“Ainda tenho muitas coisas para dizer, mas agora vocês não seriam capazes de suportar. Quando vier o Espírito da Verdade, ele encaminhará vocês para toda a verdade, porque o Espírito não falará em seu próprio nome, mas dirá o que escutou e anunciará para vocês as coisas que vão acontecer. O Espírito da Verdade manifestará a minha glória, porque ele vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. Tudo o que pertence ao Pai, é meu também. Por isso é que eu disse: o Espírito vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. (João 16,12-15) |
Quando fazemos um sinal da cruz costumamos dizer: “Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Lembramos a Trindade Santa. Também nas missas, quando renovamos a nossa fé recitando o Credo, lembramos a Trindade e dizemos: Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra. Creio em Jesus Cristo, seu único filho, nosso Senhor. Creio no Espírito Santo. Vale a pena renovar hoje, na festa da Santíssima Trindade nossa fé na Trindade Santa:
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra;
Creio em Deus. No Brasil mais de 90% da população crê em Deus: católicos, evangélicos, ortodoxos, muçulmanos, espíritas, budistas. Em nome de Deus se fazem as coisas mais diversas, coisas boas e coisas menos boas. Até guerras são feitas em nome de Deus. O primeiro astronauta, dando a volta ao redor da terra, disse: “Não encontrei Deus!” O lavrador que trabalha o campo dizia: “Encontro Deus em todas as coisas da minha vida!” Num salmo, o fiel grita: “Deus, onde estás?” (Sl 42,4.11; 89,50; 115,2). Num outro salmo, ele diz a Deus rezando:
7 “Para onde irei, longe do teu sopro? Para onde fugirei, longe da tua presença?
8 Se subo ao céu, tu aí estás. Se me deito no abismo, aí te encontro.
9 Se levanto voo para as margens da aurora, se emigro para os confins do mar,
10 aí me alcançará tua esquerda, e tua direita me sustentará” (Sl 139,7-10).
O que caracteriza a Boa Nova que Jesus nos trouxe é esta afirmação inicial do Credo: Creio em Deus Pai. Já no Antigo Testamento, sobretudo durante o cativeiro na Babilônia (587-538 aC), aparece a afirmação de que Deus é Pai (cf. Is 22,21; 63,6.16; 64,7). Mas é sobretudo Jesus que nos ensinou que Deus é Pai. No Antigo Testamento, Deus é invocado como Pai em torno de 40 vezes; no NT, inúmeras vezes!
Jesus chamava Deus não só de Pai (Ab), mas também de Abba (Papai). Nome carinhoso de intimidade familiar, diária. Este novo olhar sobre Deus é a raiz da Boa Nova que Jesus nos trouxe. Deus não é uma ideia, uma teoria, uma coisa. Deus é alguém muito amigo que tem nome, que nos olha, nos acolhe como Pai, nos ama, e nunca se afasta de nós. No salmo se diz: “O Senhor te guarda! O Senhor é tua sombra” (Sl 121,5). Mesmo querendo, você não consegue separar-se da sua sombra. Deus está sempre com você. Ele é e sempre será Emanuel, Deus conosco, Deus Pai. Abba, Papai!
A criança quando está com o Pai sente-se acolhida. E quando fica sabendo que o Pai é forte e poderoso, ela se sente protegida, sem medo. Certa vez, o menino entrou no ônibus com o pai e pegou no sono. Durante a noite, acordou. Tudo escuro, barulho do motor, muita velocidade, forte movimento nas curvas da estrada. O menino sentiu medo e começou a chorar. O pai ascendeu aquela luzinha pequena que fica em cima dos assentos nos ônibus. O menino viu o rosto do pai, sorriu e dormiu de novo. A fé em Deus Pai todo-poderoso é esta luzinha que o Pai, de vez em quando, ascende para todos nós durante a noite escura da nossa viagem pela vida.
Na época do cativeiro na Babilônia, século VI aC, cresceu o uso da palavra criar para indicar a ação com que Deus nos acompanha na vida. No livro de Isaías a palavra criar indica não só a criação do céu e da terra, mas também e sobretudo a força com que Deus faz acontecer os fatos da história (cf. Is 48,6-7; Ex 34,10). A palavra criar, – em hebraico se diz bará, – indica uma ação poderosa, mais forte que qualquer outra força neste mundo, mais forte que o poder opressor de Nabucodonosor, rei da Babilônia. Mais forte também que o poder do sistema neoliberal de hoje. É com esta ação criadora que Deus nos acompanha, todos os dias e em todos os momentos da nossa vida. É a luzinha da fé que clareia nosso caminho. “O teu Redentor é o Poderoso de Jacó” (Is 49,26; 60,16)
5.Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do céu e da terra.
Tudo que existe foi Deus quem o criou: o universo inteiro, o céu e a terra. Tudo é manifestação do poder criador do nosso Pai: tanto a beleza da criação, como os acontecimentos da história; tanto a trovoada que mete medo, como a brisa da tarde que alivia e abranda. Tudo! Não é possível imaginar algo que não seja “do céu e da terra”. Onde quer que eu esteja, sempre me encontro na propriedade do meu Pai. Em qualquer lugar do mundo, estou sempre em casa. Eis um exemplo da vida do profeta Jeremias na época do cerco da cidade de Jerusalém e sua destruição pelo exército da Nabucodonosor. Eles tinham perdido tudo que lhes dava esperança. Muita gente desanimada. Jeremias continuava animado. Perguntaram: Jeremias, como é que você consegue ser tão animado? Ele respondia: O sol vai nascer amanhã! Nabucodonosor pode ser forte, mas ele não consegue impedir o nascimento do sol amanhã (cf. Jr 33,19-21; 19,25; 31,35-36).
Esta fé do povo exilado no Deus Criador do céu e da terra abriu um novo horizonte, cujo alcance para a vida só se compara com o horizonte que a ressurreição de Jesus abriu para os discípulos desanimados no domingo da páscoa. Esta fé ajudou o povo exilado a superar o desânimo do cativeiro e a renovar a fé, a esperança e o amor. Gerou toda aquela renovação que até hoje transparece nos capítulos 40 a 66 do livro do profeta Isaías e em tantos outros escritos da bíblia daquela época.
Creio em Jesus Cristo,
seu único Filho, Nosso Senhor;
Foi este o nome que o anjo Gabriel tinha indicado para o filho de Maria (Lc 1,31). É o nome que ele recebeu no sétimo dia após o nascimento, o dia da sua circuncisão (Lc 2,21). O nome civil era “Jesus de Nazaré, o filho de José” (Jo 1,45). Por este nome ele era conhecido pelo povo. O nome Jesus é a forma grega do nome Josué. Significa Deus salva ou Salvação de Deus. Josué foi o sucessor de Moisés. Depois dos quarenta anos no deserto, foi ele, Josué, que ajudou o povo na travessia do Jordão e o introduziu na Terra Prometida. O fato de Maria e José terem dado ao filho o nome de uma pessoa tão importante da história do povo de Deus revela neles uma consciência muito clara de pertença ao povo de Deus e uma vontade grande de querer colaborar com Deus na realização do seu plano de salvação.
Cristo é uma palavra grega. Significa ungido. Em hebraico se dizia Messias. É o título que indica a missão que Jesus realizou e pela qual ele é conhecido e amado até hoje. O título Cristo tornou-se tão comum que quase virou nome próprio. Para muitos, tanto faz chamá-lo de Jesus ou de Cristo. Aliás, são muitos os nomes que Jesus recebeu e continua recebendo. Os primeiros cristãos procuravam no AT nomes e títulos para expressar o que Jesus significava para eles. Até hoje é assim: quanto mais amada, mais nomes a pessoa recebe. Passando o pente pelo Novo Testamento, você descobre que Jesus recebeu muitos nomes e títulos. Só o evangelho de João traz mais de 45 títulos, nomes e adjetivos para Jesus (Veja o apêndice). O mesmo vale para os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e para os outros escritos do Novo Testamento.
Para aprofundar a sua fé de que em Jesus se realizaram as promessas, os primeiros cristãos liam o Antigo Testamento como sendo uma grande profecia que lhes falava de Jesus. Foi através da meditação de alguns textos do AT sobre a Sabedoria de Deus, que eles chegaram a esta formulação tão bonita de Jesus como filho único de Deus. Eis o texto do AT, no qual a própria Sabedoria se apresenta a si mesma como gerada por Deus.
Javé me criou, primícias de sua obra, de seus feitos mais antigos. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes da origem da terra. Quando os abismos não existiam, eu fui gerada, quando não existiam, os mananciais das águas. Antes que as montanhas fossem implantadas, antes das colinas, eu fui gerada; ele ainda não havia feito a terra e a erva, nem os primeiros elementos do mundo. Quando firmava os céus, lá eu estava, quando traçava a abóbada sobre a face do abismo; quando condensava as nuvens no alto, quando se enchiam as fontes do abismo; quando punha um limite ao mar: e as águas não ultrapassavam o seu mandamento, quando assentava os fundamentos da terra. Eu estava junto com ele como o mestre de obras, eu era o seu encanto todos os dias, todo o tempo brincava em sua presença: brincava na superfície da terra, e me alegrava com os homens” (Pr 8,22-30).
Este e outros textos (cf. Eclo 24,1-12) ajudaram os primeiros cristãos a verbalizar e a aprofundar o mistério da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Eis como Paulo, orientado por estes textos do AT e pela experiência pessoal da sua fé, apresenta Jesus para a comunidade dos Colossenses e para todos nós:
15 Ele[Jesus] é a Imagem do Deus invisível,
o Primogênito de toda criatura,
16 porque nele foram criadas todas as coisas,
nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis:
Tronos, Soberanias, Principados, Autoridades,
tudo foi criado por ele e para ele.
17 Ele é antes de tudo, e tudo nele subsiste.
18 Ele é a Cabeça da Igreja, que é o seu Corpo.
Ele é o Princípio, o Primogênito dos mortos,
tendo em tudo a primazia,
19 pois nele aprouve a Deus fazer habitar toda a Plenitude
20 e reconciliar por ele e para ele todos os seres,
os da terra e os dos céus,
realizando a paz pelo sangue da sua cruz. (Col 1,15-20)
Nosso Senhor é de todos os nomes de Jesus o que mais impressionava aos primeiros cristãos. Eis o que escreve Paulo a respeito deste nome: “Deus exaltou Jesus grandemente, e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome; para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho no céu, na terra e debaixo da terra; e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Flp 2,9-11).
O nome Senhor tem uma longa história. É o nome com que o próprio Deus se apresenta como Javé, Yhwh. Inúmeras vezes ele afirma: “Eu sou Yhwh”. “Este é o meu nome para sempre, e sob este nome eu serei lembrado de geração em geração” (Ex 3,15). O nome Yhwh aparece mais de seis mil vezes no Antigo Testamento. Significa: Estou com você! Deus conosco, Emanuel. Para evitar que este nome sagrado fosse pronunciado levianamente, eles combinaram de ler Senhor (Adonai) todas as vezes onde, na Bíblia, se lê a palavra Yhwh.
Aplicando este nome Senhor a Jesus, os primeiros cristãos expressavam sua fé de que Jesus é a prova definitiva de que Deus continua sendo Yhwh, Deus conosco, Emanuel, Nosso Senhor. Por isso, nem todas as bíblias traduzem o nome Yhwh da mesma maneira. A Bíblia Pastoral escreve Javé. A Bíblia de Jerusalém escreve Iahweh. A Bíblia da Ave Maria e a Bíblia do Peregrino escrevem Senhor. É por isso que nós chamamos Jesus de Nosso Senhor.
Além do nome Senhor, os quatro títulos de Jesus que mais aparecem no NT e que mais expressam a fé dos primeiros cristãos são: Cristo, Salvador, Servo e Filho do Homem. Eles exprimem e verbalizam os vários aspectos da missão de Jesus: realizar as promessas dos profetas (Cristo), salvar a humanidade (Salvador), servir aos irmãos (Servo de Deus), humanizar a vida (Filho do Homem). No fim, o título que vai ser o resumo de tudo é Filho de Deus (Mc 1,1; 15,39).
Creio no Espírito Santo,
A formulação do sétimo artigo do Credo é bem curta: Creio no Espírito Santo. Nada mais! No primeiro artigo, falando do Pai, o Credo diz: “Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra”. Para formular o conteúdo da fé a respeito de Jesus, o Filho, o Credo usa cinco artigos, do 2º ao 6º. Aqui, a respeito do Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, o Credo não explicita nada. Apenas diz: Creio no Espírito Santo. Apesar de curto, trata-se de um conteúdo muito abrangente. Diz o livro da Sabedoria: “O espírito do Senhor enche o universo inteiro, dá consistência a todas as coisas e tem conhecimento de tudo o que se diz” (Sb 1,7). A própria palavra Espírito o sugere. Ela traduz a palavra grega pneuma e a palavra hebraica ruah, que podem significar: vento, espírito, hálito, sopro, respiração. A ação do Espírito é como a respiração: sabendo ou não, você respira o tempo todo, sem você se dar conta. Se não respirasse, nem que fosse por dez minutos, você estaria morto. Sem o Espírito Santo de Deus nada subsiste, nada sobrevive.
A experiência da vida no Espírito foi de uma total novidade para os primeiros cristãos. Foi como uma nova criação (Gl 6,15; 2 Cor 5,17), um novo nascimento (Jo 3,3-7), uma verdadeira ressurreição (Rm 6,4; Fl 3,10). Compenetrou toda a vivência da fé das primeiras comunidades. Esta novidade ainda transparece na maneira de Lucas descrever o começo da história da igreja. Escrito nos anos 80 ou 90, o livro dos Atos, ainda permite perceber como os cristãos, a uma distância de 40 a 50 anos, guardavam uma imagem muito viva da ação do Espírito no início da Igreja. A ação do Espírito aparece mais de sessenta vezes no livro dos Atos, e a ele se atribui tudo, desde o documento do primeiro concilio ecumênico (At 15,28) até o rumo das viagens dos missionários (cf. At 16,6-7). Eis um breve resumo:
* O Espírito é a força que desce do alto (Lc 24,49). Provoca uma mudança radical nos discípulos e os transforma em testemunhas as vivas de Jesus para o mundo inteiro (At 1,8).
* A descida do Espírito no dia de Pentecostes é como um “batismo” (At 1,5; 11,16), prometido pelo Pai, garantido por Jesus e enviado por ele (At 1,4.8),
* O Espírito é ventania forte em forma de línguas de fogo (At 2,1-3), toma conta das pessoas, faz com que soltem a língua e anunciem as maravilhas de Deus (At 2,11).
* Comunica coragem para anunciar a Boa Nova (At 4,31), e faz perder o medo (At 4,8.19). Confere uma identidade nova como testemunhas vivas de Jesus (At 5,32; 15,28).
* Receber o Espírito é a nova porta que introduz as pessoas no povo de Deus, na comunidade, sejam elas judias ou gregas (At 10,44-47; 11,18; 15,8).
* Ter o dom do Espírito é condição para se poder exercer a diaconia, o ministério, os serviços (At 6,3).
* As comunidades são cheias da consolação do Espírito e de alegria (At 9, 31; 13,52).
* A identificação do Espírito com a Comunidade é tal que mentir à Comunidade é o mesmo que mentir ao Espírito Santo (At 5,3.9).
* A experiência da vida no Espírito era tão forte e tão atraente, que algumas pessoas queriam adquirir o dom do Espírito por meio de dinheiro (At 8,19).
* O Espírito é conferido pelo batismo (At 2,38), pela imposição das mãos (At 8,18; 9,17; 19,6), pela oração (At 8,15). A oração até provoca um novo pentecostes (At 4,31).
* O Espírito também se manifesta sem intermediário e provoca surpresa e revisão do rumo da comunidade, como no caso da conversão de Cornélio (At 10,44-48; 11,16; 15,8-9).
* Há pessoas em que a presença do Espírito é mais atuante: Pedro (At 4,8), Estêvão (At 6,5), Barnabé (At 11,24), Ágabo (At 11,28; 21,11), Paulo (At 13,9), Apolo (At 18,25).
* Pelo Espírito, os discípulos têm o pressentimento do que vai acontecer (At 20,22-23; 21,4).
* O Espírito Santo faz de tudo, desde a redação do documento final do Concílio de Jerusalém (At 15,28) até a definição do roteiro de viagem dos missionários (At 16,6.7): faz com que Estevão tenha coragem de ir até o martírio (At 7,55); manda Pedro ir para a casa do Cornélio (At 10,19; 11,12); conversa com Filipe e o leva de um lugar para outro (At 8,29.39); fala na comunidade apontando novo rumo de ação (At 13,2); envia Paulo e Barnabé em missão (At 13,4); anima Paulo a tomar a decisão de voltar para Jerusalém (At 20,22); coloca pessoas para coordenar a comunidade (At 20,28), etc..
Esta descrição da Vida no Espírito revela duas coisas aparentemente opostas entre si. Por mais extraordinária que tenha sido, a experiência do Espírito Santo nas primeiras comunidades estava encarnada em ações ordinárias e comuns da vida de todos os dias: falar, rezar, caminhar, viajar, orientar, cantar, criticar, decidir, ficar alegre, crescer, anunciar, servir, etc. Com outras palavras, esta maneira de falar, própria de Lucas, sugere que o aspecto extraordinário da presença atuante do Espírito está escondido no ordinário da vida de cada dia e é lá que deve ser descoberto pelo olhar da fé. No caso de uma pessoa recusar o ordinário e querer insistir só no extraordinário ou no mágico, ela é criticada e até condenada, como foi o caso de Simão Mago (At 8,9-24) e da comunidade de Corinto (1 Cor 14,1-40). Por isso, as descrições da ação do Espírito na vida das comunidades devem ser vistas não como fotografias, mas como raio-X. Isto é, o olhar de fé dos cristãos descobre o que a olho nu não se percebe.
O Espírito também é simbolizado pela água viva: “Se alguém tem sede, venha a mim, e aquele que acredita em mim, beba. É como diz a Escritura: ‘Do seu seio jorrarão rios de água viva’. Jesus disse isso, referindo-se ao Espírito que deveriam receber os que acreditassem nele. De fato, ainda não havia Espírito, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado” (Jo 7,37-39). E na conversa com a Samaritana, Jesus esclarece: “A água que eu lhe darei, vai se tornar dentro dele uma fonte de água que jorra para a vida eterna” (Jo 4,14).
Na última ceia, Jesus rezou ao Pai pelos discípulos: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é verdade. Como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E, por eles, a mim mesmo me santifico, para que sejam santificados na verdade” (Jo 17,17-19). Pela sua obediência até à morte, e morte de Cruz, Jesus se santificou, fazendo de si mesmo uma doação total. O Espírito Santo de Jesus é esta doação que ele fez de si e é este espírito de doação que ele comunica para nós.
Nos séculos seguintes, a afirmação do Credo a respeito do Espírito Santo foi se ampliando, associando a ação do Espírito com a Palavra criadora de Deus e com a sua ação ao longo da história. Eis o texto do Credo Niceno-Constantinopolitano: “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: ele que falou pelos profetas”.
Creio em Deus Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra.
Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor.
Creio no Espírito Santo.
Vento Santo de Deus.
Hálito Santo de Deus.
Sopro Santo de Deus.
Respiração Santa de Deus.
AMÉM!
Apêndice
Os títulos, nomes e adjetivos que Jesus recebe no Evangelho de João
1,1 Palavras Verbo
1,9 Luz
1,14 Filho único
1,17 Messias ou Cristo
1,29 Cordeiro de Deus
1,34 Eleito de Deus
1,38 Rabi ou Mestre
1,49 Filho de Deus
1,51 Filho do Homem
2,21 Templo
3,2 Vem de Deus
3,29 Esposo
4,9 Judeu
4,19 Profeta
4,26 Messias
4,42 Salvador do mundo
5,18 Igual a Deus
6,15 Rei
6,34 Pão da vida
6,41 Pão descido do céu
6,42 Filho de José
6,69 Santo e Deus
7,52 Galileu
8,12 Luz do mundo
8,24 Eu sou (8,28.58)
8,48 Samaritano
9,2 Rabi
9,5 Luz do mundo
9,7 Enviado
9,11 Homem Jesus
9,17 Profeta
9,22 Cristo
9,33 Vem de Deus
9,35 Filho do Homem
9,38 Senhor
9,39 Discernimento
10,7 Porta das ovelhas
10,11 Bom pastor
10,30 Eu e o Pai somos um
11.25 Ressurreição
12,13 Bendito em nome do Senhor
12,13 Rei de Israel
13,13 Mestre e Senhor
14,6 Caminho, Verdade e Vida
15,1 Videira
18,5 Nazareno
18,37 Rei
19,5 Homem
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