Por seu trabalho com os mais desfavorecidos, os que estão nas ruas e os que sofrem vícios, ele foi batizado como D. Antônio de la Paz. Dom Antonio presidiu a Eucaristia, pela manhã, e depois compartilhou com as frades algumas pistas sobre o papel da vida mendicante na Igreja hoje.
Fontes: https://www.carmelitas.es e https://ocarm.org/es/
Destacamos alguns pontos de sua palavra:
1.- Ele recordou a dimensão eliana e mariana de nossa Ordem e fez um breve tour histórico de nossa dimensão mendicante.
2.- A gruta de Elias, a gruta de Belém (Maria) e a gruta da comunidade são espaços para o encontro com Deus. Ele ressaltou, comentando o evangelho, a necessidade de recuperar e ensinar os métodos da próxima geração de correção fraterna.
3.- Para o mendigo, sua casa é o mundo. As fronteiras são a invenção dos homens, não criadas por Deus. Nossas comunidades são cada vez mais internacionais.
4.- A atitude contemplativa nos leva ao acompanhamento espiritual das pessoas, servindo, curando e tocando as feridas dos membros do Corpo de Cristo: os pobres. Eles não são um acréscimo à nossa espiritualidade, não são um ornamento teológico. O Papa Francisco nos convidou a cheirar ovelhas. A análise do texto do Monte 1 serviu a Dom Antonio para sublinhar que, na genealogia de Cristo, aparecem quatro mulheres estrangeiras (Rahab, Tamar, Ruth e Bersabé). Deus enxertou em sua linhagem homens e mulheres de todas as raças, idiomas, pessoas e nações, que não são precisamente um modelo de virtudes. A presença, cordialidade e proximidade de Dom Antonio Muniz com os irmãos foi um momento de alegria.
Ainda em sua palestra, Dom Antônio Muniz refletiu sobre três perguntas: O que você está fazendo aqui, Eliás? O que você está fazendo aqui, Maria? O que você está fazendo aqui, Carmelita, enfrentando os desafios do nosso mundo?
Em um estilo simples e fraterno, ele convidou os carmelitas a serem surpreendidos por Deus, que se revela para nós em uma inesperada “brisa suave”, como fez com Elias. Fortalecido pelo pão divino, o profeta conseguiu voltar aos trilhos e continuar sua missão. Enraizados no verdadeiro pão celestial que é Jesus Cristo e nutrido por ele, também os carmelitas poderão continuar seu trabalho na Igreja, a serviço do Reino.
Maria convida a deixar os valores próprios e seguir a jornada, anunciando a presença da Palavra. Ela, que reflete eminentemente outras mulheres da História da Salvação, também é modelo da Igreja, do Carmelo, “em missão”, com uma atitude de acolhimento, acompanhamento e serviço. A visita de Maria a sua prima Isabel reflete essa atitude.
Contemplando o exemplo de Elias e Maria, os carmelitas são chamados a formar comunidades de oração, fraternas e samaritanas, capazes de cuidar dos irmãos e irmãs que encontramos, tanto em nossas comunidades como na sociedade. Isso requer um processo de conversão pessoal, centrado na meditação pessoal e comunitária da Palavra de Deus, e de conversão pastoral-ecológica, à medida que aprendemos a priorizar nossas atividades, com a alegria que brota do encontro com Deus. Somente Ele nos dará confiança e nos fará criativos.
Após a palestra, na segunda parte da manhã, houve apresentação, de forma sintética, das respostas da Ordem ao Instrumentum Laboris do Capítulo. À luz delas, a seguinte pergunta foi refletida nos grupos linguísticos: “Como ser fiel à nossa tradição de responder para os desafios do presente e estar aberto para o futuro?” As respostas dos grupos foram compartilhadas na Assembleia durante a última reunião da manhã.
À tarde, na sexta-feira, a programação do Capítulo seguiu com o relatório do O Tesoureiro Geral (Administrador pro tempore), Frei Christian Körner, O.Carm., sobre a situação global da economia da Cúria Geral e da Domus Carmelitana; e do Procurador Geral, Frei Michael Farrugia, O.Carm.
O Capítulo Geral dos Irmãos da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo – 2019 acontece de 9 a 27 de setembro, no Carmelo de Sassone, Roma.
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