Comunidade Catequética na luta contra a “religião do consumo”
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* por Seminarista Alex
“Dar-te-ei tudo isto se, prostrando-te diante de mim, me adorares”(Mt 3, 9).
O tempo que estamos vivendo em nossa comunidade é realmente um tempo difícil. Nossa Catequese e comunidade são tentadas a deixar o projeto de Deus, para seguir o projeto do maligno, ou seja, sucumbir às idolatrias do ser, do ter e do poder. Por isso, nós temos que ser proféticos, testemunhais, felizes, amorosos, realizados, proporcionadores de sentido através de Jesus Cristo vivo e no meio de nós. A nova “religião” chegou destruindo todo e qualquer vínculo de comunidade.
As marcas constituem a nova “religião”, da qual, eu perco minha identidade, e eu sou aquilo que uso. As pessoas se voltam para as marcas em busca de sentido, mas jamais vão encontrar em coisas efêmeras. A nova “religião” possuí paixão e dinamismo necessários para transformar o mundo e converter as pessoas em sua maneira de pensar. É fácil perceber isso. Convide as crianças, jovens e as famílias para irem ao shopping, cinema, jantares, as compras, futebol; sua resposta será muito positiva. Agora, convide para a Missa, celebração, grupo de oração, Catequese, visitar um doente, participar da comunidade; a resposta vai ser com raras exceções negativas. É preferível aos domingos as pessoas irem ao shopping do que ir a Missa ou ao culto.
Se chego à casa de um amigo de ônibus, meu valor é inferior ao de quem chega de BMW. Não sou eu pessoa humana, que faço o uso do objeto. É o produto revestido de fetiche, que me imprime valor, aumentando minha cotação no mercado das relações. “Consumo, logo existo.” Fora do mercado, do consumismo não há salvação, alertam os sacerdotes da idolatria consumista.
O mercado apropriou-se da religião, e isso é evidente nos shoppings centers. Os shoppings possuem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas. São os templos do deus mercado. Neles não se entra com qualquer traje, e sim com roupa de domingo, de Missa. Percorremos seus claustros, ou seja, lojas, com um som ambiente gregoriano pós-moderno. Ali dentro tudo evoca o paraíso: não há mendigos, pivetes, pobreza ou miséria. O que você não é você finge ser, claro com um altíssimo preço. Com um olhar devoto, o consumidor contempla as capelas que ostentam, em ricos nichos, os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode pagar à vista se sente no céu; quem recorre ao cheque ou cartão, no purgatório; quem não dispõe de recurso, no inferno. Na saída, entretanto, todos se irmanam na mesa “eucarística” do McDonald´s.
O consumismo é a doença da baixa auto estima. O pecado original dessa nova “religião” é que, ao contrário das tradicionais, ela não é altruísta, é egoísta; não favorece a solidariedade, e sim a competividade; não faz da vida dom, mas posse. Gastamos o que não temos, com aquilo que não precisamos.
A catequese tem o dever de fazer uma reflexão crítica com os seus catequizandos, com a comunidade. Não podemos nos omitir, e deixar que as famílias se destruam no vazio do ser, no vazio de Deus. E quando estamos vazios de Deus, colocamos qualquer coisa no lugar, até outros deuses. Ajudem Jesus meus amados Catequistas! Jesus conta conosco!
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