Era um lugar ideal, em que o homem e a mulher viviam felizes; a natureza era linda; os frutos da terra, abundantes, e os animais, mansos e pacíficos. Um sonho de lugar! Se existiu assim como foi descrito na Bíblia e onde ficava, não é tão importante saber.
Paraíso quer dizer jardim. No Oriente Médio, lugar em que a Bíblia foi escrita, um jardim cheio de fontes e de árvores, numa atmosfera de paz e de tranqüilidade, era um lugar ideal. Era chamado de paraíso.
Quando você lê paraíso, na Bíblia, não pense logo num lugar que existiu não se sabe bem onde, nem se prenda a ele. Pense na felicidade. É isso que a Bíblia quer dizer: um lugar de felicidade.
Queiramos ou não, a felicidade é muito importante para o homem. Às vezes, dá uma vontade danada de brigar com os outros, destruir os próprios brinquedos, mandar tudo às favas. Por quê? Não é que estejamos querendo ser infelizes. Na realidade, queremos até nos afirmar, chamar a atenção, desafiar o outro e sermos felizes à nossa maneira…
Entre os adultos também é assim. Por pior que estejam as coisas, acreditam sempre que tudo pode dar certo, buscam a felicidade. A vida humana perderia sentido se nos faltasse a esperança.
A Bíblia foi escrita por um povo muito religioso. Na ânsia de ser feliz, todos perceberam que Deus criou o mundo e o homem num clima de felicidade. Por isso, em linguagem poética e diferente da nossa, disseram que Deus criou o mundo bom e colocou o homem e a mulher num paraíso, para que se amassem e se multiplicassem.
O importante desta lição é o otimismo: o mundo é bom. Todos nós, mulheres e homens, somos feitos para a felicidade, somos feitos para o amor.
Mas a vida de todo dia, sob certos aspectos, parece desmentir esse otimismo. No Brasil, nada está dando certo. A maioria da população luta diariamente para sobreviver. O governo fecha os olhos à prepotência dos poderosos e à ganância dos ambiciosos.
Não seria melhor abandonar tudo e ir em busca da felicidade em outros países? A juventude, às vezes, é até tentada a buscar a felicidade nos paraísos artificiais das drogas.
Mas é uma grande ilusão. O que torna o homem feliz não é ò que ele sonha nem o que ele tem, mas o que conquista dentro de si mesmo, sendo autêntico e se relacionando humanamente com os outros.
A Bíblia nos dá uma insuperável lição de esperança: houve um paraíso no início da história da humanidade e haverá outro no fim dos tempos. Deus não seria Deus se frustrasse as aspirações mais profundas do coração humano.
Á vida da humanidade está suspensa, como um fio, entre dois paraísos: o narrado no livro do Gênesis (Gn 2,8-25) e o narrado no livro do Apocalipse (Ap 22,1-2). Os ventos a sacodem. Tem-se, às vezes, a impressão de que ela se perdeu no espaço. Mas os dois paraísos a sustentam: a felicidade em que fomos criados e a felicidade com que sonha o nosso Coração.
Mas quem sustenta esses paraísos? Deus. Foi ele que nos criou felizes e somente ele nos fará felizes. Vivemos entre um e outro paraíso. Durante esse tempo, Deus nos salva. Como perdemos o primeiro, encaminha-nos para o segundo paraíso. Vem em socorro de nossa miséria e de nossa fraqueza, cura as nossas doenças e perdoa as nossas faltas.
Os caminhos de Deus não são sempre fáceis de entender. Uma coisa, porém, é certa: fez-nos felizes e nos fará felizes. Deus escreve direito por linhas tortas. Essas linhas tortas estão na Bíblia. Ela conta a história da salvação, que é a história da mulher e do homem, da humanidade inteira, entre os dois paraísos: o paraíso terrestre e o céu.
Fonte: Sou Catequista
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