrentamento dos desafios, na superação dos conflitos, nos momentos de tristeza e de dor e também está presente nos momentos de alegria e de felicidade, de conquistas e de vitórias.
De mãe para mães, ela quer ensinar:
Queridos catequistas, temos uma tarefa muito especial! Aproveitemos os momentos de encontros com as mães ou responsáveis dos catequizandos, sejam avós, tias, irmãs, madrinhas ou cuidadoras ou pais, avôs, tios ou irmãos para uma catequese sobre o valor da presença positiva na convivência familiar. A presença positiva fortalece as atitudes de acolhimento, de diálogo e de respeito entre os membros da família e dela com a sociedade. Tenhamos como inspiração a presença de Maria na vida de Jesus.
Sejamos a presença de Deus na vida dos outros. Disso consiste o sentido da vida comunitária da fé: sair de si para ir ao encontro do outro.
Viver em família, não vale a pena, vale a vida.
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